Conheça alguns mitos e verdades sobre osteoporose

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O maior problema da osteoporose é o perigo de fraturas. VERDADE: com a queda da quantidade de cálcio nos ossos, o paciente fica mais sujeito a fraturas, que é a complicação mais temida, conforme considera o endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte. "O diagnóstico deve ser precoce, para que o tratamento seja rapidamente iniciado, evitando o problema - rupturas no colo do fêmur, nos punhos, nas vértebras - e deformidades como o achatamento e o encurvamento da coluna, que chega a diminuir a altura do indivíduo", complementa Marco Antonio Ambrósio, ortopedista e traumatologista. Vale salientar que certas fraturas, especialmente as da coluna - chamadas de fraturas por compressão -, podem acontecer sem uma queda ou qualquer outra lesão reconhecida Mais
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A osteoporose é uma doença que se instala silenciosamente. VERDADE: os sintomas só aparecem quando a fragilidade óssea é tão importante a ponto de levar a fraturas, sem um mecanismo de trauma que as justifique, analisa o endocrinologista Denise Ludovico. "Por mais grave que seja, não provoca dor", completa o também endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte Mais
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Trata-se de uma doença hereditária. INCONCLUSIVO: para Denise Ludovico, endocrinologista pediatra da ADJ Diabetes Brasil, não se pode afirmar que pessoas que tenham casos de osteoporose na família apresentarão a doença com certeza. "Isso porque ela também está relacionada a hábitos alimentares errados, como a não ingestão de cálcio, a inatividade física e a falta de exposição solar". A médica admite, no entanto, que é essencial considerar o histórico familiar da disfunção para intensificar a prevenção. "É bom levar em conta, ainda, que a capacidade de absorção de cálcio, a partir da vitamina D, tem caráter genético". O colega Felipe Henning Gaia Duarte reflete que a presença de um parente, especialmente de primeiro grau, com a doença, é um dos fatores de risco para a evolução da mesma Mais
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Medidas de prevenção devem ser tomadas desde a infância. VERDADE: conforme explica o especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Felipe Henning Gaia Duarte, o osso é formado desde a infância e tem seu pico de rigidez por volta dos 25 anos. "Para prevenir a osteoporose, devemos desde cedo aderir a medidas que garantam a formação de um bom osso". Isso significa dieta balanceada com aportes calóricos, proteicos e cálcicos que obedeçam às necessidades fisiológicas, exposição solar para que ocorra a formação de vitamina D - cerca de 15 minutos, sem uso de filtro solar, já é o suficiente - e prática regular de atividade física, complementa Denise Ludovico, pesquisadora clinica do Centro de Pesquisas Clínicas (CPClin), em São Paulo Mais
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A prática de atividade física é uma das medidas mais eficazes. VERDADE: a atividade física exerce pressão sob o tecido ósseo, e esta pressão é um estímulo muito importante para a formação do mesmo, garantindo que adquira maior rigidez. "Além disso, o exercício ajuda a prevenir quedas porque preserva reflexos, dá equilíbrio e amplia os movimentos", assegura a endocrinologista Denise Ludovico. Caminhar, andar de bicicleta, nadar, correr e, especialmente, fazer exercícios com pesos: tudo isso está valendo para prevenir o distúrbio. Que fique o recado: os treinos mais indicados para a produção contínua de massa óssea são os que provocam grande tensão muscular, já que músculos exercitados e em movimento ajudam para que os ossos fiquem mais fortes Mais
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A osteoporose é dolorosa. MITO: a disfunção é assintomática até o momento em que ocorre a fratura. "Neste caso, pode haver dor, perda de altura e encurvamento do corpo se o problema ocorreu na coluna", diz o endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte Mais
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Quem não gosta de leite apresenta maior risco de ter osteoporose. MITO: para a prevenção, o importante é manter a ingestão mínima de cálcio - entre 800 e 1.200 mg por dia, dependendo da condição -, o que pode ser obtido por meio de outros alimentos que também contenham o componente. Quem não gosta de leite tem a opção de recorrer aos laticínios, como queijo e iogurte. O Ministério da Saúde recomenda três porções diárias para adultos. Muitos vegetais também são ricos em cálcio. O endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte aconselha a avaliação nutricional para que a pessoa seja orientada sobre o que consumir, e em que quantidade Mais
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A osteoporose não tem cura. VERDADE: embora não tenha cura, ela pode ser tratada! "O importante é fazer acompanhamento com médicos especializados que poderão indicar medicamentos para estabilizar ou melhorar a alteração, reduzindo o risco de fraturas e evitando complicações", pondera Denise Ludovico, endocrinologista pediatra da ADJ Diabetes Brasil. O colega Felipe Henning Gaia Duarte observa que, com as devidas medidas, a osteoporose pode regredir para a osteopenia, que é uma forma mais leve de perda de massa óssea. Já o fisioterapeuta Thiago Martins, pós-graduado em Ortopedia e Traumatologia pela USP, salienta ser possível recuperar massa óssea por meio dos exercícios. "Jovens, quando sofrem uma fratura e ficam muito tempo imobilizados, chegam a apresentar osteoporose; mas, como tratamento correto, conseguem reverter o quadro" Mais
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A osteoporose aparece sempre na segunda metade da vida. MITO: é durante a infância e a adolescência que ocorre o crescimento ósseo e, até os 35 anos, em média, temos o aumento da densidade óssea. Por isso, é muito importante a prevenção desde cedo. "Embora seja raro, a doença pode acontecer antes dos 40 anos. Por exemplo, em pacientes com uso crônico de corticoide ou que tenham problema na produção de hormônios sexuais", reflete o endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte Mais
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A osteoporose é uma doença feminina, pois acomete mais as mulheres. VERDADE: embora possa atingir os homens, ataca principalmente as mulheres pelas alterações hormonais, especialmente a queda na produção de estrógeno após a menopausa. Nesta fase, se não for adotada nenhuma medida, a falta do hormônio causará, em dez anos, perda de metade da massa óssea adquirida durante toda a vida. Por isso, vale a recomendação de fazer exame de densitometria óssea periodicamente (uma vez por ano, por exemplo). Aos homens, fica o alerta: a doença pode acontecer por deficiência alimentar de cálcio e vitaminas, falta de exercício físico, males como diabetes, hipertireoidismo e doença do glúten e uso de drogas contra a epilepsia ou imunossupressores empregados em transplantes de órgão Mais
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É possível estabelecer uma dieta diária que seja preventiva e corretiva. VERDADE: com uma alimentação saudável e equilibrada, contendo itens que supram a necessidade diária de cálcio (principalmente leite e derivados), é possível se prevenir e, para quem já tem, diminuir os efeitos da doença, defende a endocrinologista Denise Ludovico. Além de leite, queijos e iogurtes, é bom priorizar à mesa alimentos ricos em proteína, fósforo, magnésio e vitaminas A, C, do complexo B e K, que também beneficiam a saúde óssea. As vitaminas C e B6, por exemplo, ajudam na formação do colágeno, material essencial para manter os ossos unidos Mais
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Tomar sol é benéfico para prevenir o mal. VERDADE: a exposição ao astro rei estimula a síntese de vitamina D, nutriente essencial para o equilíbrio do cálcio no organismo. Para alcançar o benefício, a recomendação é tomar 10 minutos de sol perto das 12 horas (entre 10 e 15), quando a incidência de raios ultravioleta B (UVB) é maior, sem filtro solar, três vezes por semana. "É esta radiação que ajuda na absorção da vitamina", diz Ana Lucia Récio, membro das Academias Americana e Brasileira de Dermatologia e fundadora da Sociedade Brasileira de Laser e Cirurgia. Quanto à parte do corpo, ela recomenda evitar o rosto, "pois não há necessidade de expor esta área", e escolher outros pontos que não são tão vulneráveis ao câncer de pele - como braços e pernas. Importante: basta que os raios solares incidam sobre uma área de 30 cm. "Pacientes com pele muito clara - e, portanto, propensos ao câncer solar - e muitas pintas têm que usar o bloqueador no corpo todo, exceto na pequena área de 30 cm. Passados 10 minutos, têm logo que se proteger. Afinal, tal exposição deve ser vista como um tratamento, sem a finalidade de se bronzear", conclui a dermatologista Mais
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Vale a pena ingerir suplementos de cálcio e vitamina D. INCONCLUSIVO: o fisioterapeuta Thiago Martins acha positivo investir em suplementos, porém adverte que eles jamais devem ser tomados por conta própria. "É imprescindível consultar um médico antes, pois é ele que vai prescrever a dosagem e o horário". O endocrinologista Felipe Henning Gaia Duarte acredita que somente vale a pena ingeri-los se o paciente tiver uma dieta inadequada. "Para saber isso, é necessário procurar preferencialmente um nutricionista ou médico com habilidade em doenças ósseas". Ele explica que o tipo de cálcio que deverá ser reposto dependerá das características clínicas do paciente. "Existem dois tipos principais: o carbonatado, que deverá ser tomado se possível após as refeições que tenham menos proteína (pois estas interferem na absorção do mineral); e os à base de citrato, para consumir antes das refeições. Este último geralmente é indicado para indivíduos que usam medicamentos para gastrite, que fizeram redução do estômago ou tenham calculo renal". Já a reposição de vitamina D, ele diz, somente precisa ser feita se o médico detectar tal necessidade por meio de exame de sangue. "Neste caso, pode-se tentar adequar a exposição ao sol e, quando esta for contraindicada, aí sim recorrer à suplementação da vitamina". As necessidades diárias de cálcio são de 800 mg para crianças e adultos, 1.200 mg para adolescentes e lactantes e 1.000 mg para mulheres pós-menopausa. A recomendação de vitamina D varia de 400 a 1000 UI por dia, de acordo com a idade e avaliação médica Mais
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Quem tem osteopenia é forte candidato a ter osteoporose. VERDADE: isso porque a osteopenia é uma perda menor de massa óssea que, em geral, antecede a osteoporose. "Quando o osso normal perde massa, torna-se osso osteopênico; a partir de certo limite, passa a receber o nome de osso osteoporótico. Portanto, no caso de pacientes já com a primeira doença, é obrigatório seguir as recomendações médicas para melhorar a massa óssea", diz o especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Felipe Henning Gaia Duarte Mais
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Há várias formas de tratamento. VERDADE: a primeira providência é unir alimentação rica em cálcio à prática de atividade física e exposição solar. Se necessário, entrarão em cena medicamentos: hormônios sexuais, bifosfanatos (classe mais prescrita, tem como ação impedir a perda de massa óssea), modeladores de receptores de estrogênio, ranelato de estrócio (em pó e tomado diariamente à noite) e denosumab (mais recente e de uso subcutâneo, deve ser administrado a cada seis meses). "É possível, ainda, recorrer à teriparatida, molécula semelhante a um hormônio natural que temos no corpo, chamado PTH, que, em doses intermitentes, tem forte ação formadora óssea. De uso subcutâneo e alto custo, é indicada para os casos mais severos da doença", explica Felipe Henning Gaia Duarte. Importante: se o paciente já tem osteoporose, deve-se retirar de casa objetos que induzam a quedas (como tapetes) e, se possível, emborrachar o piso do banheiro, colocar barras nas paredes para facilitar o equilíbrio, orientar o uso de sapatos altos. O ortopedista, traumatologista e médico do esporte Marco Antonio Ambrósio, do Hospital Samaritano (SP), recomenda também dormir em colchões firmes e evitar ou diminuir o fumo e a ingestão de café e/ou álcool. "O aparecimento da osteoporose pode ser retardado, e sua progressão desacelerada, com diagnóstico, prevenção e tratamento precoce" Mais