É início da manhã de domingo (27 de janeiro), dois dias após o rompimento da barragem da Vale da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Os capitães Luiz Augusto de Medeiros Lira e Jorge Luiz Lopes, do Corpo de Bombeiros de Alagoas, chegam e se integram às equipes de resgate, mas enfrentam logo a primeira dificuldade: as buscas haviam sido suspensas por causa da ameaça de ruptura de outra barragem no local.
A ansiedade em iniciar os trabalhos terminou apenas à tarde, quando foram enviados para buscas na área próxima à pousada Nova Estância --que foi totalmente coberta pela lama de rejeitos.
A partir dali, os militares com 15 anos de corporação e especialistas em busca e resgate passaram seis dias intensos, sempre com ao menos 10 horas de trabalho. De volta, eles fizeram exames e farão acompanhamento permanente de saúde para verificar possíveis sequelas deixada após os dias enfiados na lama.
O UOL conversou com os dois capitães na última terça (5), poucos dias após o retorno de ambos a Alagoas. Eles deram detalhes de como foi o período de buscas na cidade mineira, a aflição de não encontrar sobreviventes e o alívio por poder oferecer pelo menos partes dos corpos às famílias.
Os dois foram escolhidos para participar da missão por conta da experiência em salvamentos especiais de grande porte. Ambos integram a equipe de Águias da corporação. Lopes tem curso de resgate para áreas de deslizamentos, e Medeiros Lira é especialista em resgate em estruturas colapsadas.
Ao menos 165 pessoas morreram na tragédia de Brumadinho.