Cármen Lúcia rebate defesa de ex-diretor da PRF em julgamento no STF

A ministra Cármen Lúcia, que é a atual presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), rebateu nesta manhã a defesa do ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques, durante o julgamento da denúncia contra o núcleo 2 dos acusados de participarem da trama golpista.

O que aconteceu

O advogado usou dados de abstenção nas eleições de 2022 para alegar que Vasques não atuou para prejudicar eleitores de Lula. Anderson Rodrigues de Almeida afirmou que a baixa abstenção de eleitores registrada naquele ano prova que o então diretor da PRF não quis atrapalhar as votações.

A ministra tomou a palavra para contestar os argumentos do advogado. Afirmou que os dados sobre abstenções não têm nenhuma relação com as acusações contra Vasques e lembrou que, no dia do segundo turno, ele foi convocado pelo então presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Na ocasião, surgiram vários relatos de operações da PRF no Nordeste para impedir a votação de eleitores da região. Moraes determinou pessoalmente a Silvinei que suspendesse as operações.

Advogado respondeu confirmando que houve a convocação. "Sim, ele compareceu, e as situações foram esclarecidas", disse Almeida. A ministra, então, disse que, "quanto aos esclarecimentos, serão feitos nestes autos".

A PGR (Procuradoria-Geral da República) aponta que Silvinei usou a estrutura da PRF para tentar manter Bolsonaro no poder. A denúncia cita depoimentos de agentes da PRF e documentos da própria corporação que mostram que o maior efetivo naquele segundo turno foi mobilizado em operações na região Nordeste para supostamente fiscalizar transporte irregular.

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