No próximo dia 15, o parlamento britânico aprovará ou rejeitará o acordo costurado entre o Reino Unido e a União Europeia para a retirada britânica do bloco. Após longas deliberações e intensos debates, o Brexit -- que se arrasta desde 2016 -- pode, literalmente, sair.
Será a primeira vez que um dos membros deixa o bloco desde sua criação em 1992. A situação gera dúvidas de grande escala: perdendo 13% dos habitantes, a União Europeia continuará viável economicamente? O que acontecerá com milhares de europeus trabalhando no arquipélago britânico? Cidadãos poderão transitar entre Europa e Reino Unido livremente?
Mas há incertezas também nos detalhes. Um trecho de terra de pouco mais de 500 quilômetros que separam Irlanda do Norte, território britânico, e a Irlanda, território europeu, concentra parte dessas agonias: a fronteira, hoje praticamente inexistente, passará a ser controlada? Famílias e amigos precisarão de visto para visitar quem mora do outro lado da linha? A demarcação reacenderá o ódio que levou nacionalistas irlandeses e unionistas à guerra no fim do século passado?