Andreza: Ministros não devem apoiar Moraes em dosimetria para réus do 8/1
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Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) já admitem, nos bastidores, que não irão apoiar o ministro Alexandre de Moraes na questão sobre a aplicação da dosimetria para condenados por atos golpistas em 8 de janeiro de 2023, apurou a colunista Andreza Matais para o UOL News, do Canal UOL.
Algumas penas [de pessoas condenadas pelo episódio] estão sendo consideradas muito altas, tanto pela direita quanto pela esquerda. E ministros do Supremo também concordam com relação a isso. Então, a gente não pode se enganar: os ministros que estão apoiando Alexandre de Moraes neste momento, com relação a essas tentativas dos advogados de tirá-lo do caso, não vão apoiá-lo na questão da dosimetria. Andreza Matais, colunista do UOL
A discussão sobre a dosimetria das penas aos réus por tentativa de golpe de Estado voltou à tona com o caso da cabeleireira Débora Rodrigues Santos, que escreveu 'Perdeu, mané' com batom vermelho na estátua da Justiça durante a invasão. Moraes, que é o relator do caso, votou para condená-la a 14 anos de prisão por entender que não se tratou de uma pichação comum, mas sim de um ato inserido no contexto de tentativa de golpe.
Alguns juristas consideraram a pena exagerada e defenderam a aplicação da dosimetria, que é quando o juiz determina a pena adequada a um condenado, considerando as circunstâncias do crime e as características do réu. Após repercussão, Moraes determinou a prisão domiciliar da cabeleira.
A questão da dosimetria da pena, o que eu mais escuto de ministros, é que isso vai ser feito, mas para os presos de 8 de janeiro, pelas invasões, pelo que a gente viu ocorrer na Esplanada dos Ministérios, com quebra-quebra.
A avaliação é a seguinte: essas pessoas têm que ser punidas, porque o que elas tentaram fazer foi um golpe de Estado.
Então, estamos vendo um pensamento único do Supremo, mas as apostas em Brasília é de que isso vai mudar em algum momento. Andreza Matais, colunista do UOL
O caso julgado pelo Supremo é sobre a tentativa de golpe promovida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não aceitavam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, os bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Ministros tornam 6 aliados de Bolsonaro réus por 8/1
Todos os ministros da Primeira Turma seguiram o voto de Alexandre de Moraes e aceitaram, nesta terça-feira (22), a denúncia contra o núcleo 2 da trama golpista, que resultou nos ataques aos três Poderes. Agora, os seis integrantes do grupo viram réus e é aberta uma ação penal contra eles.
Moraes, que é o relator do processo, entendeu que todos os seis denunciados tiveram um papel ativo no planejamento de um golpe de Estado. O ministro ressaltou que o ex-presidente Bolsonaro admitiu em declarações em entrevistas que havia tido acesso à minuta de golpe.
Hoje, se tornaram réus o general do Exército Mário Fernandes; o ex-assessor de assuntos internacionais do governo Bolsonaro Filipe Martins; o ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara; o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques; a ex-subsecretária da Segurança do DF Marília de Alencar; e o ex-secretário-adjunto da Segurança do DF Fernando de Sousa Oliveira.
Cortella: papa tem impacto na vida de todos, mesmo que você não queira
Um Santo Padre, líder da Igreja Católica, não possui dinheiro nem exército, mas tem um impacto simbólico na vida de muita gente, mesmo que as pessoas não queiram, afirmou hoje o professor, filósofo e ex-carmelita Mario Sergio Cortella durante entrevista ao UOL News.
Usando aí uma frase antiga: o papa é pop, isto é, impacta aquilo que ele tem, aparece de alguma forma na vida das pessoas. Mario Sergio Cortella, professor e ex-carmelita
A fala do professor ocorreu após a morte do papa Francisco, que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) e insuficiência cardíaca na manhã de ontem. A morte do líder da Igreja Católica aos 88 anos comoveu o mundo, levou à manifestação de autoridades e revelou, uma vez mais, o poder de influência que possui um pontífice.
Para Cortella, o líder da Igreja Católica, com cerca de 1,3 bilhão de seguidores, é uma figura de comando que influencia o dia a dia das pessoas.
Pessoas que se declaram conectadas ao mundo católico e, portanto, que têm alguma ligação, inclusive, de comando ou mesmo de obediência relativa ao papa, dá um bilhão e meio de pessoas. Um bilhão e meio de pessoas é um número significativo para você imaginar que tem alguma interface com uma figura de comando, como é o caso de um papa.
Cortella: 'Eu queria ser o primeiro papa brasileiro'
Ao Canal UOL, Cortella disse ainda que chegou a entrar para o convento da Ordem dos Carmelitas Descalços e que o seu objetivo era se tornar "o primeiro papa brasileiro".
Quando eu era menino em Londrina, que é a minha cidade de origem, eu decidi, na minha simples humildade, que eu ia ser o primeiro papa brasileiro. E quando eu entrei na universidade para fazer filosofia, em 1973, eu entrei concomitantemente num convento. Nele, eu fiquei por três anos. E depois eu decidi que iria seguir com a carreira acadêmica. Mario Sergio Cortella, professor e ex-carmelita
Assista à entrevista:
Onde e quando será o funeral de Francisco
O funeral do papa Francisco será realizado no próximo sábado, informou o Vaticano. A cerimônia começa às 10h, no horário local de Roma (5h no horário de Brasília) e será aberta ao público.
A data e demais detalhes foram decididos em uma reunião de cardeais hoje. O arcebispo irlandês Kevin Joseph Farrell, que ocupa o cargo de Carmelengo, consultou bispos, presbíteros e diáconos para acertar a liturgia fúnebre. As reuniões dos cardeais são presididas pelo cardeal decano, o italiano Giovanni Battista Re.
A celebração acontece no átrio da Basílica de São Pedro. A missa das Exéquias, como é chamada, será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.
Ao final, acontecem os ritos da Última Commendatio e da Valedictio — despedidas solenes que marcam o encerramento das exéquias — e, em seguida, o caixão será levado novamente para o interior da Basílica de São Pedro e, de lá, transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizada a cerimônia de sepultamento.
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