STF nega pedidos das defesas; julgamento é retomado com votos dos ministros
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O STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou nesta terça-feira (22) todos os pedidos feitos pelas defesas dos acusados de tentativa de golpe de Estado reunidos no núcleo 2.
O que aconteceu
O julgamento prossegue nesta tarde com os votos dos ministros sobre a aceitação ou não da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República). Se as denúncias forem aceitas, os acusados se tornarão réus.
Pela manhã, por unanimidade, os ministros da Primeira Turma negaram todos os pedidos preliminares apresentados pelas defesas. Entre eles, estão questionamentos sobre a legalidade da colaboração de Mauro Cid, a suspeição de ministros da Corte, o acesso a provas e a suposta quebra da cadeia de custódia. O relator, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que as alegações já foram analisadas anteriormente e não têm força para impedir o andamento da ação penal.
Pedidos semelhantes foram rejeitados no julgamento da denúncia contra o núcleo 1. Em março, a Primeira Turma aceitou a denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados e os tornou réus.
Hoje, os advogados apresentaram diferentes linhas de defesa. O advogado de Filipe Martins comparou seu cliente à figura de Jesus Cristo e disse que ele sofre uma "crucificação" desde fevereiro de 2024. Já a defesa do general da reserva Mário Fernandes negou qualquer plano para atentar contra autoridades e disse que o militar é acusado somente por sua "proximidade com Bolsonaro".
Também houve manifestação da defesa da delegada da PF Marília Alencar. Seu advogado, o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, afirmou que os relatórios feitos por ela durante o processo eleitoral buscavam mapear possíveis conflitos, e não favorecer algum grupo político. Os ministros ouviram ainda os representantes de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, que negaram sua participação em qualquer articulação golpista.
Com a rejeição das preliminares, o julgamento segue para a etapa de deliberação sobre o recebimento da denúncia. Se os ministros aceitarem os argumentos da PGR, os seis acusados se tornarão réus e responderão por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa.
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