Brasileiros que atuavam na Europa vão aplicar no Brasil conhecimentos adquiridos no exterior
Crédito: Rondon Vellozo - ASCOM/MS
Aposentada em Portugal, Sonimar conta que se inscreveu no programa para ficar mais perto dos parentes e trabalhar com medicina geral e familiar. Segundo a luso-brasileira, um projeto similar desenvolvido pelo governo português, que levava médicos para as zonas mais pobres do país, foi benéfico para a população. “As pessoas passaram a não precisar mais se deslocar quilômetros para receber atendimento”, lembra.
A médica Michele Melo, 29 anos, é outra profissional que nasceu no Brasil e se graduou em outro país. Michele cursou Medicina na Espanha e se especializou nas áreas de atenção primária e urgência e emergência. Ela, que trabalhava no setor público espanhol, desembarcou no Brasil com vontade de “agregar todos os valores conquistados lá fora ao que já existe de bom aqui”.
A médica, que está em Brasília para as aulas do módulo de acolhimento e avaliação, vai trabalhar em Rio Branco, no Acre. “O programa foi uma das melhores ideias que eu acompanhei até hoje aqui no Brasil. A questão das opções de cidades, realmente fizeram com que a gente fosse a locais necessitados”, avalia.
Avaliação
Dos 559 médicos formados no exterior que confirmaram participação no primeiro mês de seleção individual do Mais Médicos, 282 entregaram toda a documentação necessária e estão participando do módulo de acolhimento. Desses, 116 são brasileiros que se formaram no exterior. Os outros 277 médicos formados fora do Brasil que selecionaram municípios e não conseguiram validar a documentação a tempo de participar do primeiro mês do programa terão nova chance de selecionar cidades.
Crédito: Rondon Vellozo - ASCOM/MS
No módulo de acolhimento e avaliação, as aulas acontecem simultaneamente em oito capitais do país durante três semanas: Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre e São Paulo. Os profissionais são avaliados por professores de instituições públicas. Os que forem considerados aptos a participar do programa receberão um registro profissional provisório e começam a trabalhar nos municípios no dia 16 de setembro. Os profissionais que atuarão nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) terão acesso a conteúdos específicos sobre saúde dos indígenas.
Também estão participando do módulo de acolhimento e avaliação os 400 médicos cubanos que vieram ao país por meio de acordo entre o governo federal e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Eles atenderão nas unidades básicas de saúde localizadas nas 701 cidades que não foram escolhidas por nenhum médico brasileiro nem estrangeiro.