Após passar mal, Bolsonaro fará consulta com médico que fez última operação
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Jair Bolsonaro (PL) cancelou agendas que tinha hoje em Goiás e voltou para Brasília após sentir um mal-estar. O médico que operou o ex-presidente há dois meses vem amanhã para Brasília para realizar novos exames.
O que aconteceu
Prefeito de Anápolis (GO), Márcio Corrêa (PL), anunciou cancelamento de agenda de Bolsonaro nas redes sociais. Segundo o UOL apurou, o ex-presidente estava em Goiânia e sequer chegou a viajar para a cidade por causa da situação de saúde.
O incômodo era tamanho que ele estava num evento pela manhã e preferiu não discursar. O ex-presidente permaneceu no local por 20 minutos e foi para uma sala repousar na tentativa de melhorar. Na sequência, decidiu retornar para Brasília.
Bolsonaro marcou uma consulta para amanhã com Claudio Birolini. Cirurgião que operou o ex-presidente em abril, Birolini virá de São Paulo para examinar o ex-presidente no DF Star, hospital onde ocorreu o procedimento.
Ex-presidente se recuperou do mal-estar após tomar remédios, mas ficou sonolento. Pessoas que estiveram com o ex-presidente em Goiás e aliados tentaram minimizar o incômodo afirmando que não é nada grave. Ele está em casa descansando.

Mal desde quinta
Bolsonaro dava indícios de não estar bem desde quinta-feira. Na noite da última quinta, ele discursava em uma solenidade na Câmara Municipal de Aparecida e Goiânia (GO) e soltou um soluço muito forte.
O ex-presidente justificou que estava "muito mal" e "vomitava dez vezes por dia". Ele explicou sua situação: "Desculpa aí, que eu tô muito mal. Vomito dez vezes por dia. Talvez desce a primeira [vomitada] daqui a pouco, aí".
Bolsonaro insistiu na agenda e compareceu a um churrasco num frigorífico em Goiânia na manhã de hoje. CEO da empresa e amigo do ex-presidente, Leandro Batista da Nóbrega serviu carne assada para apoiadores que chegaram a partir das 9h30.
O evento tinha caráter eleitoral para o ex-presidente. Vídeo publicado nas redes sociais do empresário mostra Bolsonaro chegando a um estabelecimento que estava vestido de verde e amarelo. Até os pratos de papelão que serviam a picanha que tinha a foto de Bolsonaro na embalagem tinham a bandeira do Brasil estampada.

Segunda agenda cancelada no ano
Esta foi a segunda viagem interrompida por Bolsonaro no ano. Em abril, ele estava no Rio Grande do Norte para inaugurar uma série de visitas ao Nordeste, aproveitando a queda da popularidade de Lula (PT) na região.
Os eventos foram cancelados porque o ex-presidente passou mal na cidade de Santa Cruz (RN). Ele foi transportado de helicóptero para Natal e precisou ser internado para os cuidados iniciais.
Assim que as condições clínicas permitiram, Bolsonaro viajou de UTI aérea para Brasília. Exames comprovaram a necessidade de cirurgia porque havia problemas no intestino - consequência da facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018.
A operação durou 12 horas e foi descrita como "extremamente complexa" pelo médico que amanhã vai examinar o ex-presidente. A alta ocorreu depois de três semanas de internação e havia determinação de evitar esforços por pelo menos dois meses.
A recomendação não foi obedecida. Na mesma semana, Bolsonaro esteve no carro de som para participar de uma manifestação em Brasília que pedia anistia aos presos do 8 de Janeiro.
O ex-presidente se submeteu a 7 cirurgias em decorrência da facada. A última foi a mais complexa e resultou na perda de mais de 20 quilos, de acordo com apuração do UOL.
A operação mais recente foi usada politicamente pela família Bolsonaro. Responsável pela comunicação digital do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro Bolsonaro foi para o hospital e publicou vídeos de fisioterapia, discursos e até a imagem do abdômen aberto com as vísceras expostas. A intenção era apresentar o pai como homem forte e resiliente.
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