Senador do PT é cassado no PA suspeito de compra de voto, mas cabe recurso

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Pará decidiu ontem, por 5 votos a 2, cassar o mandato do senador Beto Faro (PT), eleito em 2022. Faro afirmou que vai recorrer da decisão — ele permanece no cargo até o julgamento de todos os recursos.

O que aconteceu

Chapa do senador é acusada de abuso de poder econômico, captação ilícita de votos, corrupção e assédio eleitoral. Segundo a ação, protocolada pelo PL, funcionários da empresa de um aliado de Faro foram coagidos a votar nele em troca de vale-alimentação extra.

Áudios gravados em reuniões e mensagens trocadas em grupos de WhatsApp confirmam a acusação. A defesa do senador argumentou que as gravações aconteceram de forma ilegal, mas a maioria dos ministros do TRE-PA discordou. "O proprietário da Kapa Capital, ao lado de seu gerente administrativo, não apenas pediu votos para o candidato Beto Faro, como prometeu e ofereceu de forma explícita o pagamento em dobro do ticket alimentação àqueles que atendessem à solicitação e aliciassem novos eleitores", diz um trecho dos votos lidos ontem.

Em uma dessas ocasiões, os funcionários da empresa tiveram de entregar os celulares antes de entrar na sala da reunião. Para os ministros, isso é "claro indicativo" de que os gestores sabiam da ilegalidade do que aconteceria ali.

Como a decisão é pela cassação da chapa, ela também atinge os suplentes do senador, Josenir Gonçalves Nascimento (PT) e Leny May da Silva Campelo (PCdoB). Em nota, Beto Faro já disse que vai recorrer da decisão.

"O senador Beto Faro e o Partido dos Trabalhadores do Pará receberam com serenidade a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, embora dela discordem", diz texto publicado pelo senador nas redes sociais. "Com plena confiança na Justiça Eleitoral, comunicam que irão recorrer da decisão, certos de que a verdade será reconhecida e a inocência do senador plenamente comprovada."

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