Em papo com Brown, Lula cutuca Nikolas: 'Faz pergunta escrota e vai embora'
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O presidente Lula (PT) criticou hoje quem usa as redes sociais para "divulgar imbecilidade", em referência ao bate-boca entre o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O que aconteceu
Presidente não citou nomes, mas deu indireta ao parlamentar mineiro. "No Congresso Nacional, quando o ministro vai lá para fazer debate, eles vão lá, viram o celular para a cara dele para fazer a pergunta mais escrota possível e vão embora, nem espera para ouvir a resposta", falou Lula, em entrevista ao podcast Mano a Mano, do artista Mano Brown.
"O que eles querem é divulgar a imbecilidade que eles falaram", completou Lula. Nikolas e Carlos Jordy (PL-RJ) criticaram o governo durante audiência pública de Haddad na Câmara, no último dia 11, e foram embora. "Esse tipo de molecagem de Nikolas e Jordy, que correram do debate, não vai adiantar. Quem sabe eles apareçam aqui ou ouçam essa gravação", disse o ministro, na ocasião. Momentos depois, os deputados voltaram e causaram tumulto. "Respeite o parlamento, moleque é você", acusou Jordy. A audiência foi encerrada logo em seguida.
Presidente disse que oposição "inferniza a vida o tempo inteiro". "Uma coisa era fazer oposição nos anos 1980, [...] vocês não eram inimigos, eram adversários. Agora os caras são inimigos e tratam como inimigos, eles não perdoam nada. Você pode distribuir uma caneca de ouro, eles vão dizer que é de barro, estão lá para destruir", disse. "Por melhor que você faça uma coisa, eles vão infernizar, esse é o papel deles."
Deputado mineiro tem incomodado o governo. No começo do ano, um vídeo dele sobre uma suposta taxação do Pix, que nunca existiu, viralizou nas redes e agravou a crise na gestão, que teve de editar novo decreto e tentar desmentir os boatos.
O que mais Lula falou a Mano Brown
"Se eu for candidato [à reeleição], serei candidato para ganhar". "Se eu estiver com a saúde e disposição que estou agora, serei candidato. Que a extrema direita está procurando um adversário, está procurando. Eu vejo todo dia um nome: Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], Ratinho [Júnior, governador do Paraná], Caiado [Ronaldo, governador de Goiás]. Vejo todo dia, não tem problema. Pode procurar o candidato que eles quiserem, que se eu for candidato, é para ganhar as eleições."
Quem quiser ganhar de mim, vai ter que andar mais que eu na rua, fazer mais discurso que eu, conversar mais com o povo que eu e fazer mais do que eu. E eu duvido que tenha alguém que seja capaz disso, pelo menos dos que estão aí.
Presidente Lula
"Nosso lema é tentar não perder". "Nós já demos um passo importante [em dois anos de governo]. mas agora nosso lema é o seguinte: tentar não perder. Não perder o rumo de consolidar o processo democrático, derrotar os golpistas de 2020 e 2023 e fazer com que a democracia vingue nesse país, trazendo benefício para o povo."
Geraldo Alckmin (PSB) como vice foi um acerto. "O Alckmin tem uma lealdade extraordinária na relação comigo. Eu sinceramente acho que foi um acerto trazer o Alckmin para ser vice, porque senão você poderia trazer uma pessoa que depois ficasse tentando, como [Michel] Temer, dar um golpe na Dilma. O Alckmin não é esse tipo de gente."
Orçamento secreto "não é tão mau" agora. "No Congresso Nacional, você não consegue acabar com a medida do orçamento secreto porque você não tem a maioria para votar. E hoje eu nem sei se os próprios deputados do PT querem acabar com o orçamento secreto. Mas fizemos acordo que as emendas têm que ser dirigidas para programas do governo. [...] Houve uma certa moralização nessa relação. Aí quando a emenda é dada com seriedade, você sabe que ela tem endereço fixo, tem identidade, e aí não é tão mau. Agora o que era mau era que você não tinha nenhum controle das emendas e isso acabou."
Defesa da exploração de petróleo na bacia da foz do Amazonas. "Eu sou favorável que a gente vá trabalhando a ideia de um dia não ter mais combustível fóssil, mas eu sou muito realista. O mundo não está preparado para viver sem o petróleo, e você tem que utilizar o petróleo como instrumento para financiar a transição energética que o mundo precisa que seja feito.
Você não conhece um desastre na história da Petrobras. [...] A gente não pode abdicar dessa riqueza. O que podemos é assumir o compromisso de que nada será feito para causar qualquer dano ao meio ambiente, esse é o compromisso nosso, mas não podemos deixar de explorar a riqueza enquanto os Estados Unidos, a França, a Noruega, o Catar exploram. Nós precisamos do petróleo para muita coisa, sobretudo para exportar, para que o Brasil faça a transição energética.
"Quando sai denúncia de corrupção, é normal que pensem que foi no governo Lula, porque fomos nós que descobrimos". "Nós quando começamos a investigar [as fraudes no INSS], a gente não quis fazer um espetáculo de pirotecnia, porque a gente queria chegar no bandido, no chefe. [...] Quem descobriu foi o nosso governo, a Advocacia-Geral da União, a Polícia Federal, e descobriu no meu governo porque no governo passado não tinha como descobrir, porque foram eles que criaram [os mecanismos da fraude]. É isso que queremos provar com as investigações corretas."
Se nós não estivéssemos no governo, certamente isso [a fraude no INSS] não poderia ser descoberto. No primeiro momento, a pessoa pode pensar que foi no governo do Lula. Foi no governo do Lula que foi descoberta a maracutaia do governo Bolsonaro.
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