Quem é Luiz Fernando Corrêa, diretor da Abin de Lula indiciado pela PF

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O diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa, está entre os indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga o caso da "Abin paralela".
Quem é Luiz Fernando Corrêa
Delegado federal aposentado e ex-diretor-geral da PF no segundo mandato de Lula (2007-2010). Na primeira gestão do petista (2003-2006), quando a Força Nacional foi criada, Corrêa exerceu o cargo de secretário nacional de Segurança Pública
Foi indicado por Lula no terceiro mandato para chefiar a Abin. Dois meses depois da posse, em 2023, o presidente apontou Corrêa para o cargo, um dia após transferir a agência do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) para a Casa Civil.
Responsável pela segurança das Olimpíadas de 2016, disputadas no Rio. Ele deixou o cargo por um curto período, em 2012, após ter sido alvo de uma ação do MPF (Ministério Público Federal) por suspeitas de irregularidades nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, cuja segurança ele também coordenou. Após o arquivamento da ação, ele reassumiu a função.
Corrêa dirigiu a PF em um de seus momentos mais conturbados. A corporação foi criticada e questionada por membros do Judiciário e do governo por supostos excessos, como os que teriam ocorrido na Operação Satiagraha, em 2008, que prendeu, entre outros, o banqueiro Daniel Dantas.
Na época, ele negou que o país estivesse em um Estado policialesco. "Querem me colocar no campo da bandalheira, tentam minar a boa imagem que a PF tem com a sociedade", disse em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Corrêa também reclamou das pressões que a PF sofria contra o combate a crimes financeiros. Em 2009, ele contestou as críticas à Operação Castelo de Areia, que prendeu a cúpula da construtora Camargo Corrêa e negou que a corporação estivesse agindo de forma partidária. "Estão tentando demonizar a Polícia Federal", disse ao jornal O Globo.
Caso 'Abin paralela'
Corrêa é suspeito de ter autorizado uma ação hacker da agência contra autoridades do governo do Paraguai, como revelou o UOL. Ele também teria atuado para impedir o andamento do inquérito, segundo a Polícia Federal.
Ele foi indiciado sob acusação de três crimes: embaraço à investigação de organização criminosa, prevaricação por impedir a continuidade de operações ilegais sob sua gestão e coação no curso do processo "pelo uso de assédio moral e intimidação contra a ex-corregedora e servidores, visando favorecer interesse próprio ou alheio nas investigações".
Outros integrantes da atual cúpula de comando da Abin foram indiciados. Luiz Carlos Nóbrega, chefe de gabinete de Corrêa, e José Fernando Chuy, corregedor-geral do órgão, também aparecem no relatório final da PF. Além deles, constam o ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, e Paulo Maurício Fortunato, que era secretário de Planejamento do órgão na gestão de Corrêa e foi afastado do cargo pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em 2023, por suspeita de integrar o esquema de monitoramento ilegal.
Procurado por meio da Abin, Luiz Fernando Corrêa não se manifestou sobre o indiciamento da Polícia Federal. Em depoimento, ele negou ter cometido irregularidades e disse que não tinha interesse em impedir apuração de fatos envolvendo a gestão anterior.
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