Conheça alguns mitos e verdades sobre animais e saúde

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Animais de estimação podem melhorar o comportamento de crianças autistas. VERDADE: recentemente, uma pesquisa publicada no periódico "PLOS One", realizada por especialistas do Centro de Pesquisa do Hospital de Brest, na França, apontou que a introdução de um animal de estimação em casa pode melhorar o comportamento de crianças autistas. A terapia envolvendo contato com animais é recomendada para crianças com autismo há algum tempo. Acompanhamento de casos pelos estudiosos mostrou que os pacientes com bichinhos de estimação apresentaram um melhor relacionamento com outras pessoas do que as crianças autistas que não tinham contato com animais. De acordo com o psiquiatra Estevão Vadasz, coordenador do Programa Autista (Protea) do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da USP, a terapia complementar com cães já é usada com sucesso no Canadá, nos Estados Unidos, na Europa e também aqui no Brasil, no IPq Mais
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Mulheres grávidas não devem conviver com animais. MITO: este é um dos mitos mais propagados. Gestantes podem conviver normalmente com seus bichos de estimação. Só deve-se ter mais cuidado com a higiene. Um dos grandes medos das futuras mães é o de contrair toxoplasmose, uma doença que representa um grande risco ao bebê, mas a contaminação só acontece se o animal estiver infectado e através do contato com suas fezes. O ginecologista e obstetra José Bento de Souza, no "Guia Crianças + Pets-Como Aproveitar o Melhor Dessa Relação", da Bayer Healthcare, recomenda às gestantes: "não limpe os lugares onde seu animalzinho defeca e urina. Caso não tenha quem faça isso para você, use luvas e lave bem as mãos após a faxina" Mais
Carrie Vonderhaar/Divulgação
Tartarugas transmitem salmonela. VERDADE: tartarugas e outros répteis podem ser portadores da bactéria causadora da doença. Os grupos de risco incluem crianças, jovens, mulheres grávidas, imunocomprometidos e idosos que entrem em contato direto com tartarugas portadoras da bactéria. Para evitar o contágio, quando se manusear o animal evite levar as mãos sujas à boca, aos olhos ou ao nariz. Após o contato com o bichinho, deve-se lavar bem a mão com sabão Mais
Wally Santana/AP
Mordida de cachorro transmite raiva. PARCIALMENTE VERDADE: raiva pode ser transmitida não apenas pela mordida, mas por arranhões e lambidas em feridas, e também por gatos, morcegos, cavalos e macacos, se estiverem doentes. "Apenas animais contaminados transmitem doenças", afirma o médico veterinário Marcello Roza, conselheiro do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) Mais
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Gatos transmitem asma. MITO: outro mito famoso. Asma, assim como outras alergias respiratórias, são doenças não transmissíveis. Ou seja, um gato, ou qualquer outro animal, não pode transmitir asma a ninguém. Ambientes onde há animais e que não são higienizados adequadamente podem desencadear uma crise em pessoas que sejam asmáticas ou alérgicas Mais
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Conviver com animais faz bem para o coração. VERDADE: um relatório da Associação Americana do Coração de 2012 afirma que conviver com um animal reduz o risco de doenças cardíacas. Estudo realizado pela Universidade de Sydney, na Austrália, apontou que uma pessoa que sai para passear com seu cachorro cumpre 54% dos níveis recomendados de exercícios diários, favorecendo o funcionamento do sistema cardiovascular Mais
Vadiur Ghirda/AP
Animais de rua podem oferecer perigo para a saúde. PARCIALMENTE VERDADE: se o animal estiver doente, ou for agressivo, ele pode, sim, oferecer riscos à saúde, pois eventuais mordidas e arranhões podem transmitir bactérias e fungos. Por isso é preciso ter muito cuidado ao acolher um animal de rua. O melhor é pedir ajuda a alguém com experiência em resgate de animais e levá-lo ao veterinário para se certificar de que esteja saudável, além de tomar os devidos cuidados, como vacinar, vermifugar e dar banho contra pulgas e carrapatos, antes de levá-lo para casa Mais
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Crianças não devem conviver com animais. MITO: a convivência com animais traz muitos benefícios às crianças, comprovados cientificamente. Entre eles está o desenvolvimento de laços afetivos, da socialização e do sentido de responsabilidade. Além disso, uma pesquisa realizada pela Universidade da Finlândia Oriental, divulgada na revista "Pediatrics" em 2012, apontou que crianças que convivem com cães e gatos apresentam menos problemas de infecções respiratórias do que aquelas que não tiveram contato com animais. "A chave para uma relação saudável, que será muito benéfica para toda a família, é manter as vacinas e a vermifugação dos animais sempre em dia, lavar bem as mãos com sabão após manusear o animal, e acompanhar as brincadeiras entre a criança e o animal para prevenir mordidas ou arranhões", diz a pediatra Regina Maria Rodrigues, no "Guia Crianças + Pets-Como Aproveitar o Melhor Dessa Relação", da Bayer Healthcare Mais
Reuters
Animais ajudam a combater a depressão. VERDADE: segundo estudo publicado no "British Medical Journal", quem convive com um animal tem mais disposição: 82% dos donos de animais de estimação afirmam que seu cão ou gato os fazem se sentir melhor quando estão tristes. Outro estudo, realizado pela Associação Psicológica dos Estados Unidos e publicado no "Journal of Personality and Social Psychology", revelou que animais de estimação proporcionam apoio social e emocional aos seus tutores, ajudando a aliviar os sintomas da depressão. "A convivência com animais diminui os sintomas da depressão, mas eles não podem evitar que uma pessoa fique deprimida, uma vez que a doença é multifatorial, composta de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Mas podem auxiliar na redução dos sintomas", diz a psicóloga Alice Frank, pesquisadora do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da USP (Universidade de São Paulo) Mais
OMS
Cachorros transmitem leishmaniose. PARCIALMENTE VERDADE: Quem transmite a doença, na verdade, são os mosquitos conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. O cão ou outros animais são apenas hospedeiros. O Brasil é o único país do mundo que indica a eutanásia dos animais portadores da doença, apesar de existir tratamento, tanto para pessoas como para animais, e muitos modos de prevenção. Durante audiência pública contra a Política de Combate à Leishmaniose, realizada no começo dde 2013, o médico veterinário doutor em Parasitologia e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Vitor Márcio Ribeiro afirmou que cão tratado não transmite a doença. "As autoridades de saúde pública têm focado o programa de controle na eliminação de cães soropositivos ou doentes, porém nós temos tratamentos que neutralizam a capacidade do cão transmitir a doença. A eutanásia não reduz a doença", afirma Mais
Antonio Gaudério/Folhapress
Pássaros não transmitem doenças. MITO: "Várias doenças podem ser transmitidas pelas aves. Entre elas estão a clamidiose, algumas formas de micoses e a salmonelose", aponta o médico veterinário Marcello Roza do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). A transmissão de doenças pode ocorrer através da via aerógena (inalação de pó contaminado por fezes, secreções respiratórias, penas contaminadas com secreções dos animais doentes ou portadores), e também pelo contato entre o bico da ave e a boca do proprietário. No entanto, a taxa de contaminação é muito baixa, e para evitá-la, basta ter cuidados com a higiene e garantir que os animais tenham acompanhamento veterinário Mais
Toru Yamanaka/AFP Photo
Conviver com animais diminui o estresse. VERDADE: estudo australiano realizado pelo Instituto de Pesquisa Médica Baker revelou que tutores de bichinhos de estimação são menos propensos a sofrer com estresse do que pessoas que não possuem pets em casa. A autora do estudo, Anne Mcbride, psicóloga que estuda a relação entre humanos e animais, afirma que a convivência com bichos faz com que os tutores sorriam mais, diminuam os índices de cortisol, hormônio do estresse, e aumentem os níveis de serotonina, substância responsável pela sensação de bem-estar Mais
Amel Emric/Associated Press
Cachorro transmite sarna. PARCIALMENTE VERDADE: para transmitir a sarna, o animal deve, obviamente, estar contaminado. Além disso, existem vários tipos da doença. A sarna canina mais comum, conhecida como escabiose, não é transmissível ao ser humano, pois é causada por outro tipo de ácaro. Quando um ser humano é mordido pelo ácaro da sarna canina, pode até sentir alguma coceira, mas é passageira. No entanto, existem outros tipos de sarna que podem ser transmitidas ao homem pelo cão ou gato contaminado, mas, ainda sim, a taxa de contaminação é baixíssima. De qualquer forma, é preciso ter atenção especial com a higiene ao lidar com um animal com sarna Mais
Valda Kalnina/EFE
Bichos peludos dão alergia. MITO: para começar, alergias não são transmissíveis, por isso uma pessoa não pode pegar uma alergia de um animal. Depois, o que pode desencadear uma crise alérgica não é o pelo, mas, sim, a descamação da pele. "Pessoas com asma e rinite que não são alérgicas aos animais de estimação podem conviver normalmente com eles. Para as alérgicas, manter o animal e o ambiente limpos diminuem significativamente as chances de se ter uma crise", explica Cristina Kokron, alergista do Hospital Israelita Albert Einstein Mais
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Mordidas e arranhões podem transmitir infecções. VERDADE: os dentes e as unhas de animais podem ter bactérias, que podem ser passadas aos seres humanos através de mordidas e arranhões. Mas para evitar isso, basta manter seu pet sempre limpinho e, em caso de mordidas ou arranhões, lavar bem o local com água e sabão. "É indicado também escovar os dentes dos pets frequentemente e lavar e secar muito bem as patinhas do bicho depois do passeio na rua, no caso de cães, e após o uso da bandeja sanitária, no caso de gatos", recomenda a fitoterapeuta e terapeuta de animais Martha Follain, articulista da Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda) e fundadora dos grupos Proteção dos Direitos dos Animais, Ecologia, Vegetarianismo e Terapias Holísticas e Direito dos Animais Humanos e Não Humanos Mais
Keiny Andrade/Folhapress
Cães podem transmitir doença de Lyme. VERDADE: a doença de Lyme, também conhecida como borreliose, é causada pela bactéria "Borrelia burgdorferi", transmitida pela picada de carrapato. A doença leva a quadros de febre e pode até fazer com que a pessoa desenvolva poliartrite, miopatias ou adenopatias. Para evitá-la, é preciso ficar muito atento se seu pet tem carrapatos e eliminá-los em caso positivo. A prevenção pode ser a chave para manter os cães saudáveis e livres da doença. "Para prevenir os pets destes e de outros riscos, é importante utilizar mensalmente produtos contra pulgas e carrapatos", afirma Karen Zoreck, médica veterinária e coordenadora técnica da BayerPet, no "Guia Crianças + Pets-Como Aproveitar o Melhor Dessa Relação", da Bayer Healthcare Mais
Rick Bowmer/AP
Interação com animais pode ajudar na reabilitação de pessoas. VERDADE: cães, gatos e até coelhos são usados na recuperação de pessoas internadas, presidiários e idosos em abrigos. As penitenciárias dos Estados Unidos há muitos anos permite a companhia de animais para aliviar a raiva, o estresse e a agressividade dos condenados. Alguns hospitais nos EUA, na Europa e agora também no Brasil permitem que os bichinhos de estimação visitem seus donos, ou que animais treinados façam companhia aos pacientes internados, o que traz conforto e ânimo, colaborando para uma recuperação mais rápida. O mesmo acontece em casas para idosos, onde os animais ajudam no combate a depressão. Recentemente, uma pesquisa realizada pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, analisou adultos com demência em residenciais para idosos e encontrou uma diminuição na depressão após a realização de um programa que envolveu interação regular com um cão. O estudo também indicou uma tendência para a melhoria da função física Mais