Arthur Lira (PP) tinha férias de menino da roça na infância. Corria para o sítio da avó e passava semanas roendo rapadura, pescando, matando passarinho com estilingue e andando a cavalo. Dormia em uma casa sem luz elétrica e voltava a Maceió todo estropiado, mas completamente feliz.
A criação nos grotões de Alagoas desde os 5 anos introjetou nele os valores do Nordeste rural. Ou você tem casca ou não aguenta o tranco.
E é assim que o presidente da Câmara dos Deputados lida com as questões da política até hoje —e espera fazer isso até quando aguentar. Pragmatismo é mato.
O "CEO" do centrão foi o primeiro do alto escalão do poder a ligar para Lula e parabenizá-lo pela vitória na eleição presidencial. Mesmo sendo de direita e tendo se juntado a aliados de Bolsonaro.
Nessa toada, também foi reeleito este ano com 90% dos votos na disputa pela Câmara dos Deputados, um recorde na casa.
O apego ao senso prático não é uma escolha deliberada, mas uma imposição que o filho do ex-senador Benedito de Lira (PP) aprendeu cedo.