'Abin paralela' produziu dossiês sobre Humberto Costa e Alessandro Molon

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A "Abin paralela" produziu dossiês políticos sobre o senador Humberto Costa (PT-PE) e o ex-deputado Alessandro Molon, segundo relatório final da Polícia Federal.
O que aconteceu
Dossiês foram encontrados em computadores do influenciador Richards Pozzer. Ele foi um dos indiciados no relatório final da PF sobre a Abin paralela como responsável pela produção de dossiês e pela difusão em massa de campanhas de difamação.
PF não divulgou a íntegra dos documentos. No relatório da investigação, consta apenas uma página dos dossiês sobre os parlamentares, produzidos em outubro de 2023.
Dossiê sobre Humberto Costa cita contas de energia elétrica pagas em dinheiro na lotérica. "Motivo: dificultar o rastreamento dos indícios de rachadinha. As datas de pagamento coincidem com os dias que o senador está em Brasília", diz um trecho do documento.
Dossiê sobre Molon fala em "engajamento artificial" nas redes sociais dele. Relatório encontrado com Pozzer diz que o ex-deputado pagou para impulsionar publicações em seus perfis e disparar mensagens no Whatsapp.
Em nota, a assessoria de Humberto Costa informou que confia no Judiciário para que os responsáveis pela ação criminosa sejam processados, julgados e punidos. "O inquérito é mais uma peça na comprovação da apropriação criminosa que Jair Bolsonaro e seu governo fizeram das instituições do Estado, usando-as para perseguir jornalistas, autoridades, congressistas e desafetos políticos, nos moldes do que acontece em regimes de exceção, como o que o ex-presidente pretendeu implantar por meio de uma tentativa de golpe."
O UOL procurou Alessandro Molon, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem. Em caso de manifestação, este texto será atualizado.
STF derrubou sigilo do relatório da PF hoje. 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e o atual diretor-geral da agência, Luiz Fernando Corrêa.
Inquérito apurou uso da Abin para ações ilegais de espionagem. A investigação foi aberta no primeiro ano do governo Lula, para investigar indícios de que a agência teria sido aparelhada e usada de forma ilegal pelo ex-presidente.
Pozzer fornecia dossiês ao núcleo político da organização criminosa. Segundo a PF, ele tinha a dupla função de produzir e disseminar desinformação, operando em conexão direta com a estrutura de inteligência paralela da Abin e com assessores do Palácio do Planalto e Congresso. Investigações revelam que ele recebia pagamento pelas ações.
A atuação persistente, coordenada e multifacetada de Richards Pozzer como diifusor de desinformação, em conexão direta com núcleos da Abin e da Presidência, e com o objetivo claro de atacar instituições,opositores e processos democráticos, evidencia sua integração voluntária e relevante à Orcrim. Trecho de relatório da PF
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