Agentes da Abin pressionam por saída de diretor-geral e ameaçam greve

Servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) pressionam pelo afastamento do atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa, e vão discutir paralisação.

O que aconteceu

Indicativo de greve será discutido em assembleia geral na próxima segunda-feira. Em comunicado divulgado hoje, a Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin), que representa os servidores da agência, afirma que o atual governo tem feito um processo de "esvaziamento institucional" da Abin.

Servidores também vão debater a possibilidade de ingressar com ação na Justiça para pedir afastamento de Corrêa. O delegado federal tem sido pressionado por agentes a deixar o comando do órgão após ter sido indiciado pela Polícia Federal no inquérito da "Abin paralela". A Intelis alega que a permanência de Corrêa "compromete a credibilidade" da Abin e representa risco ao "funcionamento isento e técnico da Inteligência de Estado".

Comunicado elenca insatisfações dos servidores com o governo. A Intelis afirma ainda que falta diálogo do Ministério da Casa Civil com a entidade —a Abin faz parte da estrutura da pasta— e reclama de "paralisia institucional" da agência por causa do "congelamento de funções estratégicas".

Servidores também apontam para "falta de controle sobre informações sigilosas". Segundo a categoria, as informações estariam sendo geridas "de forma preocupante" por outras instâncias do Executivo, como a Polícia Federal e o Ministério da Justiça. A Intelis não traz provas da denúncia.

Diretor da Abin foi indiciado por suspeita de obstrução de justiça .A PF aponta que houve "conluio" entre a atual gestão do órgão e a direção anterior para evitar que monitoramentos ilegais no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viessem a público.

Ex-diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, antigo número dois da agência, também foi indiciado pela Polícia Federal. Ele foi exonerado pelo presidente Lula em janeiro de 2024, em meio às investigações. Outros seis diretores também foram substituídos na ocasião.

Lula manteve o delegado Luiz Fernando Corrêa, nome de sua confiança, no comando do órgão. Os dois mantêm uma longa relação Corrêa foi diretor-geral da Polícia Federal no segundo mandato do petista, entre 2007 e 2011.

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