Glauber Braga: 'Pedir desculpas é pior que uma cassação de mandato'

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), alvo de processo de cassação por agredir um integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), disse que pedir desculpas neste momento seria pior que a perda do mandato. Ele também voltou a culpar o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) de estar por trás da articulação para a sua cassação. As declarações do parlamentar ocorreram durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL.

Eu não posso pedir desculpas porque se eu fizesse isso seria um ataque tão brutal a mim mesmo, seria me anular de maneira tão profunda. Num processo como esse, pedir desculpas seria pior do que uma cassação de mandato.

Então, eu não vou fazê-lo, vou manter a minha dignidade, vou seguir em frente, vou continuar defendendo o mandato e as lutas que ele representa até o final desse processo. Glauber Braga, deputado federal do Psol

No dia 9 de abril, Braga iniciou a greve de fome e permaneceu acampado em sinal de protesto após a aprovação do relatório que defendeu sua perda de mandato. Foram 13 votos pela cassação e cinco contra. No dia 17, o parlamentar suspendeu o ato depois de firmar acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos- PB).

O processo foi movido por quebra de decoro parlamentar. Segundo o partido Novo, autor da representação, Braga feriu o decoro ao expulsar das dependências da Câmara, aos chutes, um integrante do MBL em abril de 2024.

Ao Canal UOL, Braga admitiu que o cenário de seu processo é difícil de ser revertido e voltou a acusar o deputado federal Arthur Lira (PP-AL).

Evidentemente, eu sei que o cenário é difícil. Com a apresentação do recurso na Comissão de Constituição e Justiça, ali foram indicados, evidentemente, elementos constitucionais, elementos legais. E o relator poderia, sim, ter se posicionado sobre eles e revertido a decisão do Conselho de Ética.

Por exemplo, no ponto específico da minha reação ao provocador, tem a de determinação, no Conselho de Ética, tem a pena para esse tipo de caso aplicado, com a censura verbal e escrita para que a gente tivesse a proporcionalidade em relação ao ato. O relator, se quisesse, poderia dar acolhimento a isso. Não fez, não fiz, não quis.

O que me cabe é seguir mobilizando socialmente, mostrando o que está acontecendo, mostrando quem é o sujeito oculto dessa história, a influência que Arthur Lira [ex-presidente da Câmara dos Deputados] ainda exerce, fazendo o enfrentamento ao que é a representação do orçamento secreto. Glauber Braga, deputado federal do Psol

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Braga virou desafeto de Lira por fazer denúncias sobre o chamado "orçamento secreto". O parlamentar chegou a chamar o deputado alagoano de "bandido" e prestou depoimento à Polícia Federal na ação que investiga uma manobra do ex-presidente da Câmara para liberar R$ 4,2 bilhões em emendas.

O ex-presidente é reconhecido por usar a força para fazer valer seus interesses e colocar aliados em postos-chave. Deputados ouvidos pelo UOL relatam que Paulo Magalhães (PSD-BA), relator da ação que sugeriu a cassação de Braga, foi beneficiado pela influência de Lira. Ele teria combinado emendas de acordo com psolista.

A minha única arma, neste momento, é a solidariedade das pessoas e a minha palavra. Eu estou com a verdade. Agora, evidentemente, eu não sou um inocente. Eu não desconheço os instrumentos que os meus inimigos têm nesse momento, que são instrumentos poderosos. Eu sei da força da grana e do poder político que tem Arthur Lira. Glauber Braga, deputado federal do Psol

Kotscho: 'Ministro Carlos Lupi se finge de morto após escândalo do INSS'

O ministro da Previdência, Carlos Lupi, se finge de morto após o escândalo de desvio bilionário do dinheiro de aposentados no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), afirmou hoje o colunista Ricardo Kotscho durante participação no UOL News.

Agora, uma coisa que eu gostaria de saber é qual é a responsabilidade do ministro da Previdência [Carlos Lupi] nessa história. O Lupi não cumpriu uma ordem, por exemplo, para demitir o sujeito que ele tinha indicado para o INSS e agora está se fingindo de morto nessa história toda. Ele não explicou nada até agora. Ricardo Kotscho, colunista do UOL

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O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado em meio à Operação Sem Desconto, que apura a cobrança irregular de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024 —ação que começou na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seguiu até o governo atual, do presidente Lula.

A operação policial mira golpes contra aposentados e pensionistas e foi deflagrada pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União). Os agentes miram no combate ao esquema nacional de descontos não autorizados em benefícios concedidos pelo INSS.

Stefanutto foi indicado ao cargo pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi. Durante a coletiva de imprensa, realizada na manhã de hoje, Lupi revelou que o presidente do INSS foi afastado após decisão judicial, mas que prefere aguardar o término das investigações e não jogar as pessoas na fogueira, segundo palavras dele.

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Josias: 'Bolsonaro transformou UTI em picadeiro'

No UOL News, o colunista Josias de Souza afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro transformou a UTI (unidade de tratamento intensivo) em picadeiro e espetacularizou a sua internação.

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O Bolsonaro transformou a UTI do hospital num picadeiro. Ele espetacularizou sua internação e o hospital permitiu. Os médicos dizem: 'continuam proibidas as visitas'. Ocorre que as visitas continuam acontecendo. Estiveram lá o Valdemar Costa Neto, o Silas Malafaia e outros aliados do ex-presidente. Josias de Souza, colunista do UOL

Bolsonaro apresentou piora clínica, com aumento da pressão arterial e declínio nos exames laboratoriais hepáticos, segundo boletim médico divulgado hoje. Na nota, os médicos afirmaram que novos exames de imagem serão feitos nesta quinta-feira. Bolsonaro segue na UTI, sem previsão de alta, e tem recomendação para não receber visitas.

Assista ao trecho do comentário abaixo:

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. O Canal UOL também está disponível na Claro (canal nº 549), Vivo TV (canal nº 613), Sky (canal nº 88), Oi TV (canal nº 140), TVRO Embratel (canal nº 546), Zapping (canal nº 64), Samsung TV Plus (canal nº 2074) e no UOL Play.

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