Bolsonaro chama julgamento de político: 'Podia ser por jogar papel no chão'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer que o julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o tornou inelegível foi "político".

O que aconteceu

"Poderia ser por jogar papel no chão", disse Bolsonaro hoje em entrevista exclusiva ao Canal UOL, ao questionar as motivações de sua inelegibilidade. O ex-presidente voltou a dizer que foi condenado apenas por se reunir com embaixadores no Palácio da Alvorada e por fazer um discurso "no carro de som do (pastor) Silas Malafaia" após as comemorações do 7 de Setembro de 2022, "Ou seja, é um julgamento político. Não justifica o que tá acontecendo", criticou.

Ex-presidente também voltou a atacar Alexandre de Moraes. Disse que o ministro do STF tem "gana persecutória" contra ele e o acusou de "pular etapas" para condená-lo nas ações sobre a tentativa de golpe para impedir que o presidente Lula (PT) assumisse o cargo, que tramitam na Corte.

Não é verdade que o ex-presidente está inelegível porque simplesmente se reuniu com embaixadores. Como mostrou reportagem do UOL, Bolsonaro ficou inelegível por duas ações distintas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em uma delas por ter feito alegações falsas sobre o processo eleitoral durante a reunião com embaixadores, que foi transmitida pela TV Brasil, que é uma TV pública. Neste caso, ele foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e não pela reunião.

Na segunda ação, ele e seu vice em 2022, general Walter Braga Netto, foram condenados por abuso de poder político e econômico. A condenação ocorreu pelo uso eleitoral das comemorações do Bicentenário da Independência em 7 de Setembro de 2022. Na ocasião, como pré-candidato à reeleição, ele fez um discurso com conotação de campanha. "A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós, vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil", disse na época.

*Participam desta cobertura: Ana Paula Bimbati, Anna Satie, Bruno Luiz, Fabíola Perez e Laila Nery, do UOL, em São Paulo, e Felipe Pereira e Lucas Borges Teixeira, do UOL, em Brasília

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