Lula defende governança multilateral sobre Inteligência Artificial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu hoje a instalação de uma "governança multilateral" para os assuntos relativos à inteligência artificial. O petista discursou, nesta manhã, na abertura do Fórum Empresarial do Brics, evento que antecede o encontro anual do grupo de países inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

O que aconteceu

Os riscos da IA demandam uma governança multilateral, disse Lula. O presidente brasileiro alertou para os potenciais efeitos negativos da ausência de uma regulação pública sobre a ferramenta.

Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor.
Lula

A discussão sobre a IA é uma das pautas do fórum do Brics, que acontece amanhã e na segunda (7) no Rio. Esse é um assunto que interessa especialmente à China, uma das potências no desenvolvimento de IA. No início deste ano, Pequim lançou sua própria IA, a DeepSeek, dentro de um plano de se tornar líder global dessa tecnologia.

Presidente defendeu também o multilateralismo. Sem mencionar os Estados Unidos, que começaram neste ano uma guerra comercial global, Lula disse que os países em desenvolvimento devem atuar em defesa de um regime multilateral.

Diante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional.
Lula

Na cúpula do Brics, além da crise gerada pelo aumento das tarifas comerciais pelo presidente americano, Donald Trump, a instabilidade no Oriente Médio estará em debate. O Palácio do Planalto quer manter o foco nas mensagens que precisam ser emitidas em prol do multilateralismo e da paz global, além do apoio às prioridades do grupo. Há expectativa de que a declaração final do encontro faça menção também ao conflito entre Irã e Israel.

Lula participa hoje de encontros bilaterais no Forte de Copacabana. Na agenda do presidente brasileiro, estão reuniões com chefes de Estado e representantes da Etiópia, do Vietnã, da Nigéria e da China. Também está previsto um encontro com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, filho do xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan, que é o atual líder dos Emirados Árabes Unidos.

O que mais será debatido na cúpula

Este é o quarto encontro anual do Brics no Brasil. É o primeiro na capital fluminense.

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Presidência brasileira do Brics quer declaração final de consenso entre líderes para demonstrar coesão. O documento prevê apoio à COP30 (Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas), e à reforma das instituições globais, como o Conselho de Segurança da ONU.

Na área de saúde, o foco está na criação de uma parceria para promover pesquisas e coordenar a luta contra doenças socialmente determinadas. A ideia é combater doenças causadas pela pobreza, o que envolve desde os problemas causados pela carência alimentar até os relativos a moradias precárias.

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