Após depoimentos, defesa de Braga Netto pede acareação com Mauro Cid

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A defesa do general Walter Braga Netto pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que seja feita uma acareação com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
O que aconteceu
Interrogatórios de Cid e Braga Netto apresentam "divergências" entre si, segundo a defesa do general. As contradições citadas são: a reunião na casa de Braga Netto para supostamente discutir o plano "Punhal Verde e Amarelo" e a alegação de que ele entregou dinheiro a Cid para financiar as manifestações em frente aos quartéis.
Cid disse, no interrogatório, que Braga Netto "entregou dinheiro" a ele para bancar uma operação na tentativa de golpe. A princípio, o delator afirmou ter imaginado que era para levar gente para os acampamentos em frente ao quartel-general do Exército e só depois se inteirou pela imprensa do plano para espionar e matar autoridades. "Na minha cabeça, o intuito era trazer pessoas para manifestações em frente aos quartéis. Falei com o tesoureiro do PL e ele disse que o partido não poderia bancar aquilo."
Não havia contato com financiadores, disse Braga Netto, sobre a acusação de Cid. "Eu não tinha contato com financiadores, então não tinha como pedir dinheiro e não entreguei dinheiro para ninguém", afirma. Cid diz que recebeu do general um pacote dentro de uma caixa de vinho. Ele teria guardado o pacote embaixo de sua mesa numa sala do Alvorada.
Cid já havia detalhado conversa com general em delação. Ele havia dito que, com a negativa do PL, Braga Netto teria afirmado que daria "um jeito". "O partido não podia trazer manifestantes ou apoiar com esse tipo de material. Voltei no general Braga Netto e ele falou: 'Vou dar um jeito, vou seguir por outros caminhos'", disse o militar na delação.
Cid disse não saber quanto de dinheiro havia sido entregue por Braga Netto. O ajudante de ordens afirmou que o montante entregue pelo ex-ministro seria do "pessoal do agro", que gostaria que Bolsonaro se mantivesse no poder.
Defesa diz que Cid não conseguiu provar suas denúncias sobre Braga Netto. "Não é demais explicitar que essa diligência complementar se mostra necessária para a devida apuração dos fatos, pois Mauro Cid não trouxe aos autos provas que corroborassem suas acusações."
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