Era 17 de julho de 2017 quando Ventania* (nome de guerra) foi chamada à casa de seu padrinho no PCC (Primeiro Comando da Capital), de alcunha Miguel Oião. Na residência dele, no bairro Maraponga, em Fortaleza, foi informada de que era acusada de participar de um assassinato e seria julgada pela organização criminosa.
Ali começava um calvário de quatro dias à espera de uma sentença.
O UOL teve acesso a esses detalhes em uma denúncia feita em 3 de dezembro de 2018 pelo MP-CE (Ministério Público do Ceará) em que acusa dez pessoas pelo envolvimento no sequestro e julgamento de Ventania. A investigação descobriu detalhes sobre como ocorre um julgamento de um membro dentro da maior facção do Brasil.
A reportagem pediu uma entrevista com um dos quatro promotores do MP-CE responsáveis pela denúncias, mas assessoria do órgão informou que eles decidiram não falar sobre o tema.