Carlos Bolsonaro, Ramagem: veja indiciados no caso da 'Abin paralela'

Além do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) serem indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga o caso da "Abin paralela", outros nomes aparecem na lista.

Veja lista até agora

  • Carlos Nantes Bolsonaro (vereador)

Indiciado por: organização criminosa armada.

  • Luciana de Almeida (assessora de Carlos)

Indiciado por: organização criminosa armada.

  • Alexandre Ramagem Rodrigues (deputado federal e diretor da Abin no governo Bolsonaro)

Indiciado por: peculato-desvio, interceptação de mensagens ou ligações sem autorização judicial, violação de sigilo funcional qualificada (que é a proibição de revelar informações confidenciais que chegaram a seu conhecimento em razão do cargo) e prevaricação com corrupção passiva privilegiada (quando há influência de terceiros na prática ou omissão de um ato).

  • Felipe Arlotta Freitas (agente da Polícia Federal cedido à Abin entre 2021 e 2022)

Indiciado por: organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e prevaricação.

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  • Henrique César Prado Zordan (agente da Polícia Federal cedido à Abin na gestão Ramagem)

Indiciado por: organização criminosa, falsidade ideológica e fraude processual, peculato-desvio e prevaricação.

  • Alexandre Ramalho Dias Ferreira (agente da Polícia Federal cedido à Abin na gestão Ramagem)

Indiciado por: organização criminosa, violação de sigilo funcional e prevaricação.

  • Luiz Felipe Barros Felix (agente da Polícia Federal cedido à Abin na gestão Ramagem)

Indiciado por: organização criminosa e prevaricação.

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  • Carlos Magno De Deus Rodrigues (agente da Polícia Federal cedido à Abin na gestão Ramagem)

Indiciado por: organização criminosa, violação de sigilo funcional e prevaricação.

  • Marcelo Araújo Bormevet (agente da Polícia Federal cedido à Abin entre 2021 e 2022)

Indiciado por: interceptação de mensagens ou ligações sem autorização judicial, prevaricação em continuidade delitiva, violação de sigilo funcional e peculato-desvio.

  • Giancarlo Gomes Rodrigues (militar e ex-servidor da Abin)

Indiciado por: interceptação de mensagens ou ligações sem autorização judicial, prevaricação em continuidade delitiva, violação de sigilo funcional e peculato-desvio.

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  • Frank Marcio de Oliveira (diretor-geral adjunto da Abin entre 2020 e 2021)

Indiciado por: organização criminosa, interceptação de mensagens ou ligações sem autorização judicial e peculato-desvio.

  • Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho (secretário de Planejamento e Gestão da Abin e virou diretor-geral adjunto)

Indiciado por: organização criminosa, prevaricação, impedir ou atrapalhar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa, supressão de documento, peculato-desvio e corrupção passiva privilegiada.

  • Paulo Maurício Fortunato Pinto

Indiciado por: organização criminosa, interceptação de mensagens ou ligações sem autorização judicial, peculato-desvio e violação de sigilo funcional.

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  • Erinton Lincoln Torres Pompeu

Indiciado por: organização criminosa, interceptação de mensagens ou ligações sem autorização judicial e prevaricação.

  • Paulo Magno de Melo Rodrigues Alves

Indiciado por: organização criminosa, peculato-desvio e prevaricação.

  • Marcelo Furtado

Indiciado por: organização criminosa, peculato-desvio e prevaricação.

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  • Luiz Gustavo da Silva Mota

Indiciado por: organização criminosa, interceptação de mensagens ou ligações sem autorização judicial, peculato-desvio e prevaricação.

  • Alexandre De Oliveira Pasiani

Indiciado por: falsidade ideológica.

  • José Matheus Salles Barros

Indiciado por: organização criminosa e peculato-desvio.

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  • Mateus De Carvalho Sposito

Indiciado por: organização criminosa e peculato-desvio.

  • Richards Dyer Pozzer

Indiciado por: organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.

  • Daniel Ribeiro Lemos

Indiciado por: organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.

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  • Rogerio Beraldo de Almeida

Indiciado por: organização criminosa.

  • Alan Oleskoviz
Indiciado por: prevaricação e peculato-desvio.
  • Ricardo Wright Minussi
Indiciado por: prevaricação e violação de sigilo funcional.
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  • Rodrigo Augusto De Carvalho Costa
Indiciado por: participação em violação de sigilo funcional.
  • Lucio De Andrade Vaz Parente
Indiciado por: corrupção passiva privilegiada.
  • Alexandre Do Nascimento Cantalice
Indiciado por: prevaricação e falso testemunho ou falsa perícia.
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  • Victor Felismono Carneiro
Indiciado por: prevaricação com corrupção passiva privilegiada e violação de sigilo funcional.
  • Bruno De Aguiar Faria
Indiciado por: violação de sigilo funcional.
  • Eduardo Arthur Izycki
Indiciado por: fraude em licitação ou contrato e violação de sigilo funcional.
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  • Rodrigo Colli
Indiciado por: fraude em licitação ou contrato e violação de sigilo funcional.
  • Luiz Fernando Correa
Indiciado por: prevaricação e coação no curso do processo.
  • Alessandro Moretti
Indiciado por: por impedir ou atrapalhar investigação contra organização criminosa, prevaricação e coação no processo.
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  • Luiz Carlos Nobrega Nelson
Indiciado por: por impedir ou atrapalhar investigação contra organização criminosa, prevaricação e coação no processo.
  • José Fernando Moraes Chuy
Indiciado por: por impedir ou atrapalhar investigação contra organização criminosa e coação no processo.

O que aconteceu

Mais de 30 pessoas foram indiciadas pela PF, que enviou o relatório final ao STF (Supremo Tribunal Federal). As apurações apontam que o esquema teria ocorrido no governo Bolsonaro, quando Ramagem era diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

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Entre os indiciados, está o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. Nomeado para o cargo no governo Lula (PT), ele é suspeito de ter autorizado uma ação hacker da agência contra autoridades do governo do Paraguai, como revelou o UOL.

Outros integrantes da atual cúpula de comando da Abin também foram indiciados. Luiz Carlos Nóbrega, chefe de gabinete de Corrêa, e José Fernando Chuy, corregedor-geral do órgão, também aparecem no relatório final da PF. Além deles, constam o ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, e Paulo Maurício Fortunato, que era secretário de Planejamento do órgão na gestão de Corrêa e foi afastado do cargo pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em 2023, por suspeita de integrar o esquema de monitoramento ilegal.

Inquérito apura uso da Abin para ações ilegais de espionagem. A investigação foi aberta no primeiro ano do governo Lula, para investigar indícios de que a agência tenha sido aparelhada e usada de forma ilegal pelo ex-presidente e Ramagem e se estendeu para ações suspeitas de espionagem durante a gestão petista.

Suspeita de obstrução de justiça. A PF apura também indícios de que Corrêa, atual diretor, tenha agido para atrapalhar as investigações sobre a "Abin paralela", assim como outros integrantes de sua gestão. Segundo investigadores, esse seria um dos motivos para a demora na conclusão desse inquérito.

Espionagem no governo Bolsonaro

A "Abin paralela" monitorava pessoas consideradas adversárias de Bolsonaro. Segundo as investigações da PF, a estrutura de espionagem também atuava por interesses políticos e pessoais do ex-presidente e de seus filhos. As apurações mostram que a gestão usou o software "First Mile" para as ações ilegais.

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Ministros do STF, políticos e jornalistas foram monitorados pela estrutura paralela. Na lista dos espionados, estão nomes como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux, do Supremo, e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

O grupo instalado na Abin teria usado um software para rastrear celulares "reiteradas vezes". O sistema de monitoramento é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para encontrar o alvo, basta digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última posição.

O que é indiciamento

É mais um passo nas investigações. Isso significa que o inquérito concluiu que eles cometeram crimes, e o relatório foi entregue ao STF.

O indiciamento não garante que eles serão processados. A PF apenas avaliou que eles cometeram os crimes, mas é a PGR (Procuradoria-Geral da República) que tem o poder de fazer uma acusação. Se a PGR considerar que existe comprovação dos crimes, ela pode denunciar Bolsonaro e os outros indiciados ao STF. Caso contrário, pode pedir mais provas à PF ou solicitar ao Supremo o arquivamento do caso.

Se a PGR denunciar, cabe ao STF abrir ou não processo. A Procuradoria pode fazer uma denúncia única contra todos — ou mais de uma, se avaliar que os crimes devem ser julgados separadamente.

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STF definirá se Bolsonaro e seus aliados se tornarão réus. O plenário da Corte, que reúne os 11 ministros, decidirá por maioria simples se abre ou não uma ação penal contra os acusados. Se abrir, Bolsonaro e os demais se tornarão réus, e a ação terá início. Ao final do processo, eles serão condenados ou absolvidos pelo Supremo.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não foi um dos indiciados hoje pela Polícia Federal no caso conhecido como 'Abin paralela', diferentemente do informado pelo UOL e na Homepage do site. A PF apontou indícios de autoria e materialidade de Jair Bolsonaro nos fatos, mas entendeu que ele já foi indiciado por organização criminosa no caso do golpe e, por isso, não poderia ser novamente indiciado neste caso. A informação foi corrigida.

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