Principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) completará 25 anos em 2023. O exame, que já teve uma grande reformulação ao longo de sua história, passará por mais uma mudança estrutural em breve.
A primeira remodelagem da prova aconteceu em 2009, 11 anos depois da criação do Enem, em 1998. Antes, o exame tinha como objetivo avaliar a qualidade do ensino médio no país. Com a mudança, o Enem passou a ter cara e conteúdo de um vestibular unificado e nacional, estrutura que foi sendo amadurecida até chegar ao que se conhece da prova hoje.
Mais de dez anos depois desta primeira grande modificação, o Enem será reformulado novamente. A medida é consequência direta da reforma do ensino médio, que institui uma nova organização para o currículo desta etapa de ensino e à qual o Enem também deve, portanto, ser adaptado.
A reforma passa a valer na prática a partir deste ano e deve estar integralmente implementada em todas as escolas de ensino médio do país até 2024. As modificações no Enem devem respeitar o mesmo limite de prazo.
"O novo ensino médio se baseia na flexibilidade curricular, na diversificação e na interdisciplinaridade. Esses três eixos precisam ser respeitados, considerados e ajustados no novo Enem", afirma Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do CNE (Conselho Nacional de Educação) e ex-presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação da prova.
As discussões para a construção de uma nova estrutura já foram iniciadas, mas caminham a passos lentos. Especialistas ouvidos pelo UOL alertam que, para uma reformulação como essa, o tempo pode acabar sendo curto e apontam ainda uma série de desafios a serem enfrentados no percurso —entre eles, as recentes limitações orçamentárias para a educação, a crise no Inep e a realização das eleições presidenciais em outubro deste ano.