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Mais Médicos: europeus são preparados para atuar em áreas carentes

Um dos pré-requisitos para participar da seleção do Programa Mais Médicos é que os profissionais atuem em países com uma média de médicos por mil habitantes superior à brasileira. O motivo é evitar que o programa tire profissionais de nações com um índice menor que o do Brasil. No primeiro mês de seleção, a maior parte dos estrangeiros inscritos veio da Espanha (quatro médicos por mil habitantes), Argentina (3,2) e Portugal (3,9).

Crédito: Karina Zambrana - ASCOM/MS

Crédito: Karina Zambrana - ASCOM/MS



Um exemplo é o médico espanhol Diego Francisco Sanchez, que vai trabalhar em Rio Branco, no Acre. Com 25 anos de experiência, o clínico geral quer ajudar o Brasil a promover uma mudança de mentalidade. “Nos países europeus, a mentalidade é comunitária. Aqui é hospitalcentrista. Quero ajudar o Ministério da Saúde a fazer a mudança dessa mentalidade”, afirma.

Na Espanha, ele trabalhava como médico da família. Decidiu se inscrever no programa para ter uma nova experiência. “Queria fazer coisas interessantes na vida”, explica. Ele está em Brasília para participar do módulo de acolhimento e avaliação, que envolve aulas teóricas e práticas sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Os médicos formados no exterior serão avaliados por professores de instituições públicas. Os que forem considerados aptos a participar do programa receberão um registro profissional provisório.

O clínico geral português Raul Ramalho está assistindo às aulas em Salvador, onde irá atuar. A motivação dele para se inscrever no Mais Médicos foi a vontade de voltar à capital baiana. “Quando soube do programa decidi juntar o útil ao agradável”, revela. Ramalho será enviado à periferia de Salvador. “Gosto muito de trabalhar com clínica geral. Houve uma época em que fazia cirurgia maxilo-facial em um consultório próprio, mas sempre procurava realizar uma consulta clínica por semana”, lembra. Ele deixou o consultório privado no final de 2009.

Em 2011, passou um tempo atendendo presidiários na cidade de Alcoentre, próxima a Lisboa. “Os presidiários são uma população carente e agressiva. Quando me aposentei deixei muitos amigos lá dentro da prisão”, diz. Para o português, é preciso estar mais próximo dos pacientes para melhorar o atendimento. “Nos médicos, os dedos têm olhos. O médico tem que ter contato com o doente para ajudá-lo”, opina.

Ramalho começou o curso de Medicina em Angola. Depois, foi para Lisboa e, em seguida, para o Rio de Janeiro. De lá, seguiu em direção a Salvador, onde concluiu a formação e viveu por oito anos. Teve uma filha no município baiano e, mais tarde, precisou retornar a Portugal. Chegou a trabalhar em Angola durante os longos conflitos que castigaram o país africano. Agora, Ramalho quer ser útil ao povo brasileiro. “Eu amo Salvador. E a população de Salvador merece a minha colaboração. Principalmente, as camadas carentes”, destaca.

Seleção
Dos médicos formados no exterior que confirmaram participação no primeiro mês de seleção individual do Programa Mais Médicos, 282 entregaram toda a documentação necessária e estão participando do módulo de acolhimento. Desses, 116 são brasileiros que se formaram no exterior. A maior parte dos estrangeiros é da Espanha (31), seguido dos argentinos (29), portugueses (17) e uruguaios (16). Outros 400 médicos cubanos que vieram ao país por meio de acordo entre o governo federal e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) vão atender a população nos postos de saúde dos 701 municípios que não foram selecionadas por nenhum médico brasileiro nem estrangeiro.

Crédito: Rondon Vellozo - ASCOM/MS

Crédito: Karina Zambrana - ASCOM/MS



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Este é um informe publicitário de autoria do Ministério da Saúde e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL.