Conheça alguns mitos e verdades sobre hipertensão

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Pressão alta tem cura. PARCIALMENTE VERDADE: uma vez instalada, a hipertensão dificilmente será curada. "É uma doença incurável, porém tratável", fala o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. Para controlar a pressão, o doente necessitará do uso contínuo de medicamentos, aliado a mudanças saudáveis no estilo de vida. No entanto, existem casos em que as causas da pressão alta decorrem de fatores não diretamente ligados aos fatores de risco. São as chamadas hipertensões secundárias a distúrbios hormonais, renais, circulatórios ou associadas ao uso de remédios. Nesses casos, quando a causa é eliminada, a doença também desaparece. Até mesmo a obesidade tem sido tratada como uma causa de hipertensão secundária, pois muitos hipertensos que conseguem perder peso têm sua doença controlada Mais
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Se não tenho histórico familiar da doença, não preciso me preocupar com a hipertensão. MITO: apesar da ligação direta com a questão genética, é possível ter pressão alta mesmo sem outros casos na família. Porém,quem tem o pai ou a mãe com hipertensão tem 30% de chances de ter a doença. Se os dois genitores têm pressão alta, o risco vai para até 50%. "E mesmo quando um avô ou tio possui a doença, existe o risco maior de desenvolvê-la", fala o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. "A hipertensão tem um forte componente genético. Se na família não há ninguém com a doença, a chance de se tornar hipertenso é menor, mas existe e ocorre principalmente quando há um consumo excessivo de sal na alimentação", explica o médico. Pessoas obesas e sedentárias também correm risco de desenvolver a doença, mesmo sem histórico familiar Mais
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Bebidas alcoólicas ajudam a baixar a pressão. INCONCLUSIVO: ingestão de álcool em grandes quantidades e por tempo prolongado aumenta a pressão arterial e o risco de contrair doenças cardiovasculares. Algumas pesquisas, no entanto, apontam que o consumo de uma ou duas doses por dia reduz a pressão, mas elas não são unanimidade entre os médicos. "Não é consenso que o consumo de pequenas quantidades de álcool ajuda no controle da hipertensão", diz o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O recomendável ainda é evitar as bebidas alcoólicas em qualquer quantidade, sempre que possível, sendo ou não hipertenso Mais
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Mulheres sofrem mais de hipertensão do que os homens. MITO: tanto homens quanto mulheres podem vir a ter pressão alta se tiverem histórico familiar da doença e não se cuidarem adequadamente, mantendo o peso em dia, tendo uma alimentação saudável e pobre em sal, praticando atividades físicas regulares e ficando longe do estresse. "A prevalência de hipertensão é apenas ligeiramente maior entre os homens (35% entre eles, contra 30% entre elas)", fala o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, intitulada Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2012), no entanto, apontou um dado diferente: 26,9% das mulheres entrevistadas disseram ter tido um diagnóstico prévio de hipertensão, contra 21,3% dos homens. Isso é explicado pelo fato de as mulheres irem com mais frequência ao médico do que os homens, o que favorece o diagnóstico precoce. Mas não significa, necessariamente, que elas tenham mais a doença do que eles Mais
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Comer alimentos salgados faz a pressão subir. VERDADE: sal aumenta a retenção de água pelo organismo, o que eleva a pressão nas paredes das artérias. Além disso, o sódio contido no sal pode causar o estreitamento das paredes dos vasos sanguíneos ao inibir a ação do óxido nítrico, que é uma substância dilatadora. "O consumo excessivo de sal é um dos grandes vilões da hipertensão. Uma alimentação rica em sódio (sal) aumenta a chance de uma pessoa se tornar hipertensa, assim como dificulta o tratamento das pessoas previamente hipertensas", explica o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "Por isso, é recomendado aos que possuem a doença reduzir o consumo de sal para no máximo 5 gramas por dia (equivalentes a 2 gramas de sódio)", continua o médico Mais
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Pressão alta pode apresentar sintomas. MITO: o problema é, na maioria das vezes, assintomático. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), sintomas como dor de cabeça, tonturas, edema das pernas, palpitações e sangramentos nasais podem ser sugestivos de hipertensão, mas não são específicos da doença. "Muitas vezes esses sintomas, na verdade, não são da hipertensão em si, mas do que chamamos de lesões dos órgãos-alvo, ou seja, de complicações em órgãos como coração, rins e cérebro decorrentes da pressão alta", explica o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. Por isso, quem tem histórico familiar da doença e/ou alguns dos demais fatores de risco deve fazer um acompanhamento médico regular, mesmo que não sinta nada de diferente. "O ideal é ir ao médico uma vez por ano e, para quem tem antecedente familiar da doença, pelo menos duas vezes ao ano", destaca o médico. E, caso a doença já esteja instalada, ela deve ser tratada continuamente, mesmo que a pessoa se sinta bem e não apresente sintomas Mais
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Quem tem pressão alta tem mais risco de ter um ataque cardíaco ou um AVC. VERDADE: hipertensão arterial é o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares. Ela é responsável por 45% dos ataques cardíacos e 51% dos acidentes vasculares cerebrais no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). "É um dos mais importantes problemas de saúde pública. A mortalidade por doenças cardíacas aumenta progressivamente com a elevação da pressão arterial", aponta o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo Mais
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Não existe nada que previna a pressão alta. MITO: mudanças do estilo de vida podem diminuir a incidência de hipertensão, mesmo entre aqueles com histórico familiar da doença, além de reduzir a mortalidade por doenças cardíacas. "Devemos cultivar hábitos de vida saudáveis como uma alimentação balanceada, restrição de sal e álcool, atividade física regular, perda de peso e combate ao tabagismo", fala o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo Mais
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É normal que as pessoas idosas tenham uma pressão arterial mais elevada. VERDADE: existe relação direta entre o aumento da pressão arterial e da idade. Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2012, realizada pelo Ministério da Saúde, 59,2% dos indivíduos com mais de 65 anos têm hipertensão. "Isso ocorre devido às próprias alterações fisiológicas do envelhecimento, como o enrijecimento das artérias. É preciso fazer um acompanhamento constante para verificar se a pressão mais alta causa alguma complicação no organismo do idoso. Muitos médicos acreditam que não é necessário tratar antes de algum problema se apresentar, pois a medicação pode gerar mal-estar. Mas isso varia de profissional para profissional", destaca o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O recomendado é sempre procurar um médico , que poderá avaliar com mais precisão cada caso Mais
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Meditação e ioga ajudam a baixar a pressão. VERDADE: como o estresse é um fator de risco para a pressão se elevar, técnicas que ajudam o indivíduo a relaxar das tensões do dia a dia podem ajudar no controle da hipertensão e serem usadas como alternativas coadjuvantes do tratamento com remédios. "Meditação, musicoterapia e ioga, entre outras técnicas de controle do estresse, demonstraram ser capazes de reduzir a pressão arterial de hipertensos", aponta o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo Mais
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Qualquer aparelho, mesmo os digitais, serve para medir a pressão de uma pessoa. VERDADE: todos os aparelhos podem medir corretamente a pressão de um indivíduo, desde que devidamente validados e verificados uma vez por ano para ver se estão funcionando adequadamente. Se necessário, devem ainda ser calibrados. "Deve-se dar preferência aos aparelhos digitais de braço", frisa o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Atualmente, os médicos estimulam os hipertensos a realizar medidas de pressão arterial em casa, uma vez que muitas pessoas apresentam uma elevação da pressão no consultório por se sentirem tensas ou ansiosas. A automedição torna-se uma importante informação para ajudar a fazer ajustes no tratamento Mais
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A pressão alta aparece mais em pessoas estressadas. VERDADE: o sistema nervoso é um dos primeiros mecanismos associados à elevação da pressão. "Fatores psicossociais, econômicos, educacionais e o estresse emocional participam do desencadeamento e manutenção da hipertensão", aponta o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Pessoas mais estressadas tendem a ter uma elevação da pressão maior do que as que se sentem mais relaxadas. Mas isso não significa que todos os indivíduos estressados terão pressão alta. No entanto, se a pessoa tem histórico familiar da doença, a atenção deve ser redobrada Mais
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É normal a pressão ficar alta durante a gravidez. MITO: o comum é exatamente o contrário - a pressão arterial diminuir durante a gravidez. Isso porque durante a gestação há um aumento da progesterona, hormônio que relaxa as paredes dos vasos sanguíneos e faz com que a pressão baixe por volta da metade da gravidez. A pressão alta durante a gestação traz riscos para a saúde materna e fetal e pode ser indicativa de um distúrbio chamado pré-eclâmpsia. Ele é caracterizado pela alta da pressão e presença de proteína na urina após 20 semanas de gestação. Nos casos mais graves, o problema pode reduzir o fluxo de sangue para a placenta, afetando o crescimento do bebê. Pode evoluir, ainda, para uma eclâmpsia, quando a pressão sobe demais e coloca em risco a vida da mãe e do bebê. "Quando a pressão sobe, é sinal de que há grandes complicações", alerta o cardiologista Rui Póvoa, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Por isso, o acompanhamento médico durante a gravidez é fundamental Mais
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Quem tem pressão alta deve evitar atividades físicas; MITO: pelo contrário - os exercícios aeróbios, que devem ser complementados pelos de musculação, promovem reduções de pressão arterial e são indicados para a prevenção e o tratamento da hipertensão. "A equação ideal é 80% de exercício aeróbico, que estimula a atividade cardíaca, e 20% de muscular", diz o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Para manter uma boa saúde cardiovascular e qualidade de vida, todo adulto - hipertenso ou não - deve realizar, pelo menos cinco vezes por semana, 30 minutos de atividade física moderada de forma contínua ou acumulada Mais
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Remédios para pressão alta causam impotência. PARCIALMENTE VERDADE: existe uma geração mais antiga de medicamentos para pressão arterial que, de fato, tinha esse efeito secundário. Já os novos medicamentos contra a pressão alta têm baixo percentual de efeitos adversos, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). "Hoje, somente alguns tipos de remédio anti-hipertensivos podem causar disfunção sexual, e em um percentual pequeno de pacientes", fala o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. "Esses remédios são pouco utilizados e foram substituídos por uma nova geração, que não têm mais esse efeito colateral", afirma o urologista Geraldo Faria, membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e ex-chefe do departamento de Andrologia e Medicina Sexual da entidade. Por isso, esse receio não deve ser motivo para deixar de fazer o tratamento contra a pressão alta Mais
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Pressão alta é controlada só com remédios. MITO: além dos remédios, ajudam a controlar a hipertensão atitudes como ter uma alimentação saudável, restringir o consumo de sal e bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas regularmente, perder peso (quando se está obeso), parar de fumar e controlar o estresse. "É possível controlar a pressão, nos estágios mais leves, somente com essas mudanças de estilo de vida", fala o cardiologista Rui Póvoa, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). "Algumas pessoas, após emagrecer, conseguem bons resultados no controle da pressão. Com bons hábitos de vida é possível um tratamento sem remédios", destaca ainda o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo Mais
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A pressão arterial pode variar durante o dia. VERDADE: a pressão arterial depende de inúmeros fatores que podem mudar a cada momento, o que explica suas alterações para um mesmo indivíduo ao longo do dia. "Ela varia de forma fisiológica durante o dia, sendo menor durante o sono e maior quando se está acordado", explica o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Valores iguais ou superiores a 14 por 9, no entanto, já são considerados como hipertensão. Nestes casos, recomenda-se ir ao médico o quanto antes para avaliar o caso Mais
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Sou jovem, então não preciso me preocupar com pressão alta. MITO: a chance de se ter a doença aumenta com a idade, mas isso não significa que os jovens estejam livres da hipertensão. Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2012, realizada pelo Ministério da Saúde, 3,8% dos brasileiros com idade entre 18 e 24 já apresenta pressão alta. Já na faixa acima de 65 anos, esse percentual sobre para 59,2%. "Já entre as crianças e adolescentes abaixo dos 15 anos, 3% podem apresentar a doença, que ocorre, em geral, por herança familiar ou erros na alimentação", diz o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). "Existem causas de pressão alta que podem se iniciar durante a infância e adolescência, como, por exemplo, problemas nos rins e problemas na aorta (coarctação de aorta)", cita ainda o cardiologista Antonio Carlos Bacelar Nunes Filho, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. De acordo com o cardiologista Rui Póvoa, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), a pressão em jovens é mais grave. "Ela aumenta o risco de aneurisma da aorta", continua Ghorayeb Mais
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Quando a pressão baixar, não preciso mais tomar remédio. MITO: medicamento contra a hipertensão, quando necessário, geralmente é para a vida toda. "Algumas pessoas conseguem bons resultados com o emagrecimento e com a melhora dos hábitos de vida, podendo ser tratadas sem remédio", afirma o cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe da seção médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). No entanto, esses casos são menos frequentes e, em geral, os doentes são tratados com medicamentos de uso contínuo para controlar a pressão, em conjunto com mudanças no estilo de vida Mais