As reclamações de falta d'água na cidade de São Paulo não param de surgir em diversas regiões da cidade duas semanas depois de a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) aumentar o período em que ocorre redução da pressão da água fornecida à capital em razão da seca que atinge o estado.
Enquanto a falta de água incomoda nos bairros de classe média, na periferia o problema é mais grave: o banho é de caneca, os banheiros cheiram mal e a louça acumula sobre a pia.
Moradora o Jardim Promissão, em Santo Amaro, zona sul, a analista de cuidados em saúde, Elaine Andressa Veiga, 41, conta que desde o dia 23 de setembro a água é cortada ou tem seu volume diminuído a partir das 20h, uma hora antes do prometido. Como seu chuveiro não está ligado à caixa d'água, Elaine precisa improvisar o banho quando chega do trabalho.
"Simplesmente tenho que tomar banho no tanque com uma toalha úmida e rezar para no outro dia, a partir das 6 da manhã, quando o serviço é normalizado, eu consiga tomar um banho decente", diz ela, que cansou de reclamar na Sabesp.
Todos os canais de relacionamento estão só com atendimento eletrônico; não consegui falar com nenhum representante."
Elaine Andressa Veiga, analista de cuidados em saúde
Questionada, a Sabesp não respondeu sobre a dificuldade dos consumidores de conversar com seus atendentes. Ela afirma que a redução na pressão noturna ocorre entre 21h e 5h, uma "prática recomendada internacionalmente" para evitar perdas de água por vazamentos e rompimentos.