Filho de um militar da Marinha do Brasil, Marco Antônio Delfino de Almeida nasceu há 51 anos na cidade de Corumbá (MS), que faz fronteira com a Bolívia. Professor de direito constitucional e de direitos humanos, Delfino é procurador da República. Um dos 22 negros neste cargo no país -- o que representa apenas 2% do total de 1.157 procuradores.
Diz ser "privilegiado" pelo fato de ter conseguido estudar em um colégio militar, classificado por ele como "de excelência", ao entrar por cota, apenas por ser filho de quem era. Até chegou a fazer escola naval e tentar seguir a carreira do pai, mas sentia que não tinha vocação. Foi auditor fiscal, mas se interessou em ser membro do MPF (Ministério Público Federal).
Se formou em Direito em 2003. Passou no concurso para a Promotoria em 2004. Mas só assumiu o cargo dois anos depois, porque o concurso exigia dois anos de formado. Foi para Altamira (PA), a cidade mais violenta do Brasil segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), e, dois anos depois, retornou ao seu estado, ficando baseado em Dourados, próximo à fronteira com o Paraguai, região marcada por conflitos fundiários.