Novatos e bem votados

Quem são os deputados federais estreantes que lideraram as votações em seus estados

Juliana Carpanez do UOL, em São Paulo Arte/UOL

Entre os deputados campeões de voto as últimas eleições, há 20 nomes que são estreantes na Câmara.

Muitos já tinham trajetória política, principalmente como deputados estaduais e vereadores. Outros ganharam projeção por diferentes motivos: suas famílias (caso de João Campos, filho de Eduardo Campos), o trabalho na TV (como Hélio Costa e Mara Rocha) ou a associação com o presidente Jair Bolsonaro (foi o que "turbinou" a candidatura Hélio Fernando Barbosa Lopes, o Hélio Negão).

Para apresentar as novas caras da Câmara, o UOL fez um resumo da trajetória desses 20 parlamentares e das ideias que eles defendem - o tema mais citado foi segurança (8 eleitos), seguido por impunidade (3) e educação (3). Todos foram os mais votados em seus estados.

A reportagem também usou as informações de contato divulgadas em suas páginas oficiais para fazer quatro perguntas:

1) a que atribui a quantidade de votos?;
2) qual sua principal bandeira;
3) já tem projeto para apresentar?;
4) o que a população pode esperar de seu mandato?

Todos foram contatados e, destes, oito responderam às questões. Para os outros, a reportagem buscou informações de campanha e entrevistas. Os deputados serão apresentados em ordem alfabética, mas você pode também usar o menu para ir direto ao parlamentar de seu interesse.

Amaro Neto

PRB-ES

O radialista capixaba de 42 anos trabalhou em diversas rádios do Espírito Santo, principalmente como narrador esportivo, até virar apresentador do programa Balanço Geral da TV Vitória, afiliada à Record. Durante o mandato parlamentar, Neto estará no programa aos sábados. Entre 2012 e 2014 apresentou o Brasil Urgente Minas, da Band.

Em 2014, foi eleito deputado estadual. Em 2016, foi para o 2º turno, mas não venceu as eleições para prefeito de Vitória.

O valor total de seus bens declarados é R$ 929,7 mil.

"A quantidade de votos é justificada pela popularidade do programa de TV --o Balanço Geral--, o trabalho como deputado estadual, a campanha de 2016 para prefeito de Vitória, que deu visibilidade maior às nossas ideias e propostas para a capital, e o sentimento de mudança que tomou conta nas eleições 2018", afirma Neto.

Nossas principais bandeiras são a segurança pública, turismo e infraestrutura.

Sobre projetos, o deputado afirma que pretende levar a Brasília ideias que apresentou na Assembleia capixaba e que acabaram não avançando, pois seriam "temas de competência federal".

Podem esperar do meu mandato: compromisso, dedicação e muito trabalho. O grande desafio é aprovarmos as mudanças que o Brasil precisa.

Benes Leocádio

PTC-RN

Benes Leocádio, 52, foi prefeito de Lajes (RN) por cinco mandatos. Em agosto de 2018, seu filho Bener Júnior morreu assassinado durante um assalto em Natal. Ao lado de Jair Bolsonaro, durante a campanha, o deputado mostrou interesse em "modificar as leis penais em nosso país e endurecer as leis para reduzir a impunidade no Brasil. Falo como quem sofreu na pele a perda de um ente querido".

O valor total de seus bens declarados é R$ 1,57 milhão.

Camilo Capiberibe

PSB-AP

Nascido em Santiago do Chile, Camilo Capiberibe, 46, veio para o Brasil por causa do exílio de seus pais, os também políticos João e Janete Capiberibe. Começou a vida política como presidente do centro acadêmico da PUC-Campinas, onde formou-se em direito. Em 2006, tornou-se deputado estadual do Amapá. Em 2010, foi eleito governador do Amapá.

O valor total de seus bens declarados é R$ 565 mil.

"Fui deputado estadual e governador e, nessa trajetória, pude promover ganhos para a sociedade. Esse foi o principal fator", diz Capiberibe sobre ser o candidato a deputado federal mais votado do Amapá.

Lutar pelo desenvolvimento sustentável com respeito às populações tradicionais e aos direitos humanos.
Camilo Capiberibe, sobre suas bandeiras de atuação

O agora deputado federal afirma estar debatendo projetos na área de meio ambiente e da participação política, mas que ainda não estão prontos para apresentar. Sobre o que esperar de seu mandato, Capiberibe responde:

Mandato de luta pela preservação de direitos (não de privilégios!), inclusão social e produtiva. Fiscalização do poder executivo e apoio a agendas positivas para o país (se houver).

Capitão Wagner

Pros-CE

Nascido em São Paulo, Wagner Sousa Gomes, 40, mudou-se para Fortaleza (CE) ainda criança. Formou-se técnico em eletrotécnica, tornou-se policial militar e ingressou na PRF (Polícia Rodoviária Federal). Especialista em legislação de trânsito e legislação militar, é professor da Academia de Polícia Militar.

Começou na política em 2010, quando concorreu ao cargo de deputado federal, para o qual não foi eleito. Em 2012, tornou-se vereador do Ceará e, em 2014, deputado estadual. Em 2016, foi para o 2º turno na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, mas perdeu o pleito.

Em seu material de campanha, ele indica as seguintes bandeiras: defesa dos trabalhadores, dos servidores públicos, dos profissionais de segurança, da transposição do rio São Francisco, mais segurança pública, melhoras na saúde e educação, defesa dos bons costumes e da família, redução do Congresso Nacional e instalação da CPI do narcotráfico.

O valor total de seus bens declarados é R$ 908,7 mil.

Flavia Arruda

PR-DF

Formada em educação física e estudante de direito, Flavia Arruda, 39, é casada com o ex-governador José Roberto Arruda, com quem tem duas filhas - em setembro passado, Arruda foi condenado a mais de 7 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e corrupção de testemunha. 

Flavia apresentou na Band de Brasília o programa Nossa Gente e fez a previsão do tempo no programa do jornalista Boris Casoy, também da Band.

Como primeira-dama, diz ter incentivado projetos sociais:

Conheço a difícil realidade das famílias e dos trabalhadores brasilienses, especialmente de quem vive nas cidades satélites e no entorno. A base do trabalho que será desenvolvido no mandato vai priorizar projetos que possam beneficiar essa parcela da população.

O valor total de seus bens declarados é R$ 774,9 mil.

Gervásio Maia

PSB-PB

Gervásio Maia, 43, tem família de políticos: é neto do ex-governador da Paraíba João Agripino Filho e filho do ex-deputado Gervásio Bonavides Mariz Maia, ambos considerados por ele referências em sua vida e na política. Em 2002, foi eleito pela primeira vez deputado estadual --no total, foram quatro mandatos (2006, 2010 e 2014). Atuou como presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba entre 2017 e 2019.

Em entrevista divulgada em sua página no Facebook, o deputado afirmou que vai fazer uma oposição propositiva.

Não estarei dos dois lados do campo: tem que ter um lado, o meu é o do campo das oposições. Eu não votei em Bolsonaro. Eu vou exigir do presidente que ele olhe para a Paraíba enxergando um estado que fez o dever de casa e que precisa muito dos recursos do governo federal. [...] A boa política é aquela feita para todos.

O valor total de seus bens declarados é R$ 2,9 milhões.

Haroldo Cathedral

PSD-RR

Haroldo Cathedral, 65, se descreve como empresário, engenheiro da computação, administrador de empresas e doutor em ciências sociais. Em sua estreia na política, ele conta que, à frente da Faculdade Cathedral, "percebeu as angústias e desejos da população, o que o provocou a assumir um papel relevante e definitivo na busca pelas resoluções desses problemas".

Esse papel, continua, só pode ser assumido se estiver na posição de "representante, de consolidador, de defensor desses anseios". Seu foco na política será voltado à educação, segurança e social.

O valor total de seus bens declarados é R$ 14,8 milhões.

Hélio Costa

PRB-SC

Conhecido por apresentar programas de rádio e TV em Santa Catarina, como o Balanço Geral, Hélio Costa, 64, diz ter se candidatado para "intensificar a luta de ser a voz do povo". No site oficial de seu partido, ele destaca que o foco de seu mandato está na segurança.

Fica difícil falar em melhorar a segurança pública quando o policial se esforça para captura de criminosos, que logo são colocados em liberdade. É preciso alterar a lei de execuções penais.

O novo deputado federal catarinense também menciona a importância do fortalecimento do conselho tutelar --para agir com mais rigor nos casos em que pais batem e abusam dos filhos-- e também se manifesta a favor da posse de arma.

O valor total de seus bens declarados é R$ 135,1 mil.

Eu fiz um cálculo rápido que me deu uma boa expectativa. Como apresentador de televisão eu saía às ruas e tirava no mínimo cinco fotos por dia. Eram sempre pessoas diferentes. Pensei que essa quantidade de pessoas poderia confiar e votar em mim.

Costa afirma que esperava ser eleito, mas que o primeiro lugar o surpreendeu. "Momento histórico e minha longa trajetória como jornalista são os dois fatores principais."

Mais de 60 mil brasileiros assassinadas por ano. É uma guerra. Seria uma loucura pensar em economia antes de consertar isso. Como o indivíduo vai trabalhar em paz se não sabe se chegará vivo em casa, se será assaltado ou terá seu lar invadido? O Brasileiro vive em estado de sítio permanentemente.

Segundo Costa, sua primeira ação na Câmara será revisar projetos relativos à segurança pública. Alterações na audiência de custódia, tornar a invasão domiciliar um crime hediondo, alterações no estatuto do desarmamento. "Há muita coisa para ser feita."

O deputado eleito promete "trabalho ativo, muito empenho, dedicação e, acima de tudo, zelo por aquilo que é do povo".

Hélio Fernando Barbosa Lopes

PSL-RJ

Hélio Lopes, 49, ficou conhecido nas eleições como "negão do Bolsonaro", devido à proximidade com o presidente eleito (os apelidos Hélio Bolsonaro e Negão do Bolsonaro servem como identificação de suas páginas nas redes sociais). Em 2016, como Hélio Negão, tentou ser vereador de Nova Iguaçu pelo PSC, mas obteve 480 votos.

O subtenente do exército apareceu depois da vitória, em um vídeo ao lado de Bolsonaro, em que os dois usavam uma camiseta com a estampa "minha cor é o Brasil".

O valor total de seus bens declarados é R$ 0,00.

João Campos

PSB-PE

Formado em engenharia civil, João Campos, 25, é filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Secretário estadual de organização do PSB, este é o primeiro cargo público que exerce. "Seguindo os passos do meu bisavô, Miguel Arraes, e do meu pai, estou preparado para apresentar uma pauta propositiva, dialogar e defender as questões mais relevantes para a redução das desigualdades em Pernambuco e no Brasil", afirma em seu material de campanha.

Entre as principais bandeiras que defende, estão a valorização de professores e melhoria nas escolas com aumento da participação da União no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), a disponibilidade de internet de alta velocidade em escolas públicas, o fortalecimento da formação cidadã nas escolas, a ampliação da instalação de dessalinizadores, soluções para recuperar o acesso ao crédito, defesa da economia inclusiva, da agricultura familiar e propostas de leis e política públicas para acesso a órteses e próteses.

O valor total de seus bens declarados é R$ 123,4 mil.

José Ricardo

PT-AM

Nascido no Rio Grande do Sul, José Ricardo Wendling, 54, mora em Manaus desde os sete anos. Foi vendedor de empresas de tecnologia, como Sharp e Sanyo, formou-se em direito e economia --desde 1989 atua como economista, tema que ensinou em universidades. Filiado ao PT desde 1995, concorreu pela primeira vez a vereador em 1996 --cargo que só alcançou em 2004, sendo reeleito em 2008. Em 2010, foi eleito deputado estadual.

O valor total de seus bens declarados é R$ 1,42 milhão.

"Acredito que [recebi tantos votos] pela postura de fiscalização contínua ao governo do estado, seja nas escolas, nos hospitais e delegacias da capital e dos municípios do interior, vendo de perto os problemas da população, cobrando e propondo melhorias. Também pela prática de prestação de contas dos mandatos, em cima de uma kombi nos terminais e praças, ouvindo sempre a população e atuando de forma ética de transparente. Além disso, combatendo a corrupção e os desvios de recursos públicos.

Sempre atuei em defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana, assim como está previsto na Constituição Federal, como educação, saúde, transporte, segurança, moradia, água e saneamento e políticas de desenvolvimento econômico, no nosso caso, em defesa da Zona Franca de Manaus e de novas alternativas econômicas para o Amazonas.

Ricardo comentou quais devem ser suas primeiras ações na Câmara.

Vamos questionar as medidas do governo federal. Também estaremos apresentando emendas a projetos envolvendo a economia e a defesa dos direitos da população, hoje ameaçados por esse governo.

O deputado promete um mandato de oposição ao governo, que "está massacrando a população". "Não concordaremos, por exemplo, com a reforma da Previdência, segundo a qual querem que a conta seja paga pelos mais pobres."

Josimar Maranhãozinho

PR-MA

Josimar Cunha Rodrigues, 42, nasceu em Várzea Alegre (CE) e se descreve como empresário. Tem três filhos com Maria Deusdete Lima, a Detinha, ex-prefeita do Centro do Guilherme (MA) e recém-eleita deputada estadual. Foi prefeito de Maranhãozinho (MA) por dois mandatos consecutivos, de 2004 e 2008. Em 2014, foi efeito deputado estadual.

"Minhas ações [...] foram, essencialmente, voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos maranhenses, em áreas importantes como: saúde, educação, esporte, infraestrutura", afirma no material de campanha.

O valor total de seus bens declarados é R$ 14,6 milhões.

Léo Moraes

Pode-RO

Léo Moraes, 35, foi eleito vereador em 2012, deputado estadual em 2014 e, em 2016, perdeu no segundo turno a disputa pela Prefeitura de Porto Velho.

Em encontro com o presidente Jair Bolsonaro, ele apresentou aquelas que chamou de suas principais bandeiras: a duplicação da estrada BR-164 e o reparo da BR-319. Moraes também luta contra o aumento nas contas de energia elétrica em Rondônia.

"Meu compromisso é com a nossa gente e com Rondônia. Vamos atuar de forma independente sempre em defesa do povo, não de governos", diz seu material de campanha.

O valor total de seus bens declarados é R$ 964,4 mil.

Mara Rocha

PSDB-AC

Formada em educação física e jornalismo, Mara Rocha, 45, tem entre suas bandeiras a igualdade salarial: "A pessoa que desenvolve a mesma atividade, independentemente de ser homem ou mulher, não pode ganhar menos que o outro", afirmou em entrevista ao site de seu partido. Grande parte de sua experiência profissional foi em programas de TV.

No material de campanha, ela também apontou iniciativas para produtores rurais, construção e reformas de escolas e postos de saúde na zona rural, segurança jurídica para o produtor rural e parcerias para implantação de agroindústrias.

Em seu perfil no Instagram, a deputada postou uma montagem em que aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro com a seguinte legenda: "Esquerda nunca mais! Eu sou Bolsonaro 17 para libertar o Brasil".

O valor total de seus bens declarados é R$ 125 mil.

Marcel Van Hattem

Novo-RS

Nascido em Dois Irmãos (RS), Marcel Van Hattem, 33, é graduado em relações internacionais pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e mestre em ciência política pela Universidade de Leiden (Holanda).

Aos 18 anos, foi vereador em Dois Irmãos. Candidatou-se a deputado estadual três vezes (2006, 2010 e 2014), mas não foi eleito --neste último pleito, ficou como primeiro suplente e assumiu o cargo em fevereiro de 2015, com a nomeação do então deputado Pedro Westphalen para a secretaria de transportes.

Van Hattem, um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre), anunciou recentemente sua candidatura à presidência da Câmara. A decisão fez com que o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) retirasse sua candidatura para apoiá-lo: "Não vejo motivo para manter as duas candidaturas defendendo as mesmas ideias", afirmou Kataguiri.

O valor total dos bens declarados de Van Hattem é R$ 7.872.

"Muita gente dizia que eu teria um ótimo resultado antes da campanha, mas o grande segredo foi não ter acreditado nisso e ter ficado até o último segundo trabalhando, com paciência e dedicação, com a equipe e os voluntários, para poder chegar a este resultado. Considero que o eleitor valorizou quem demonstrou coerência e posicionamento, mesmo na adversidade", afirma o novo parlamentar da Câmara.

Segundo Van Hattem, as redes sociais também foram fundamentais como um instrumento para difundir suas propostas.

Sabemos que vivemos uma enorme crise na área da segurança pública e é necessário que alteremos muitas das leis no âmbito penal. Precisamos endurecer as leis para garantir que não haja impunidade e para que o cidadão honesto se sinta prestigiado.
Marcel Van Hattem, sobre bandeira de seu mandato

Como deputado federal, o gaúcho pretende cortar privilégios.

Como deputado estadual eu não aceitei o aumento do salário dos deputados, usei menos de 1/3 da verba de gabinete, utilizava ponto eletrônico para os assessores do meu gabinete. Farei o mesmo como deputado federal, para dar exemplo e cobrar dos outros poderes e dos outros políticos que sejam transparentes e não esbanjem com o dinheiro do pagador de impostos. Teremos no máximo 50% dos assessores em cada gabinete e cortaremos custos.

Van Hattem defende as reformas e privatizações para "reduzir o inchaço estatal e dar mais chance ao indivíduo. Quem gera riqueza e cria empregos é o cidadão, não o governo".

Sobre projetos, o deputado eleito destaca o trabalho da sua bancada.

Serei líder da bancada do Partido Novo em 2019 e, juntamente com os meus sete colegas deputados estamos trabalhando na redação do projeto que busca colocar fim ao fundo partidário e ao fundo eleitoral. Os partidos políticos são instituições privadas que devem buscar maneiras de serem financiados por quem acredita nas suas propostas, não por todos os cidadãos por meio dos impostos que deveriam ir para saúde, educação, segurança.

Van Hattem destaca como mensagem aos eleitores a ideia de patriotismo. "Eu sempre digo e muita gente concorda: eu não quero viver em outro país, eu quero viver em outro Brasil. É responsabilidade minha, como brasileiro, fazer do meu país um outro Brasil."

Nelson Barbudo

PSL-MT

O produtor agropecuário de 58 anos foi eleito vereador de Alto Taquari (MT) em 2008. Apoiador de Jair Bolsonaro, em seu discurso de diplomação ele afirmou empenhar sua "palavra para lutar a favor do agronegócio".

"Não medirei esforços para a regularização fundiária dos assentados, cujas tratativas já iniciei antes mesmo de ser diplomado. E jamais esquecerei a agricultura familiar", continuou, dizendo ter atendido a um "chamado do capitão para promover a mudança neste pais".

Nesse mesmo discurso, ele reforçou sua luta para o Mato Grosso estar "mais bem inserido em sua capacidade comercial e industrial, na produção de grãos, carnes, peixes e todo tipo de proteína que poderá matar a fome de grande parte dos brasileiros e talvez do mundo inteiro".

O valor total de seus bens declarados é R$ 2.500.

Pastor Sargento Isidório

Avante-BA

Manoel Isidorio, 56, foi eleito deputado estadual da Bahia em 2002, sendo reeleito para o cargo em 2010 e 2014. Também tentou, sem sucesso, ser deputado federal em 2006 e prefeito de Salvador (2012 e 2016). Em sua biografia, ele diz ser "doido por Jesus" e também líder espiritual da fundação Dr. Jesus, que desenvolve um trabalho de recuperação e ressocialização de dependentes químicos.

Evangélico, ele afirmou em vídeo que em Brasília vai "apoiar tudo o que for bom" da Presidência da República.

O valor total de seus bens declarados é R$ 400,8 mil.

Rose Modesto

PSDB-MS

Graduada em história, Rose Modesto, 40, deu aula em escolas públicas. Em 2008, estreou na política com a eleição para vereadora em Campo Grande. Reelegeu-se em 2012. Em 2014, assumiu o cargo de vice-governadora do Mato Grosso do Sul e, em 2016, disputou a Prefeitura de Campo Grande --chegou ao segundo turno, mas perdeu.

Entre seus projetos de lei aprovados estão a lei da merenda escolar especial (com alimentação diferenciada às crianças portadoras de anemia e intolerância a lactose nas creches e escolas municipais), lei bolsa universitária municipal de graduação e pós-graduação (com financiamento para estudantes de bom desempenho e sem recurso para custear os estudos) e a lei botão do pânico (para detectar agressores de mulheres que desrespeitem medidas protetivas).

O valor total de seus bens declarados é R$ 283,6 mil.

Durante toda a minha atuação política sempre procurei estar o mais próximo possível da população. Conhecendo a realidade de cada canto do meu estado, criamos uma relação recíproca de confiança, respeito e credibilidade. Sempre com muita responsabilidade com a coisa pública, com os investimentos, projetos e ações que busquem assegurar os direitos de todo cidadão, principalmente na assistência social, saúde e educação.

A principal bandeira do mandato de Rose é trabalhar em assuntos ligados a educação, assistência social, proteção aos direitos das mulheres e agronegócio.

Como conheço a realidade dos municípios e a dificuldade enfrentadas pelos prefeitos hoje, serei uma deputada federal municipalista, buscando caminhos para ampliar a participação dos municípios na distribuição dos recursos.

Sargento Fahur

PSD-PR

O paranaense Gilson Cardoso Fahur, 55, trabalhou por 35 anos como policial militar rodoviário. Em 2014, foi candidato a deputado federal, mas perdeu o pleito. Em 2017, com a aposentadoria compulsória, entrou para a reserva remunerada da PM do Paraná. A princípio, quis eleger-se deputado federal pelo PSL de Jair Bolsonaro, a quem apoia declaradamente. Porém, diz que os dirigentes do partido vetaram essa opção por razões estratégicas, fazendo com que optasse pelo PSD, liderado no Paraná por Ratinho Júnior.

O valor total de seus bens declarados é R$ 493,4 mil.

Atribuo a minha expressiva votação a alguns fatores como exposição do meu trabalho frente a Polícia Militar, com inúmeras prisões e apreensões, divulgadas excessivamente nas redes sociais, posicionamento crítico, radical e intransigente contra criminosos, vontade de mudanças por parte do povo. E por fim, beneficiado pela onda Bolsonaro.

A principal bandeira do sargento será a segurança pública. "Pretendo usar meu mandato para dificultar ainda mais a vida de bandidos. Nossos jovens têm que ver e entender que quem cometer crimes será severamente punido, de acordo com a gravidade de seus atos."

Tenho alguns projetos em mente. Transformar em crime hediondo o crime praticado com arma dentro da casa da vítima, pois entendo que a casa é o asilo inviolável do cidadão e precisa ser preservada. Isso acarretará em perdas de direitos por parte do criminoso e aumento considerável das penas e tempo de reclusão. Outro projeto visa a desobrigar o estado de separar presos devido a suas vinculações com determinadas facções criminosas. Ou seja, todos juntos, cumprindo penas.

Tiago Dimas

SD-TO

Nascido em Uberaba (MG), Tiago Dimas, 30, vive há 29 anos em Araguaína (TO) --cidade onde seu pai, Ronaldo Dimas (PR), é prefeito. Em seu material de campanha, em que se descreve como empresário, ele afirma estar à frente de "programas de tecnologia para a cidade, atração de investimento e implantação de estágio remunerado para jovens na prefeitura".

O valor total de seus bens declarados é R$ 328,3 mil.

O parlamentar não pode ser apenas um catalizador e buscador de emendas ao orçamento, despachante de prefeitos e lideranças. Claro que isso é importante, mas o principal é ser atuante nas comissões e no plenário, saber o que está votando, entender o que cada projeto pode interferir na vida da população e o que fazer para melhorá-lo. A população entendeu a nossa mensagem, pois estava cansada do jeito antigo de fazer política.

Dimas está no meio político desde os 14 anos, acompanhando a carreira política do pai. "Tive oportunidade de aprender muito, inclusive na própria Câmara dos Deputados, onde fui office boy do seu gabinete e posteriormente ao seu mandato assessor na primeira-vice-presidência, meu primeiro emprego formal, e na primeira-secretaria. Também já fui presidente de um órgão municipal na minha cidade, Araguaína, e pude colaborar com o desenvolvimento de projetos para a cidade."

Garanto que não haverá qualquer enrolação e sim sinceridade e trabalho honesto.

O novo deputado federal defende rever a distribuição de verba feita pela União.

É imprescindível rediscutir e aplicar, de verdade, o pacto federativo. Todos no parlamento sabem da importância dessa questão. Hoje apenas 17% dos 100% que se arrecada com tributos ficam com as prefeituras. As pessoas moram na cidade, precisam de saúde nas cidades, de segurança, de educação, de ruas pavimentadas, mas grande parte do dinheiro, cerca de 65%, fica na União. Está muito errado.

Entre os primeiros projetos de Dimas, está uma proposta para "incentivar e/ou obrigar a criação de clínicas-escolas públicas dedicadas ao autismo. Dados indicam que uma a cada 58 crianças nasce com algum grau desse transtorno e, por incrível que pareça, hoje temos apenas cinco unidades públicas em todo o país especializadas no tratamento".

Outro projeto de Dimas deve propor que novas escolas a serem construídas no Brasil, especialmente nas regiões mais quentes do país, sejam equipadas com ar condicionado abastecido com energia solar.

"Ainda dentro dessa linha de tecnologia, integrarei a Frente Parlamentar GovTec, onde defenderemos o uso da tecnologia para avançar nas mais diversas áreas."

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