Topo

Cientistas anunciam pesquisa para vacina global contra ebola

Assistente de saúde aplica vacina contra ebola em homem em Mbandaka, na República Democrática do Congo - Kenny Katombe/Reuters
Assistente de saúde aplica vacina contra ebola em homem em Mbandaka, na República Democrática do Congo Imagem: Kenny Katombe/Reuters

12/07/2018 08h46

Uma equipe de pesquisadores espanhóis está trabalhando em uma vacina global contra o vírus do ebola, que nos últimos anos causou estragos na África e um contágio na Espanha, anunciou um hospital de Madri nesta quarta-feira (11).

Atualmente existe uma vacina, mas só contra uma das cinco cepas desta febre hemorrágica, a variedade conhecida como Zaire.

Leia também:

A vacina rVSVSV-ZEBOV, sob licença do laboratório americano Merck & Co, foi administrada em maio passado na República Democrática do Congo para evitar a repetição de uma epidemia que entre 2013 e 2016 deixou mais de 11.300 mortos na África Ocidental.

O hospital público 12 de Octubre, em colaboração com outros dois centros madrilenhos, trabalha há meses com amostras de três pacientes tratados com sucesso na Espanha.

Rafael Delgado, o pesquisador principal, explicou à imprensa que a dificuldade está no fato de que o vírus se protege com proteínas que servem de escudo, e só expõe suas zonas vulneráveis durante um curto espaço de tempo, o que dificulta a ação do sistema imunológico.

No entanto, os pesquisadores descobriram que os três pacientes tratados na Espanha tinha produzido em seu organismo anticorpos "muito efetivos" contra a doença, embora "em pequena quantidade" e só contra a variedade Zaire, com a qual se contagiaram.

O objetivo a partir de agora, acrescentou Delgado, é produzir esses anticorpos em maior quantidade, e de uma forma em que sejam eficazes contra as cinco cepas do vírus.

"O desafio é produzir estes anticorpos em maior escala, através de uma vacina", disse Delgado, chefe de microbiologia do Hospital 12 de Octubre.

O pesquisador apontou que a equipe espera ter resultados dos testes realizados com ratos em um ano.

Segundo ele, esta técnica que consiste em buscar a melhor forma de atacar os pontos vulneráveis dos vírus poderia dar pistas para combater outras doenças, como o HIV e a gripe.