João Doria Jr. (PSDB), 61, assume o governo paulista no próximo dia 1º com a promessa de modernizar a gestão estadual, dar resultados rápidos e concretos em áreas sensíveis e visíveis, como a da segurança, e se consolidar como principal liderança tucana (e de segmento do campo conservador) para o voo mais alto: a sucessão de Jair Bolsonaro (PSL), em 2022.
O primeiro passo do ex-prefeito de São Paulo foi a montagem de um secretariado de cunho nacional, com seis ex-ministros do governo do presidente Michel Temer (MDB), e representativo de outros cinco partidos: DEM, MDB, PP, PRB e PSD.
O nome mais "estrelado" é o de Henrique Meirelles (MDB), ministro da Fazenda de Temer e candidato derrotado à Presidência da República.
O PSDB de Doria ficou com fatia menor e menos importante do primeiro escalão, com nomes que não figuram entre os porta-vozes do partido.
No estado de São Paulo, os tucanos se alternam sucessivamente há mais de 20 anos no comando do governo, desde a vitória de Mário Covas nas eleições de 1994. Depois vieram Geraldo Alckmin e José Serra.
Com a derrota expressiva de Alckmin na eleição para presidente em 2018 --a menor votação presidencial recebida por um tucano desde a redemocratização do país--, a ala hegemônica e tradicional do PSDB perde força.
Com isso, Doria, vitorioso nas urnas com cerca de 11 milhões de votos e longe de ser unanimidade no partido, ascende a figura central e deverá forçar mudanças internas em nome do que chama de um "novo PSDB", mais liberal na economia e conservador nos costumes.
Sua equipe de marketing está preparando uma nova "roupa" para ele, com o molde de governador, mas com as mesmas medidas do "João trabalhador" e "realizador" que o elegeram prefeito.
A reportagem que você vai ler a seguir reúne tucanos históricos, como Ricardo Tripoli e Alberto Goldman, e a análise de observadores políticos. O governador eleito e diplomado respondeu por escrito aos questionamentos do UOL, por meio de sua assessoria de comunicação.