Com a troca de ocupante do trono, o Japão inicia oficialmente amanhã uma nova era -- a Reiwa ("bela harmonia").
O imperador atual, Akihito, deixou o poder hoje afirmando não ter mais capacidade de "exercer de corpo e alma" o cargo devido à idade.
A sua saída encerra a era Heisei, que quer dizer algo como "realização da paz".
A Lei da Sucessão Imperial, de 1947, diz que a passagem do trono é feita de pai para o filho mais velho. E na falta desse, assume o irmão mais novo.
Em 2005, debateu-se a necessidade de alterar a lei para que mulheres pudessem também assumir o trono. Durante 41 anos, nenhum homem nasceu na família imperial japonesa - Naruhito, que assume amanhã, tem uma filha, a princesa Aiko.
Em 2006, o nascimento do príncipe Hisashito, sobrinho do novo imperador, abafou a discussão.
O Japão já passou por quase 250 eras, que não representam, necessariamente, a mudança de imperadores. No passado, grandes acontecimentos, como catástrofes naturais, eram suficientes para a mudança.
A escolha do nome das eras é feita pelo governo. Eles devem ser simples, inéditos e refletir os ideais da nação, sem fazer menção a nome de pessoas, lugares ou empresas.
O país aguarda com muitas expectativas a era vindoura e que ela represente um Japão mais jovem e globalizado.
A era Heisei, que se encerra com a saída de Akihito, se iniciou em 1989, após a morte do imperador Showa, e passou por marcos munidiais como a queda do Muro de Berlim, em 1991, e o lançamento do Game Boy, da Nintendo.
Marcada por grandes transformações econômicas, a era também ficará conhecida pela relação mais próxima do imperador e da imperatriz com o público.
A família imperial tem, inclusive, um fã clube fiel, que dedica tempo e dinheiro para seguir os imperadores e fotografá-los.Entre eles está Fumiko Shirataki.