Moraes autoriza visitas de familiares a ex-assessor de Bolsonaro preso
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a visita de familiares de Marcelo Costa Câmara na prisão. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi detido anteontem após seu advogado expor trocas de mensagens com o também ex-ajudante de ordens e delator, Mauro Cid.
O que aconteceu
Ministro autorizou visitas de esposa, filhos pais e irmãos de Câmara. Réu sob a acusação de tentativa de golpe de Estado, ele está detido no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília. No caso de outras visitas, exceto os seus advogados constituídos, ele precisará solicitar antes autorização de Moraes para saber se pode ou não recebê-las.
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Câmara passou a ser investigado também por suspeita de obstrução de investigação. Para Moraes, o fato de sua defesa manter contato com o delator Mauro Cid indica que Câmara pode ter tentado atrapalhar o andamento do processo por tentativa de golpe.
Moraes determinou a prisão preventiva após o advogado de Câmara, Eduardo Kuntz revelar conversas. "A tentativa, por meio de seu advogado, de obter informações então sigilosas do acordo de colaboração premiada de Mauro César Barbosa Cid indicam o perigo gerado pelo estado de liberdade do réu Marcelo Costa Câmara, em tentativa de embaraço às investigações", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal.
Câmara e seu advogado devem ser ouvidos pela PF em 15 dias. É a criminalização da advocacia", disse Kuntz à colunista do UOL Raquel Landim. Ele afirma que não houve qualquer descumprimento das cautelares, que não vigoravam na época das conversas, já que Câmara ainda estava preso.
Kuntz afirma ter feito perguntas de interesse dos clientes defendidos por ele. "Fiz pergunta de interesse dos meus clientes. Tenho obrigação profissional de juntar isso nos autos para privilegiar os meus clientes", relata. "Tomo o cuidado de fazer por áudio para não ser mal interpretado, dentro da legalidade da minha atuação."
Conversas ocorreram no ano passado por meio de perfil de Instagram atribuído a Cid. Advogado não denunciou conteúdo na época, mas decidiu apresentar material neste ano, pouco tempo depois de a defesa de Jair Bolsonaro questionar Cid em interrogatório no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o perfil atribuído a ele na rede social.