Hospital federal do Rio tem 14 mil pacientes à espera de cirurgia

Fábio Teixeira/UOL
O Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad), situado no antigo prédio do Jornal do Brasil, na avenida Brasil, na região portuária do Rio, tem uma longa fila de pacientes à espera de cirurgia, segundo a Defensoria Pública da União. São mais de 14 mil pessoas aguardando. Mais de 50% delas estão acima dos 60 anos Mais
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No mês passado, o defensor da República Daniel Macedo ajuizou uma ação civil pública a fim de cobrar do hospital e do governo federal medidas para reduzir essa lista de espera. A direção do Into afirma reconhecer o problema, argumenta que a demanda é maior do que a sua capacidade de oferta e aposta na assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a DPU e o Ministério Público Mais
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A aposentada Ilma Pereira Bazílio, 67, diz ser uma das veteranas da fila. Segundo a idosa, há sete anos, ela aguarda uma artroplastia primária de joelho (operação para substituição ou reparação da articulação do joelho) na esperança de dar fim a uma dor que a acompanha desde 1999, quando foi diagnosticada com um tipo de artrose (gonartrose bilateral avançada) Mais
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Segundo Ilma, as dores no joelho se tornaram insuportáveis nos últimos dois anos, fato que lhe impõe uma rotina de reclusão. "Eu conto os dias até chegar o domingo, que é quando eu tenho ajuda para ir ao culto na igreja. Só nesse momento eu consigo ver e interagir com amigos, ouvir a palavra do pastor, pedir ajuda a Deus para que ele me tire dessa situação", disse Mais
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A idosa mora sozinha em uma casa de dois andares, na favela Jorge Turco, em Coelho Neto, na zona norte do Rio. Ela é obrigada a subir e descer uma escada todos os dias. "Eu desço de manhã e só subo para dormir, pois o meu quarto fica no andar de cima", relatou a aposentada Mais
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A aposentada Ilma Pereira Bazílio, 67, diz ser uma das veteranas da fila. Segundo a idosa, há sete anos, ela aguarda uma artroplastia primária de joelho (operação para substituição ou reparação da articulação do joelho) na esperança de dar fim a uma dor que a acompanha desde 1999, quando foi diagnosticada com um tipo de artrose (gonartrose bilateral avançada) Mais
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Segundo Ilma, as dores no joelho ficaram mais fortes nos últimos dois anos. "Eu não aguento mais esse sofrimento... A dor não para. Dói o dia todo. É como se cortassem a carne do joelho e a descolasse do osso. Tenho que tomar remédio a base de morfina", afirmou ela Mais
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A aposentada Ilma Pereira Bazílio, 67, diz ser uma das veteranas da fila. Segundo a idosa, há sete anos, ela aguarda uma artroplastia primária de joelho (operação para substituição ou reparação da articulação do joelho) na esperança de dar fim a uma dor que a acompanha desde 1999, quando foi diagnosticada com um tipo de artrose (gonartrose bilateral avançada) Mais
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O Into, porém, argumenta que o atendimento feito a Ilma, em setembro de 2007 (a foto mostra o cartão que ela recebeu na ocasião), não teria representado o ingresso da paciente na fila da cirurgia de joelho. Na versão do hospital, ela foi atendida por um médico do Centro de Cirurgia do Pé e Tornozelo, sem indicação cirúrgica. Ao retornar para consulta, cinco anos depois, ela teria entrado efetivamente na lista de espera após ser atendida por um médico especialista em joelho Mais
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Em 2012, Ilma diz ter sido notificada pelo Into de que havia "perdido a vez na fila". De acordo com a idosa, a ouvidoria do hospital informou que ela já tinha sido chamada para operar o joelho e não compareceu. Com isso, a paciente teria feito um novo cadastro, o que significou "ir para o fim da fila". A aposentada negou ter sido chamada e disse que, na ocasião, a resposta dada pelo Into era o mesmo que "brincar com o sofrimento de uma pessoa" Mais
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A idosa mora sozinha em uma casa de dois andares, na favela Jorge Turco, em Coelho Neto, na zona norte do Rio Mais
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A espera por cirurgia no Into também é uma realidade para o pedreiro Otoniel Pedreira de Souza, 37, que perdeu praticamente metade da calota craniana após cair de uma laje enquanto trabalhava, em maio de 2013. Há quatro meses, Otoniel aguarda a colocação de prótese customizada Mais
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Com a retirada da calota craniana, houve perda óssea, o que faz com que o crânio de Otoniel esteja até hoje exposto à pressão atmosférica, segundo relato da mulher do paciente, Ana Paula Figueira. Os médicos alertaram o casal para a possibilidade de sequelas irreversíveis Mais
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Na rede pública, o Into é o único hospital que oferece cirurgia de prótese de crânio. Em um hospital particular, de acordo com a cotação feita pela mulher de Otoniel, Ana Paula Figueira, todo o procedimento custaria cerca de R$ 150 mil. "Inviável para a gente", definiu ela Mais
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A mudança estética trouxe problemas para o pedreiro, que diz ser alvo de olhares quando anda nas ruas. "Eu me sinto triste porque é algo que eu não posso fazer nada. As pessoas perguntam: 'Por que ele não usa um boné?'. Mas eu não posso usar boné porque começa a dar umas fisgadas perto do olho esquerdo. Isso me causa uma revolta muito grande. Eu não sou assim porque eu quero", desabafou Mais
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A renda do casal despencou de R$ 3.000 para aproximadamente R$ 850, já que ambos estão sem trabalhar --a mulher de Otoniel teve que sair do emprego para cuidar do marido. A família sobrevive de bicos feitos por ela e do auxílio-acidente pago pelo INSS a Otoniel no valor de um salário mínimo (R$ 724) Mais
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A espera por cirurgia no Into também é uma realidade para o pedreiro Otoniel Pedreira de Souza, 37, que perdeu praticamente metade da calota craniana após cair de uma laje enquanto trabalhava, em maio de 2013. Há quatro meses, Otoniel aguarda a colocação de prótese customizada Mais
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A mudança estética trouxe problemas para o pedreiro, que diz ser alvo de olhares quando anda nas ruas. "Eu me sinto triste porque é algo que eu não posso fazer nada. As pessoas perguntam: 'Por que ele não usa um boné?'. Mas eu não posso usar boné porque começa a dar umas fisgadas perto do olho esquerdo. Isso me causa uma revolta muito grande. Eu não sou assim porque eu quero", desabafou Mais
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Segundo a mulher, Otoniel vem apresentando sinais de depressão. O pedreiro, que é evangélico, não manifesta vontade nem de ir à igreja, já que até em seu espaço religioso ele é vítima de olhares e comentários. "Outro dia eu estava lá, ouvindo o pastor falar sobre pessoas deficientes, e todo mundo começou a me olhar... Eles não tiravam o olho. Eu me senti muito mal nesse dia e comentei com um irmão que até na igreja isso acontece", declarou Mais
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A mulher de Otoniel, Ana Paula Figueira, se disse emocionada ao lembrar de uma pergunta feita pelo filho mais novo do casal, Andriel (foto), 6: "Mãe, quando a gente vai colocar a testa do papai no lugar?" Mais