Filipe Martins pede a Moraes para circular em Brasília durante julgamento

Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do governo Jair Bolsonaro, pediu autorização ao ministro Alexandre de Moraes para circular em Brasília na próxima semana, quando acompanhará o julgamento sobre a tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF).

O que aconteceu

Na quinta, Moraes autorizou que Filipe Martins acompanhe o julgamento na sede do STF, marcado para começar na terça-feira. O ex-assessor usa tornozeleira eletrônica e está proibido de deixar Ponta Grossa (PR), onde mora.

Defesa de Martins pede que ele possa circular em Brasília no período diurno. A decisão anterior de Moraes limita os deslocamentos ao trajeto entre hotel, aeroporto e Supremo. Os advogados avaliam que o ministro impôs uma restrição "mais severa" do que a aplicada em Ponta Grossa, onde ele pode circular durante o dia e deve voltar para casa no período noturno.

Medida imposta por Moraes "compromete a dignidade" do acusado, diz a defesa. Os advogados também alegam que a restrição pode "gerar constrangimentos operacionais e jurídicos desnecessários", inclusive no acesso à alimentação, cuidados pessoais, ou deslocamentos imprevistos.

Julgamento vai acontecer entre terça e quarta-feira. Martins também pede a Moraes que a permanência em Brasília seja autorizada caso as sessões da Primeira Turma se estendam além do período previsto.

Ex-assessor integra o núcleo 2 da denúncia do golpe. O grupo, formado por autoridades de segundo escalão do governo, teria atuado para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota para Lula. Segundo a denúncia, Martins foi responsável por levar ao então presidente a primeira versão da minuta golpista e daria apoio jurídico na trama golpista.

Advogado de Martins causou tumulto na sessão que analisou denúncia contra Bolsonaro. Sebastião Coelho tentou entrar na sessão sem ter feito inscrição e foi barrado pela segurança do STF. Ele chegou a gritar do lado de fora da sala, atrapalhando o julgamento, e acabou detido por desacato, mas foi solto pouco tempo depois.

Martins integra o núcleo 2 da denúncia do golpe. O núcleo "gerencial", formado por autoridades de segundo escalão do governo, teria atuado para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota para Lula.

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