Bolsonaro recebe alta de hospital após 23 dias internado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta hospitalar hoje.

O que aconteceu

Bolsonaro saiu às 11h deste domingo. O ex-presidente deixou o Hospital DF Star, em Brasília, acompanhado da mulher Michelle e de assessores. Ele estava internado em um quarto após deixar a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) na quarta-feira (30).

O ex-presidente estava com a voz fraca. Inicialmente, Bolsonaro disse que apenas os médicos falariam. Mas, terminadas as explicações clínicas, ele acabou fazendo um breve pronunciamento.

Bolsonaro criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes, citou a anistia e abraçou apoiadores. Michelle acompanhou tudo de longe e entrou no carro quando o marido já estava acomodado e o veículo ligado para sair.

Jair Bolsonaro deixa o Hospital DF Star, em Brasília, após receber alta
Jair Bolsonaro deixa o Hospital DF Star, em Brasília, após receber alta Imagem: Adriano Machado/Reuters

Aglomerações estão vetadas pelos médicos. Além das sessões de fisioterapia, os médicos também recomendaram que o ex-presidente não participe de aglomerações para evitar contaminações e infecções.

Por isso, a equipe médica disse que o ex-presidente não deve ir a ato marcado para quarta-feira. A direita está convocando pessoas para a Marcha Pacífica da Anistia Humanitária, em Brasília. Pouco antes da alta, Bolsonaro escreveu nas redes sociais que iria ao evento. Questionado se seguiria a recomendação médica de não ir, Bolsonaro respondeu que sim.

O ex-presidente disse que Michelle vai garantir que ele cumpra as recomendações médicas. Questionado sobre o assunto, ele sorriu e declarou que a mulher vai agir para que as determinações de dieta e fisioterapia sejam seguidas. "Quem vai fazer eu seguir [as orientações médicas] é uma tal de Michelle".

Passamos as instruções para que ele não participe presencialmente do ato. Não é recomendável nesse momento.
Cláudio Birolini, médico-chefe da equipe de cirurgia

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Ex-presidente tem "saúde forte". O cardiologista Leandro Echenique, que também falou com jornalistas na saída do hospital, afirmou que o histórico sem abuso de bebida e cigarro ajudou na recuperação clínica de Bolsonaro.

Bolsonaro chamou sua recuperação de "milagre". "Obrigado meu Deus por mais esse milagre. Obrigado doutor Cláudio Birolini e equipe", escreveu na mesma publicação.

Simpatizantes foram ao hospital. Antes da liberação, durante a manhã, cerca de 30 pessoas rezaram o pai-nosso e cantaram louvores em frente ao centro médico.

Relembre internação de Bolsonaro

O ex-presidente estava internado há 23 dias. Ele deu entrada no hospital no dia 11 de abril, após sentir fortes dores na região do abdômen durante um tour no Rio Grande do Norte. Ele foi transferido para Brasília dois dias depois, com um quadro de obstrução intestinal.

Bolsonaro precisou passar por uma cirurgia. A intervenção foi uma das "mais complexas" às quais o ex-presidente se submeteu desde a facada, em 2018, segundo a equipe médica. A operação durou, ao todo, 12 horas.

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Médicos relataram ter encontrado a parede abdominal de Bolsonaro "bastante danificada". "O presidente tinha um abdômen hostil, com muitas cirurgias prévias, aderências causando um quadro de obstrução intestinal. Uma parede abdominal bastante danificada em função da facada e das cirurgias prévias", disse Cláudio Birolini, chefe da equipe médica.

Durante a internação, Bolsonaro foi intimado pelo STF. O ex-presidente foi notificado pelo Supremo Tribunal Federal sobre o início da ação penal que o acusa de tentativa de golpe de Estado enquanto ainda estava na UTI.

Ele saiu da UTI na última quarta-feira. Bolsonaro foi transferido para uma unidade semi-intensiva e depois para um quarto. Além disso, foi retirada a sonda nasogástrica e o ex-presidente começou uma dieta líquida.

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