Políticos, personalidades, religiosos e acadêmicos suíços lançam uma iniciativa para avaliar o papel do país alpino na economia escravocrata nas Américas e pressionar para que haja alguma espécie de reparação às famílias das vítimas ou economias.
No final do ano passado, foi formado o Comitê Suíço de Reparação da Escravatura (SCORES), defendendo que o país mergulhe para entender seu papel no tráfico de escravos e que, eventualmente negocie reparações, algo inédito na história da escravidão no continente americano.
A avaliação é de que, ainda que não tenha mar, a Suíça lucrou com a escravidão entre a África e as Américas entre os séculos XVI e XIX. Portanto, em seu manifesto, o grupo insiste que a escravidão nas colônias por parte da Europa "exige reconhecimento e reparação imaterial e material".
Ainda que a posição oficial do governo seja de que a Suíça jamais foi uma potência colonial e de que não reconhece uma responsabilidade, o historiador Hans Fässler, que lidera o grupo, insiste que empresas, cidades e mercenários foram beneficiados pelo esquema. Segundo ele, soldados de cantões suíços chegaram a ser enviados ao Haiti para ajudar tropas francesas a reprimir a revolta dos escravos.
Inicialmente, o trabalho do grupo estará focado no tráfico de pessoas para o Caribe. Na região, já existem iniciativas para organizar dados e mobilizar esforços políticos para que haja uma negociação com os europeus. O objetivo é de que governos do Velho Continente façam um pagamento, diante do benefício que tiveram por conta do trabalho escravo em suas ex-colônias.