Defesa de ex-assessor de Bolsonaro pede para STF revogar prisão
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A defesa do ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Marcelo Câmara, réu pela trama golpista, pediu hoje ao STF para revogar sua prisão preventiva.
O que aconteceu
Câmara foi preso na semana passada, depois que o advogado dele, Eduardo Kuntz, revelou supostas conversas com o tenente-coronel Mauro Cid durante as investigações. No pedido de prisão, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes apontou que Câmara estaria tentando atrapalhar a investigação, ao tentar obter informações sigilosas sobre a delação de Cid por meio de seu advogado, além de violar as condicionais para sua liberdade.
Ex-assessor já havia sido detido em janeiro de 2024. Ele foi libertado quatro meses depois, em maio, sob a condição de cumprir uma série de medidas, como não usar redes sociais, nem se comunicar com os outros envolvidos no caso.
Em pedido protocolado hoje, defesa contesta argumentos de Moraes para a prisão atual. Os advogados dizem que as conversas entre Kuntz e Cid começaram e acabaram em março de 2024, antes da imposição de medidas cautelares. "Nas ocasiões em que ocorreram os contatos entre o delator e este advogado, não havia nenhuma restrição", escreveu Kuntz no documento.
Além disso, segundo o advogado, foi ele quem teve contato com Cid, e não seu cliente. "Não há nada nos autos que demonstre o contrário, que era do seu conhecimento que o delator havia contatado o seu advogado."
O ministro Alexandre de Moraes ainda não se manifestou sobre o pedido.
Relembre o caso
Na semana passada, Kuntz, enviou ao STF o que diz serem provas de que conversava com Cid por um perfil falso nas redes sociais. Com base nesses diálogos, ele pediu a anulação da delação de Cid.
Feitiço virou contra o feiticeiro. Depois da revelação, Moraes determinou a prisão de Câmara e a investigação de Kuntz, por tentarem atrapalhar a investigação. O defensor acionou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e disse que a decisão "criminaliza a advocacia".
STF nunca anulou uma delação premiada homologada, como mostrou o UOL. A medida é considerada drástica e não foi tomada mesmo em casos em que os delatores admitiram ter mentido.
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