Seis dias por semana, Alzira, 48 anos, prepara café da manhã, merenda, almoço e jantar para a tripulação de seis homens a bordo de uma balsa de dragagem que cruza o rio Madeira garimpando ilegalmente por ouro. Aos domingos, quando a arrecadação da semana é contabilizada e os salários pagos, ela volta para casa em Humaitá, no sul do Amazonas.
"Você ganha muito melhor [aqui] do que na cidade", disse ela à Repórter Brasil enquanto preparava um café na cozinha que fica no andar de cima da balsa. Alzira começou a trabalhar como cozinheira nesta embarcação ilegal há três anos. Hoje, ganha um salário fixo de R$ 5,5 mil por mês — um aumento de 1.000% desde que abandonou o trabalho de doméstica na cidade, quando ganhava R$ 500 mensais.