Mitos e verdades sobre gordura

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Algumas gorduras trazem benefícios nutricionais reais e são uma fonte de energia para o corpo. VERDADE: além de serem essenciais para o estoque de energia do organismo, as gorduras insaturadas elevam o nível do colesterol bom (HDL) e reduzem o colesterol ruim (LDL) que circulam no sangue, o que ajuda a prevenir a criação de placas de gordura no interior de veias e artérias, que poderiam causar hipertensão arterial, infarto e derrame cerebral. "Elas também são importantes para a síntese de outras substâncias, ou para o melhor funcionamento destas, como as vitaminas lipossolúveis, as lipoproteínas e alguns hormônios sexuais que dependem da existência da gordura para terem um funcionamento ideal", explica o nutricionista Fábio Bicalho Mais
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A elevada ingestão de alimentos ricos em gordura ruim, aliada ao excesso de peso e sedentarismo, faz crescer o risco de desenvolver doenças cardiovasculare. VERDADE: comer muitos alimentos com gordura saturada ou trans leva à formação de placas nos vasos e, consequentemente, ao desenvolvimento de doenças. "Este quadro favorece a hipertensão e aterosclerose, além de males cardiovasculares como angina, infarto e acidente vascular cerebral", salienta o nutrólogo Wilmar Accursio Mais
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O colesterol é maléfico ao organismo e deveria ser abolido da alimentação. MITO: ele é essencial para as células e desempenha papel importante na formação das mesmas, tanto as cerebrais quanto as nervosas e hormonais. "E, embora grande parte do colesterol seja fabricado pelo fígado, precisamos de ajuda externa para manter os níveis adequados", atesta Valcinir Bedin. O excesso, sim, é ruim, pois constitui um fator de risco para doenças coronárias que provocam infartos e ataques cardíacos. Na hora de compor o prato, vale lembrar dos alimentos que trazem o mau colesterol (LDL) e o bom colesterol (HDL), para fazer as escolhas certas. Mais
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Alguns tipos de câncer, como o de próstata e o de mama, têm a origem associada ao consumo excessivo de gorduras saturadas. VERDADE: há alguns anos, a classe médica vem estudando a relação entre o câncer e a alimentação que prioriza as gorduras maléficas, saturada e trans. A explicação: elas levam o organismo a produzir mais radicais livres, moléculas que causam danos tanto no DNA como nas estruturas celulares. Dessa forma, os genes do organismo perdem a capacidade de barrar o aparecimento e a progressão da doença. "Já está provado que há um componente inflamatório molecular, na formação de cânceres, estimulado por radicais livres e pelas gorduras", diz Accursio Mais
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O melhor óleo para cozinhar é o de canola. MITO: "Vários óleos são bons para cozinhar, como os de girassol, milho e até o de soja", diz Valcinir Bedin. Mas não há contraindicação ao uso exclusivo do de canola, que traz gorduras poliinsaturadas como os ácidos graxos ômegas 3 e 6, além de vitamina E, poderoso antioxidante que combate os radicais livres. Tais elementos, é bom informar, também estão presentes no de soja e girassol Mais
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Comer alimentos com gordura eleva mais o peso do que ingerir itens com proteínas ou carboidratos.VERDADE: cada grama de gordura tem 9 calorias, enquanto são apenas 4 na mesma quantidade de proteínas e carboidratos. "Na hora da escolha, devemos levar em conta, também, o nível de saciedade: em primeiro lugar estão as proteínas, em segundo os carboidratos e na lanterninha as gorduras", ressalta Wilmar Accursio Mais
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O azeite de oliva só traz benefícios para o organismo. MITO: embora tenha muitas propriedades boas, se ingerido em excesso pode trazer prejuízos, como o excesso de peso. "Trata-se de um elemento gorduroso que pode ter os mesmos efeitos negativos de outro óleo se a pessoa exagerar: problemas na digestão e na balança e, eventualmente, alterações do colesterol ou de outros lipídeos, como triglicérides", diz Valcinir Bedin. Mais
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Azeite de oliva pode ser usado sem limites. MITO: Claro que, se for incluído na dieta com moderação, é um ótimo componente, mas em excesso, como falado, traz problemas! Extraído da azeitona e rico em vitaminas A, D, K e E, ele ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, reduz o colesterol, favorece a fixação de minerais como cálcio e retarda o envelhecimento. Acredita-se, também, que é importante na prevenção do câncer pela sua ação antioxidante: ao inibir a formação de radicais livres, combate o crescimento de tumores, lesões e inflamações Mais
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Pensando em reduzir a gordura da alimentação, vale sempre a pena trocar a carne de boi (vermelha) pelo peixe (branca). VERDADE: "É uma boa estratégia, embora não seja a principal, pois há inúmeras outras fontes de gordura que podem ser reduzidas ou eliminadas, como restringir o consumo de biscoitos, sorvetes e demais alimentos industrializados", diz Wilmar Accursio, endocrinologista e nutrólogo. Vale acrescentar que, nos peixes, você estará aumentando o aporte de gordura benéfica, como os ômegas 3 e 6 Mais
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Entre manteiga e margarina, é melhor consumir a segunda, para evitar o colesterol e a gordura saturada. VERDADE: "Se puder, consuma a margarina sem sal", recomenda Valcinir Bedin, lembrando que, novamente, é preciso cautela para não exagerar na dose. Para você entender bem: a margarina é de origem vegetal, enquanto a manteiga é de origem animal. Ambas têm gordura em sua composição, sendo que algumas margarinas contêm a trans e, por isso, devem ter seu consumo bastante restrito. "O ideal seria usar o azeite de oliva ou o óleo de gergelim, por exemplo", recomenda Fábio Bicalho, enfatizando que as sementes de gergelim oferecem um elevado valor nutricional pelas quantidades de vitaminas (complexo B, E) e minerais (cálcio, ferro, fósforo, potássio, magnésio, sódio, zinco e selênio) Mais
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Se eu aquecer o azeite, ele perde suas propriedades benéficas e vira um vilão para o organismo. VERDADE: ele deve entrar na alimentação sempre frio, dando um toque final em receitas de saladas, por exemplo. Caso seja submetido a uma temperatura superior a 180ºC, como em uma fritura, as gorduras benéficas que o compõem são modificadas e se tornam prejudiciais. "Os ácidos graxos insaturados perdem suas características boas", diz Wilmar Accursio Mais
Tadeu Brunelli
Quanto maior a temperatura e o tempo de aquecimento, mais nocivo se torna o azeite. Verdade: e isso vale também para os óleos. A maioria se degrada e libera substâncias danosas, como a acroleína, que destrói as fibras elásticas das artérias e irritam a mucosa do estômago. Para saber se o óleo da fritura está quente demais, observe se a frigideira solta uma nuvem de fumaça, sinal de que passou da medida. "Se possível, utilize o azeite e os óleos para refogar e assar alimentos ou regar saladas", propõe Fábio Bicalho Mais
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Os pratos gordurosos demoram mais para serem digeridos e, por isso, devem ser evitados à noite. VERDADE: "A quebra da molécula de gordura é mais difícil, o que faz com que a digestão seja demorada", explica Fábio Bicalho. O quadro fica ainda mais delicado porque, perto da hora de dormir, o processo digestivo tende a ficar lento. E tem mais, o aumento na produção de ácido clorídrico, no estômago, favorece o aparecimento de azia. Então, já sabe: à noite, vale investir em pratos leves, como sopas e saladas Mais
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Tanto faz ingerir gordura do frango ou do boi: ambas são saturadas e prejudiciais. VERDADE: ambas são de origem animal e podem fazer mal, realmente. "Mas a de frango contém menos colesterol", considera Fábio Bicalho, que completa: "moderação e diversificação são as palavras de ordem" Mais
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As frituras deveriam ser abolidas totalmente do cardápio. MITO: de acordo com Valcinir Bedin, não devemos ser radicais na nutrição. "É claro que um alimento cozido é melhor que o frito, mas o sabor não é o mesmo e isso deve ser considerado. O que não pode, obviamente, é ingerir tudo frito!" Quer dizer, comer uma porção de batatinha dourada a cada 15 dias, por exemplo, não fará mal, caso o resto do cardápio seja saudável. A restrição total de frituras vale nos casos em que o indivíduo tenha que perder peso ou diminuir os níveis de colesterol e triglicérides no organismo Mais
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Em hipótese alguma podemos reutilizar um óleo vegetal depois de aquecido.VERDADE: mesmo o mais saudável dos óleos se torna perigoso na reutilização. Isso porque há transformação da gordura em trans e em outras substâncias lesivas para o organismo, como a croleína, que agride as mucosas de uma maneira geral e pode, futuramente, dar início a um câncer. "Os óleos ficam cada vez mais saturados, produzindo compostos cancerígenos", adverte Fábio Bicalho Mais
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Pessoas magras jamais terão problemas com colesterol. MITO: "Existem muitos indivíduos sem problemas de peso com colesterol alto, precisando inclusive tomar remédio para regular as taxas", diz Valcinir Bedin. Se a dieta for pobre em nutrientes e à base de itens danosos, com alta ingestão de carboidratos, aumentam os triglicerídeos e o LDL. É imprescindível, então, que qualquer pessoa com colesterol elevado, seja magra ou gorda, não extrapole nas gorduras saturadas (carnes, manteiga, queijos) e trans (biscoitos recheados, sorvetes, produtos industrializados) Mais
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Ingerir muita gordura piora a acne, especialmente as espinhas. MITO: segundo Valcinir Bedin, não existe relação entre a produção de gordura pela glândula sebácea, que leva à acne, e a ingestão de alimentos gordurosos. Porém, claro, se a pessoa tiver problemas de pele, deve sempre investir numa alimentação saudável e equilibrada Mais
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O óleo de coco deveria substituir os outros óleos na alimentação, pois é benéfico para o organismo. MITO: "Em excesso, faz mal como os outros tipos de gordura", diz Wilmar Accursio. Se quiser lançar mão com parcimônia, acrescente-o aos alimentos que serão cozidos ainda sólido ou derretido, e aqueça-o a uma temperatura sempre menor que 180ºC. Quanto aos seus benefícios como a ação termogênica, que ajuda na queima de calorias, a defesa do sistema imunológico e a melhora na flora intestinal, só devem ser levados em conta se não houver exagero no uso Mais
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Algumas bebidas, como o chá quente, ajudam na digestão de gorduras. MITO: "Chá quente é bom no inverno, mas não têm nenhuma ação na gordura", revela Valcinir Bedin. Então, já sabe: não adianta recorrer à estratégia de comer à vontade e, depois, tomar uma chazinho digestivo acreditando que não sentirá nenhum peso pelo excesso de comida. O melhor caminho, sempre, é do bom senso, que induz ao comedimento Mais
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Tanto o abacate como o coco são frutas muito gordurosas, porém é gordura boa, por isso podem ser consumidos à vontade. MITO: ambos devem ser usados com parcimônia. "O abacate tem gordura insaturada e ômega 6, que são bem-vindos, mas é uma fruta calórica e, ingerida em excesso, predispõe à obesidade", argumenta Wilmar Accursio. O coco, por sua vez, tem ácidos graxos saturados, que aumentam os níveis de colesterol Mais
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O chocolate diet não têm gordura e engorda menos. MITO: há dois tipos, o diet e o light. No primeiro, o açúcar é substituído pelo adoçante e, para preservar a consistência e torná-lo palatável, o fabricante muitas vezes adiciona gordura à fórmula; já o light traz a redução de 25% de algum nutriente específico ou do valor energético, o que vem escrito na embalagem. "O ideal é observar o informe nutricional. Alguns são acrescidos de açúcar, outros apresentam mais lactose. Recomendo ingerir o amargo sem adição destes dois componentes", sugere Fábio Bicalho Mais