Beto Vasques: Motta pode se tornar o 'vilão de carne e osso' do Congresso
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Na crise do IOF, o presidente da Câmara, Hugo Motta, enfim deu as caras e pode se tornar o 'vilão de carne e osso' do Congresso Nacional, falou Beto Vasques, professor da FESPSP, na edição do UOL News de hoje.
O Executivo tem cara. Você tem o Lula que personifica e as pessoas podem atacar. O Supremo, hoje em dia as pessoas não sabem os 11 da seleção, mas sabem os 11 do Supremo graças aos ataques incessantes do Bolsonaro que fez pelas redes as pessoas conhecerem esses atores.
O que está acontecendo agora é que o Motta está pondo cara, a gente diz que esse ataque precisa de um vilão de carne e osso que represente esse mal que está sendo realizado, e o Mota se botou como essa pessoa de carne e osso. Então a tendência é que a reprovação do Congresso aumente.
Então eu, se fosse o Congresso, poria as barbas de molho porque desse processo todo a sensação que eu tenho é que vai cunhar, sim, no Congresso e no centrão, sobretudo, a imagem de que são aqueles que defendem os interesses dos super-ricos e os seus próprios interesses.
Beto Vasques
Hugo Motta declarou que está aberto ao diálogo após o ministro do STF Alexandre de Moraes suspender os decretos do governo e da Câmara sobre o aumento do IOF. O presidente da Câmara disse agora que não é de interesse do Congresso "entrar num cabo de guerra" com o governo.
O professor ressaltou que é preciso facilitar os termos da discussão para que a população entenda realmente a questão do IOF. E a personificação de 'herói contra vilão' é o melhor exemplo disso.
Se a gente for no ponto de ônibus ou no bar da esquina para perguntar do IOF, as pessoas vão achar a gente com cara de marciano. Agora, se você falar que rico não paga imposto e que o pobre paga toda a conta do imposto, isso as pessoas entendem. Isso é absolutamente intuitivo.
E você, quando põe cara em um vilão, quando você cria o vilão da história e o herói, naquela divisão, o 'nós contra eles', o 'nós' é um vilão que protege os super-ricos. E do outro lado você tem o Lula, que é o herói, de uma jornada heroica que vai tentar diminuir, como ele sempre falou, colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda.
Quando você começa a discutir nesses termos, as pessoas entendem. O Congresso da mamata, as pessoas há muito tempo têm essa visão. É que o Legislativo se acostumou a ser poupado no Brasil, sempre o olhar em cima do Executivo, que tinha muito poder, ou do Judiciário nos últimos anos, por conta dos ataques frontais do bolsonarismo.
É impossível com uma linguagem tão simples e intuitiva que isso não entre na conversa do bar, na conversa do ponto de ônibus. O Hugo MotTa, eu acho que tem que refletir bem o que ele andou aprontando.
Beto Vasques
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