Conheça alguns mitos e verdades sobre saúde bucal

Shutterstock
Há uma forma ideal de escovar os dentes. VERDADE: a chamada "técnica de Bass", por exemplo, recomenda que a escova seja apoiada suavemente sobre a superfície dos dentes em um ângulo de 45 graus, com a metade das cerdas recobrindo a superfície dental e a outra metade envolvendo a gengiva. Sem pressionar a cabeça da escova de forma exagerada, deve-se realizar movimentos vibratórios circulares durante aproximadamente cinco segundos em cada uma das superfícies dos dentes. É fundamental seguir uma sequência contínua, dente a dente, para não esquecer nenhuma parte ou possível nicho de retenção de placa bacteriana. As cerdas devem penetrar suavemente no sulco gengival e limpar com perfeição o contorno ou a margem dental Mais
Thinkstock
Excesso de escovação prejudica a dentição. VERDADE: a frequência exagerada de escovação, principalmente com a utilização de escovas duras e cremes dentais abrasivos, provoca, com o tempo, a abrasão do esmalte dental e a retração gengival. "O hábito de escovar os dentes é fundamental, porém uma higiene excessiva pode acabar prejudicando, ao invés de ajudar. Quando falamos na escovação, o importante é a qualidade e não a quantidade. É melhor fazê-lo um número menor de vezes, de duas a três, por exemplo, mas sempre com a técnica correta e emprego de uma escova nova e adequada", salienta o dentista Hugo Roberto Lewgoy Mais
Thinkstock
Uma escovação bem feita é sempre demorada. VERDADE: de acordo com Hugo Roberto Lewgoy, não adianta escovar várias vezes por dia, mas por tempo insuficiente para a boa higiene. "Uma escovação bem realizada demora cerca de dez minutos. Então, é melhor fazê-lo duas ou três vezes, dedicando-se de verdade, do que cinco ou seis demorando apenas um ou dois minutos. O importante é conseguir desorganizar o biofilme oral (placa bacteriana) de todos os nichos possíveis nas superfícies dentais, de forma eficaz e sem provocar traumatismos" Mais
Divulgação
A escova com cerdas duras e rígidas limpa melhor. MITO: conforme explica o cirurgião-dentista Fábio Munhoz, as cerdas macias são as melhores e mais adequadas para limpar os dentes e as gengivas de modo delicado e eficiente, enquanto as duras originam retração da gengiva e desgaste do esmalte dental. O colega Hugo Roberto Lewgoy concorda e acrescenta que o ideal é utilizar uma escova ultramacia com uma grande quantidade de cerdas. A cabeça deve ser pequena e o cabo liso e flexível, possibilitando o alcance de regiões de difícil acesso, evitando a retenção de sujidades e permitindo uma higienização suave. "Imagine duas pessoas limpando um chão de madeira brilhante, uma utilizando um escovão de jardim e outra uma escova de pelos. No primeiro caso, é possível que a limpeza não ficasse perfeita e o piso ainda ganhasse riscos e uma superfície fosca. O mesmo acontece com os dentes. Há escovas supermacias com mais de cinco mil cerdas, e estas são as ideais" Mais
Divulgação
A escova deve ser trocada a cada mês. VERDADE: conforme informa Hugo Roberto Lewgoy, o consumo de escovas dentais no Brasil é muito baixo: a média per capita de troca gira em torno de uma escova a cada um ano e meio. Em alguns locais distantes dos centros urbanos, esta estimativa é ainda pior, chegando a uma escova a cada dois anos e meio e, muitas vezes, famílias inteiras compartilham a mesma. "Em países desenvolvidos e que conseguiram erradicar as doenças orais, o consumo chega a 12 escovas por ano por habitante, ou seja, uma escova por mês. O ideal seria trocar a escova mensalmente, mantendo a mesma com a máxima efetividade. Dessa forma, a escovação será sempre realizada sem o emprego de força exagerada,já que, quando as cerdas vão perdendo eficiência, aumentamos a carga" Mais
Thinkstock
A escovação só é eficiente quando feita logo após as refeições. INCONCLUSIVO: segundo o cirurgião-dentista Hugo Roberto Lewgoy, devemos esperar, no mínimo, 30 minutos para escovar os dentes.Este seria o tempo necessário para que a saliva agir e neutralizar o pH dos alimentos e das bebidas. A saliva, é bom frisar, tem um papel importante na fisiologia de remineralização do esmalte dental. Durante as refeições, o pH oral fica ácido e ocorre um aumento da perda mineral. Por exemplo, itens como café, vinho, refrigerante e suco de laranja têm pH inferior a 5,0. Portanto, são ácidos e causam a chamada erosão ácida, com dissolução da estrutura dental (provocam a perda de íons cálcio e fosfato). Na realidade, praticamente todos os alimentos, molhos, condimentos e bebidas apresentem pH ácido. O também cirurgião-dentista José Luiz Lucarelli, especialista em Periodontia e mestrado em Laser pela USP e membro da Academia Americana de Cosmética Oral e da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, tem outra opinião. "Se esperar por 30 minutos, a placa já estará formada, e será mais difícil removê-la." Como vemos, há duas correntes, a que defende escovar após meia-hora e a que sustenta escovar logo depois de comer. Vale, então, seguir as orientações do seu profissional de confiança Mais
Divulgação
É importante usar, também, a escova interdental. VERDADE: a função das escovas interdentais é higienizar a área entre os dentes, conhecida como região proximal, local côncavo que as escovas convencionais não conseguem acessar. E é importante escolher uma interdental de boa qualidade, pois deve haver uma relação adequada entre o diâmetro de inserção ou acesso da região proximal (diâmetro do fio) e o diâmetro de efetividade (diâmetro de limpeza). Por isso, vale pedir orientação do dentista Mais
Thinkstock
Higienização eficiente é feita com boa quantidade de creme. MITO: o que promove a desorganização da chamada placa dental, placa bacteriana ou biofilme oral é a escova, e não a pasta ou gel dental. É importante observar que crianças pequenas, normalmente menores de seis ou sete anos, engolem praticamente tudo que põem na boca, pois ainda não desenvolveram o controle total da deglutição. "A pasta aplicada sobre a escova deve ser do tamanho de uma ervilha, e inserida no meio das cerdas, para evitar que seja engolida facilmente. E, ainda em relação aos pequenos, o melhor é que não utilizem dentifrícios fluoretados. Por fim, os responsáveis precisam sempre reforçar a escovação", recomenda Hugo Roberto Lewgoy Mais
Divulgação
Além dos dentes, a língua também precisa ser limpa. VERDADE: "Ela apresenta retenções - fissuras - que podem alojar bactérias e placa bacteriana. Portanto, deve ser escovada", fala o cirurgião-dentista Fábio Munhoz. O colega Hugo Roberto Lewgoy completa dizendo que o melhor é usar um raspador de língua. "Na maioria dos casos, o mau hálito, ou halitose, tem origem na própria boca, principalmente na região da língua, que é um músculo revestido por papilas gustativas onde se forma um tipo de placa bacteriana denominada saburra lingual. A saburra é um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que fica aderido ao dorso da língua, principalmente no terço posterior. É ali que se acumulam restos de alimentos e células que descamam do epitélio lingual e, pior, funcionam como meio de cultura para as bactérias existentes na cavidade oral. Com a fermentação dos resíduos, ocorre a liberação de substâncias ricas em enxofre, responsáveis pelo odor característico do mau hálito. A falta de higienização da língua (levando à formação de saburra) é a principal causa da halitose. As escovas dentais não foram desenhadas para a remoção dessa saburra, pois a cabeça e as cerdas provocam ânsia e o estímulo do vômito. Além disso, as cerdas ficam contaminadas pela saburra, o que facilita a proliferação dos micro-organismos. Assim, o processo de higienização oral não deve se limitar apenas ao hábito de escovar os dentes. A utilização de raspadores plásticos do tipo CTC para a língua são imprescindíveis, e devem ser empregados diariamente" Mais
Thinkstock
Vale a pena trocar obturações antigas pelas feitas de porcelana. MITO: no aspecto funcional, as obturações metálicas bem realizadas são excelentes, pois restauram a estrutura dental perdida com perfeição, são duráveis e tem um custo baixo. "A troca por razões simplesmente estéticas deve ser muito bem avaliada. Logicamente, se houver a necessidade de substituição devido à recidiva de cárie, fraturas ou qualquer outro problema, o dentista pode optar por restaurações estéticas de porcelana, cerâmicas ou de compósitos com a vantagem da estética. Porém, se não existirem tais fatores e as restaurações metálicas estiverem satisfatórias, poderão ser mantidas com segurança", defende o cirurgião-dentista Hugo Roberto Lewgoy Mais
Thinkstock
Chás e café escurecem os dentes. VERDADE: conforme diz Fábio Munhoz, eles apresentam corantes que podem manchar os dentes devido à permeabilidade do esmalte. E não apenas os chás mate e preto ou café, mas também outros produtos como vinho tinto e fumo Mais
Shutterstock
Antibióticos podem provocar manchas. VERDADE: mas a ocorrência de tal problema dependerá do remédio, da dose e da época em que o antibiótico foi ingerido. As tetraciclinas, por exemplo, pertencem a uma família de medicamentos que provocam o escurecimento dental se forem administrados na fase de formação dos dentes. "Isso ocorre devido a um processo, provocado pela tetraciclina, denominado quelação do cálcio presente na dentina. A intensidade da mancha vai depender justamente da época e da dose em que a droga foi administrada", explica o especialista Hugo Roberto Lewgoy Mais
Thinkstock
A higienização noturna é a mais importante. VERDADE: durante o sono, a salivação diminui muito ou é até interrompida. Assim, o efeito protetor da saliva praticamente desaparece, deixando a pessoa por muitas horas indefesa contra a ação do biofilme oral. Desta forma, a escovação realizada antes de dormir deve ser criteriosa, assim como as manobras para a limpeza da região localizada entre os dentes Mais
Thinkstock
É bom utilizar o fio dental a cada escovação. VERDADE: as cáries e doenças gengivais normalmente têm inicio na região localizada entre os dentes. Porém, conforme defende o consultor científico da Curaden, Hugo Roberto Lewgoy, as escovas interdentais são muito mais eficientes para remover a sujeira que fica depositada ali. "Nestas áreas, as superfícies têm a forma côncava. O fio dental bate nas extremidades laterais e não alcança o centro da região. Somente a escova interdental realiza a tarefa de desorganização do biofilme oral, com perfeição, nestes locais. Basta fazer uma aplicação ao dia, de preferência à noite, antes de dormir" Mais
Thinsktock
Se a pessoa estiver na rua e não tiver acesso à escova, vale passar o fio dental. VERDADE: os detritos que ficam impactados ou retidos entre os dentes servem de substrato para a formação da placa bacteriana. "Mas é importante que se tenha controle do fio no momento de sua utilização. Ele deve ser introduzido com cuidado, deslizando pela área de contato localizada entre dois dentes sem ferir a gengiva. Não é bom deixar o fio escorregar direto contra a gengiva, pois é possível que tal agressão promova a retração gengival", observa Hugo Roberto Lewgoy, acrescentando que o fio deve ser passado na lateral da superfície dental como se a estivesse "engraxando" Mais
iStockphoto
Dente do siso não serve para nada e pode ser extraído sem problemas. MITO: o dente do siso ou terceiro molar é um dente como qualquer outro. "Só deve ser extraído quando aparecerem sinais que sugiram sua retirada, como falta de espaço para sua erupção com comprometimento de outros dentes, episódios frequentes de pericoronarite (inflamação da gengiva ao redor do dente) ou cáries extensas provocadas pelo difícil acesso para a escovação. O diagnóstico para a indicação ou não de extração só pode ser realizado por um cirurgião-dentista", diz o profissional Fábio Munhoz. Futuramente, ele acredita, as novas gerações virão sem este dente, por causa da evolução da espécie. E um dos fatores que irão contribuir para isso é o hábito alimentar. "Por conta da alimentação cada vez mais industrializada, não há tanto a necessidade de mastigação. Tais informações serão passadas de geração para geração, e os terceiros molares acabarão extintos. É a teoria da evolução" Mais
Thinkstock
Vale usar bicarbonato de sódio para clarear os dentes. MITO: o bicarbonato de sódio é um produto abrasivo que pode provocar o desgaste do esmalte dental, diz o cirurgião-dentista Fábio Munhoz. A melhor forma de realizar com segurança o clareamento dos dentes é procurar um profissional, completa o colega Hugo Roberto Lewgoy. "Os produtos utilizados e as técnicas variam bastante e cada caso precisa ser diagnosticado individualmente para se alcançar os melhores resultados. É fundamental que as pessoas nunca optem pela automedicação simplesmente por uma questão de custo: não vale a pena economizar uma consulta ao cirurgião-dentista e arriscar a saúde apoiado apenas em propagandas e/ou conselhos de amigos que muitas vezes não apresentam informações totalmente corretas" Mais
Leonardo Soares de Souza/UOL
O flúor contido na água ajuda a proteger a dentição. VERDADE: conforme afirma o membro da Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas, Hugo Roberto Lewgoy, o flúor favorece a formação de uma estrutura dental resistente e possui efeito anticariogênico. "A fluoretação das águas de abastecimento, como método de prevenção, é recomendado pela Associação Dentária Americana (ADA) desde 1950 e pela OMS (Organização Mundial da Saúde) desde 1969. No Brasil, a Lei 6.050 e o Decreto 76.872, de 1975, determinaram a obrigatoriedade da implantação do procedimento no país em todos os municípios brasileiros. Apesar da controvérsia existente, o flúor é um importante aliado na prevenção das cáries, principalmente em crianças e adolescentes. Porém, seu uso em pessoas adultas, especialmente em idosos, recebe críticas pela possibilidade de contribuição na instalação da osteoporose (enfraquecimento dos ossos). De toda forma, o assunto necessita de maiores pesquisas e ainda não existe nada comprovado cientificamente" Mais
Shutterstock
Cigarro causa gengivite. VERDADE: a nicotina presente no cigarro diminui a função de algumas células de defesa do corpo, favorecendo o crescimento de bactérias, explica o dentista Fábio Munhoz. "Além disso, dificulta o transporte de oxigênio, prejudicando a reparação dos tecidos gengivais." Para o também dentista Hugo Roberto Lewgoy, fumo, tabaco, cigarro, cachimbo e charuto podem ser considerados verdadeiros venenos para a boca. "O hábito de fumar predispõe o organismo a um número enorme de substâncias nocivas. E, mesmo quando o hábito é interrompido, os efeitos para os tecidos orais permanecem por um longo período. Com a queima do fumo e seus derivados, são liberadas cerca de cinco mil substâncias químicas, entre elas acetona, amônia, arsênio, benzopireno, fósforo, formol, metais pesados, monóxido de carbono, naftalina, nicotina, níquel, nitrosaminas e solventes que causam resultados negativos e cancerígenos comprovados. Entre outros malefícios, tais substâncias prejudicam muito as gengivas, pois as tornam mais susceptíveis aos processos infecto-inflamatórios. Prejuízos ainda maiores ocorrem quando existe uma combinação do fumo com higiene oral deficiente. Nestes casos, as consequências são ainda mais graves, com aparecimento de doenças periodontais de diferentes níveis, como as que atingem as gengivas e as estruturas de suporte dos dentes, como osso e ligamento periodontal" Mais
Shutterstock
Tratamentos odontológicos são comprometidos se a pessoa fuma. VERDADE: nos fumantes que receberam implantes odontológicos e enxertos ósseos, existe uma maior chance de insucesso dos tratamentos justamente pela maior possibilidade de infecções secundárias e diminuição da resposta imunológica do organismo, o que acaba comprometendo a capacidade de osseointegração. "Muitos estudos têm demonstrado que o fumo pode ser um dos mais importantes fatores de risco de desenvolvimento, progressão e manutenção de gengivites e periodontites. Em decorrência destas doenças orais, os dentes apresentam exposição radicular (devido à perda óssea resultante da infecção periodontal), mobilidade, sangramento, resposta cicatricial e regenerativa lenta (no caso de necessidade de cirurgias orais), aparecimento de feridas na boca, presença de secreção purulenta (pela maior susceptibilidade às infecções) e dor. Algo também muito comum no fumante é a existência de halitose e xerostomia (boca seca) pela diminuição ou inibição da secreção salivar. A diminuição do paladar e olfato são outros fantasmas", enfatiza o cirurgião-dentista Hugo Roberto Lewgoy Mais
Thinkstock
Tomar refrigerante escurece a dentição. VERDADE: a maioria dos refrigerantes traz corantes especialmente os à base de cola, que penetram no esmalte e o escurecem com o tempo, diz o dentista Fábio Munhoz. As manchas vão depender, claro, da frequência de utilização destes itens e do grau de higiene oral do indivíduo Mais
Thinkstock
Goma de mascar sem açúcar auxilia contra as cáries. MITO: apesar de não conter açúcar, o produto não contribui para combater a cárie dental, considera o dentista Fábio Munhoz. "Eles podem, sim, ajudar na limpeza mecânica dos dentes e estimular a secreção de saliva. Contudo, não substituem a tradicional escovação." O colega Hugo Roberto Lewgoy concorda. "A goma de mascar atuará tão somente como coadjuvante. E isso se a sacarose (que é um tipo de açúcar presente na maioria das guloseimas e muito prejudicial à saúde oral) for substituída pelo xylitol e/ou sorbitol. Porém, é preciso que sua utilização seja bem realizada e orientada por profissionais. Além disso, mais estudos precisam ser realizados para comprovar tal eficácia, além de afastar efeitos colaterais nocivos que possam existir, como, por exemplo, uma sobrecarga para as chamadas articulações temporomandibulares (ATMs) em pessoas que já possuam uma disfunção neste setor. Problemas relacionados com a ingestão de grandes quantidades de xylitol e sorbitol por crianças pequenas também precisam ser mais profundamente elucidados" Mais
Thinkstock
Enxaguantes bucais podem substituir a escovação. MITO: enxaguatório oral, também conhecido como antisséptico bucal, é apenas um coadjuvante na higiene. O mais importante é a limpeza com uma escova ultramacia, com uma grande quantidade de cerdas, e a utilização das escovas interdentais. "Principalmente em crianças, os enxaguatórios devem ser evitados, a não ser que exista uma indicação específica feita por um cirurgião-dentista. De forma geral, eles não devem ser utilizados de forma rotineira, pois a grande maioria traz na formulação álcool e outros agentes químicos que podem ser nocivos para as mucosas orais, as glândulas salivares e outras estruturas nobres da boca. Com o tempo, diminuem a secreção salivar e aumentam o ressecamento e a descamação. Consequentemente, a deposição da chamada saburra lingual acaba aumentando e provocando halitose. Ou seja, aquele bochecho que tinha como função principal promover hálito puro e sensação refrescante acaba resultando exatamente no contrário", explica Hugo Roberto Lewgoy, aconselhando só usar o produto, e sempre de forma controlada, sob supervisão de um cirurgião-dentista Mais
Thinsktock
Pessoas sensíveis devem usar cremes dentais específicos. VERDADE: na maioria das vezes, eles oferecem um mecanismo de ação que promove o vedamento dos túbulos dentinários que ficam expostos em áreas de retração gengival e/ou que tiveram o esmalte abrasionado. "Porém, é bom que se diga que este problema poderia ser facilmente prevenido se fosse proibida a comercialização de escovas dentais duras e cremes dentais abrasivos. Só para se ter ideia, cerca de ¼ da população mundial está sofrendo com o fenômeno da hipersensibilidade. As pessoas economizam na escovas e no período de troca e depois gastam com cremes dessensibilizantes e tratamentos odontológicos na maioria das vezes caros e desconfortáveis", observa o mestre e doutor pela USP, Hugo Roberto Lewgoy Mais
Thinkstock
Mastigar a ponta da caneta prejudica a dentição. VERDADE; nenhum tipo de objeto deve ser mascado ou levado à boca. Tal hábito pode prejudicar a articulação entre os dentes e provocar lesões nas articulações mandibulares, além de ser um potencial agente para a ocorrência de fraturas e desgaste dos dentes. Mais
Thinkstock
Bruxismo (ranger de dentes ao dormir) pode danificar a superfície dental. VERDADE: quando o hábito de apertar e/ou ranger os dentes ocorre no período noturno, recebe o nome de bruxismo; se acontece durante o dia, é chamado de briquismo. O bruxismo ocorre em cerca de 15% da população, tanto em crianças como em adultos, de ambos os sexos. Em menores de seis anos, muitas vezes pode ser considerado normal e está relacionado com o desenvolvimento crânio-facial, devendo um odontopediatra ser consultado. "Todas as pessoas rangem os dentes dentro de certo padrão de normalidade. É considerado bruxismo quando este ato ultrapassa tal limite, ou seja, quando o sujeito aperta seus dentes com uma força extrema. Fatores locais, relacionados aos dentes, podem desencadear o distúrbio, como um posicionamento incorreto que provoque alterações na articulação. Mas, embora não esteja associado a algum problema mental ou psiquiátrico, há uma associação direta do bruxismo com o estresse emocional, predominante em 100% dos casos", explica o especialista Hugo Roberto Lewgoy. Como consequências da disfunção, merecem destaque o desgaste dos dentes, em especial do esmalte dental; inflamação gengival e perda do suporte ósseo, causando mobilidade (o dente fica mole); fraturas em cáries ou restaurações extensas; e dores nas articulações da boca, ocasionando estalos, travamentos, restrição da abertura ou desvios laterais durante os movimentos mandibulares. "Dores em áreas como rosto, pescoço, ouvido, ombros e cabeça também podem estar presentes por contração excessiva dos músculos da mastigação. A severidade dos desgastes varia de caso a caso, podendo, nos mais graves, levar à perda dos dentes" Mais
Thinsktock
Clareamento dental sensibiliza e fragiliza os dentes. MITO: "Há pessoas que, após o clareamento, relatam uma forte sensibilidade, enquanto outras não sentem nada ou quase nada. Isso depende de dois fatores: a porcentagem do clareador utilizado e o grau de permeabilidade do esmalte em deixar que a substância penetre no interior do dente, e assim exerça sua função. Atualmente, existem produtos que, quando aplicados localmente e após o clareamento, minimizam tais efeitos indesejáveis. Mas devem ser aplicados e monitorados pelos dentistas", salienta Fábio Munhoz. Hugo Roberto Lewgoy sustenta que, quando o clareamento é realizado por um bom profissional, não há este efeito colateral. "Uma pequena sensibilidade pós-clareamento é normal, porém ela pode ser controlada com analgésicos e ser prevenida com uma boa técnica de aplicação. Já os métodos caseiros e de autoaplicação trazem riscos e sempre devem ser evitados" Mais
Rafael Hupsel/Folhapress
Creme dental clareador funciona. MITO: "Estes produtos provocam alta abrasividade e dão uma falsa ideia de clareamento?, adverte o cirurgião-dentista Fábio Munhoz. Com ele concorda o colega Hugo Roberto Lewgoy. "Muitos estudos têm comprovado a baixa efetividade dos cremes dentais clareadores, que fazem apenas uma limpeza da superfície externa. É possível utilizá-los como complemento ao clareamento profissional realizado pelo cirurgião-dentista, mas sempre com muita cautela e orientação, pois podem causar o desgaste do esmalte" Mais
Divulgação
Clareamento dental feito em consultório é mais eficaz do que o caseiro. VERDADE: conforme informa o cirurgião-dentista Fábio Munhoz, o clareamento feito em consultório (com laser) é mais rápido e apresenta resultado imediato, podendo se estender a mais de uma consulta. "Quando aplicado com o uso de moldeiras e supervisão profissional, o caseiro leva mais tempo para surtir o efeito desejado, devido à necessidade de se usar diariamente e por vários dias. Porém, as vantagens são o custo menor e o tempo maior para escurecer novamente, em comparação com o laser." Os melhores resultados são obtidos com a soma das duas técnicas, completa Hugo Roberto Lewgoy. "No clareamento empregado no consultório, o cirurgião-dentista isola os dentes com um lençol de borracha para proteger a gengiva e aplica um agente oxidante forte, acelerando o processo com uma fonte de luz. Em casa, o paciente, sob a orientação do dentista, utiliza um gel oxidante fraco. A conjunção de técnicas é a forma mais segura e eficaz" Mais