China anuncia mais 25 mortos por novo coronavírus na região do foco da epidemia
As autoridades chinesas anunciaram hoje que mais 25 pessoas faleceram por conta do foco do novo coronavírus em Hubei, elevando para 131 o número de mortos por esta doença nesta província do centro da China onde começou a epidemia.
Até o momento, 840 novos casos de infecção foram confirmados na mesma província, totalizando 5.300 pacientes contaminados pelo vírus em todo o país, de acordo com as fontes oficiais.
O presidente Xi Jinping disse hoje que a China está certa de que vai derrotar um coronavírus do "diabo", mas o alarme internacional está aumentando à medida que o surto se espalha pelo mundo.
Da França ao Japão, os governos estavam organizando retiradas, enquanto Hong Kong —cenário de distúrbios anti-China por meses— planeja suspender as ligações ferroviárias e de balsa com o continente.
Os Estados Unidos disseram estar expandindo a triagem de chegadas da China de cinco para 20 aeroportos e o secretário de Saúde, Alex Azar, afirmou que nada está "fora da mesa" em termos de impor restrições adicionais a viagens.
Entre os países que estão retirando cidadãos de Wuhan, cidade do centro da China com 11 milhões de pessoas onde o surto começou, a embaixada dos EUA em Pequim informou que um avião fretado buscará sua equipe consular na quarta-feira. A Comissão Europeia disse que ajudaria a financiar duas aeronaves para levar cidadãos da UE para casa, com 250 franceses partindo no primeiro voo.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e Xi se reuniram em Pequim para discutir como proteger chineses e estrangeiros em áreas afetadas pelo vírus e possíveis alternativas de retiradas, disse um porta-voz da OMS.
"O vírus é um diabo e não podemos deixar o diabo se esconder", declarou Xi à televisão estatal.
"A China fortalecerá a cooperação internacional e saúda a participação da OMS na prevenção do vírus.. A China está confiante em vencer a batalha contra o vírus."
A agência da ONU disse mais tarde que a China concordou que a OMS pode enviar uma equipe de especialistas internacionais "o mais rápido possível" para aumentar o entendimento sobre o vírus e orientar a resposta global.
Os investidores estão preocupados com o impacto da crise na segunda maior economia do mundo, embora as bolsas de valores tenham se recuperado na terça-feira após fortes quedas no dia anterior.
Um surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2002-03 levou a uma queda de 45% na demanda de passageiros aéreos na Ásia. O setor de viagens agora depende mais dos viajantes chineses, e a participação da China na economia global quadruplicou.
O vírus semelhante à gripe se espalhou para o exterior, mas nenhuma das 106 mortes ocorreu fora da China e todas, exceto seis, foram em Wuhan, onde o vírus surgiu no mês passado, provavelmente a partir de animais silvestres comercializados ilegalmente.
No entanto, casos na Alemanha, Vietnã, Taiwan e Japão em que o vírus se espalhou de pessoa para pessoa —em vez de ocorrer através da chegada de um visitante da China— aumentaram a preocupação. O número de casos confirmados na China subiu para 4.515 até segunda-feira, contra 2.835 no dia anterior, informou o governo.
A China, governada pelo Partido Comunista, está ansiosa para mostrar que é transparente sobre esse surto, depois de inicialmente encobrir a extensão da epidemia de Sars que matou cerca de 800 pessoas em todo o mundo.
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