Principal opção de transporte para quem sai da zona oeste do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense com destino ao centro da capital fluminense, os trens convivem há décadas com todo tipo de precariedade —de atrasos e superlotação a tiroteios e cracolândias em estações do subúrbio.
Um novo risco foi adicionado à rotina de passageiros e funcionários do sistema ferroviário: o novo coronavírus.
Sem fiscalização ou medidas de prevenção efetivas, os trens do Rio se tornaram um ambiente perfeito para a propagação da covid-19: passageiros sem máscara são vistos às dezenas nos vagões, sem serem incomodados por funcionários da Supervia —empresa que administra o serviço por concessão do governo do estado.
A reportagem do UOL embarcou nos trens que servem a região metropolitana do Rio neste mês, quando a variante delta —temida pelo fato de ser muito mais transmissível que as demais cepas do novo coronavírus— já havia se tornado hegemônica na cidade.
No entanto, o risco de contaminação é ignorado por muitos passageiros.
Ambulantes circulando quase sempre sem a proteção pioram ainda mais o quadro: eles passam o dia inteiro nos vagões gritando para vender seus produtos.
Estão mais expostos à covid-19 e, uma vez contaminados, podem espalhar a doença para muito mais gente que o normal. O comércio de produtos nos vagões é vedado.
Decretos do governo do estado tornam obrigatório o uso de máscaras no interior de trens e estações, mas não estabelecem punições pelo descumprimento.
Questionada, a Supervia diz que o papel de fiscalizar o cumprimento das medidas sanitárias cabe ao poder público.