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Menino é submetido a bem sucedido transplante de coração no México

10/05/2013 09h58

Um menino de oito anos foi submetido a um bem sucedido transplante de coração no México, uma prática pouco comum devido à sua complexidade e ao baixo índice de doação de órgãos de menores, informou nesta quinta-feira (9) o hospital público que fez a operação.

A família de uma menina de 5 anos que teve morte cerebral doou o coração para Sebastián Contreras de la Cruz, um garoto de 8 anos que se diz ansioso para praticar caratê, seu esporte favorito.

O transplante foi possível pela disponibilidade de "um coração do seu tamanho (...) Com a doação de um adulto não teria sido possível", disse durante entrevista coletiva Jaime Zaldívar, diretor do hospital "La Raza", situado no norte da Cidade do México e pertencente ao Instituto Mexicano de Seguro Social (IMSS).

"Não estamos acostumados à doação cadavérica pediátrica", pois até mesmo as pessoas favoráveis à doação são reticentes a dar os órgãos de seus familiares menores, acrescentou o médico deste hospital, o principal centro de transplantes em nível nacional.

"Quero agradecer de todo coração por este coração que é tão valioso para o meu menino (...) É um grande presente que que Deus acaba de me dar", expressou Gabriela de la Cruz, mãe de Sebastián.

Com um tímido "bem", Sebastián respondeu à imprensa quando perguntado como se sentia. De braço dado com a mãe, o pequeno de olhos vivos e semblante sorria assombrado diante das muitas câmeras apontadas para ele.

O novo coração de Sebastián "vai crescer com ele", disse Zaldívar, para quem a expectativa de vida do menino é de pelo menos 20 anos.

O IMSS realizou outros quatro transplantes cardíacos em menores, o último deles em 1997.

Segundo os especialistas, a operação não tem diferença técnica com relação à efetuada em um adulto, mas a pequenez das artérias dos meninos adiciona uma complexidade considerável.

Atualmente há no México 5,1 doadores de órgãos por cada milhão de pessoas inscritas no sistema do IMSS, segundo dados da instituição, que espera aumentar esta cifra a 13 por cada milhão graças a uma rede de coordenadores médicos de trasplantes em todo o país.

No entanto, o México ainda está longe dos 30 doadores por milhão de afiliados ao Seguro Social que a Espanha tem.

Mais de 9.000 pessoas esperam para receber um rim, uma coração, uma córnea ou fígado no México, dos quais entre 10% e 20% são crianças.