No dia 2 de outubro de 2018, as câmeras de controle em Istambul captaram imagens de uma mulher desesperada, circulando sem direção na rua do consulado da Arábia Saudita em Istambul, com um celular na mão.
Era Hatice Cengiz. Ela procurava seu noivo, o jornalista saudita Jamal Khashoggi. Ele havia ido ao consulado para regularizar seus documentos para que o casamento deles pudesse ocorrer.
Mas nunca saiu do escritório saudita (a imagem abaixo mostra a entrada dele no local), num incidente que abriu um escândalo de proporções globais e com acusações do envolvimento direto da cúpula do governo saudita.
Nove meses depois, sua luta é para conseguir apoio internacional para que haja pressão por uma nova investigação sobre o papel da cúpula do governo saudita no crime.
Em entrevista ao UOL, Cengiz deixa claro que essa também deve ser uma função do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao se encontrar com príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, às vésperas do G-20, que começa na sexta.
Bin Salman é suspeito de ter tido relação direta com o assassinato, ainda que Riad insista que não tinha conhecimento de uma suposta operação.
No início da semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, minimizou os apelos para que uma investigação fosse realizada sobre Bin Salman, um de seus aliados.
"Líderes precisam colocar pressão", disse ela. "Bolsonaro deve mencionar questões de direitos humanos e o assassinato de Khashoggi quando ele estiver com o príncipe herdeiro."