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China anuncia mais 25 mortos por novo coronavírus na região do foco da epidemia

Quase 3 mil casos do novo coronavírus já foram confirmados, a maioria deles na China - EPA
Quase 3 mil casos do novo coronavírus já foram confirmados, a maioria deles na China Imagem: EPA

Wuhan (China)

28/01/2020 21h18

As autoridades chinesas anunciaram hoje que mais 25 pessoas faleceram por conta do foco do novo coronavírus em Hubei, elevando para 131 o número de mortos por esta doença nesta província do centro da China onde começou a epidemia.

Até o momento, 840 novos casos de infecção foram confirmados na mesma província, totalizando 5.300 pacientes contaminados pelo vírus em todo o país, de acordo com as fontes oficiais.

O presidente Xi Jinping disse hoje que a China está certa de que vai derrotar um coronavírus do "diabo", mas o alarme internacional está aumentando à medida que o surto se espalha pelo mundo.

Da França ao Japão, os governos estavam organizando retiradas, enquanto Hong Kong —cenário de distúrbios anti-China por meses— planeja suspender as ligações ferroviárias e de balsa com o continente.

Os Estados Unidos disseram estar expandindo a triagem de chegadas da China de cinco para 20 aeroportos e o secretário de Saúde, Alex Azar, afirmou que nada está "fora da mesa" em termos de impor restrições adicionais a viagens.

Entre os países que estão retirando cidadãos de Wuhan, cidade do centro da China com 11 milhões de pessoas onde o surto começou, a embaixada dos EUA em Pequim informou que um avião fretado buscará sua equipe consular na quarta-feira. A Comissão Europeia disse que ajudaria a financiar duas aeronaves para levar cidadãos da UE para casa, com 250 franceses partindo no primeiro voo.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, e Xi se reuniram em Pequim para discutir como proteger chineses e estrangeiros em áreas afetadas pelo vírus e possíveis alternativas de retiradas, disse um porta-voz da OMS.

"O vírus é um diabo e não podemos deixar o diabo se esconder", declarou Xi à televisão estatal.

"A China fortalecerá a cooperação internacional e saúda a participação da OMS na prevenção do vírus.. A China está confiante em vencer a batalha contra o vírus."

A agência da ONU disse mais tarde que a China concordou que a OMS pode enviar uma equipe de especialistas internacionais "o mais rápido possível" para aumentar o entendimento sobre o vírus e orientar a resposta global.

Os investidores estão preocupados com o impacto da crise na segunda maior economia do mundo, embora as bolsas de valores tenham se recuperado na terça-feira após fortes quedas no dia anterior.

Um surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2002-03 levou a uma queda de 45% na demanda de passageiros aéreos na Ásia. O setor de viagens agora depende mais dos viajantes chineses, e a participação da China na economia global quadruplicou.

O vírus semelhante à gripe se espalhou para o exterior, mas nenhuma das 106 mortes ocorreu fora da China e todas, exceto seis, foram em Wuhan, onde o vírus surgiu no mês passado, provavelmente a partir de animais silvestres comercializados ilegalmente.

No entanto, casos na Alemanha, Vietnã, Taiwan e Japão em que o vírus se espalhou de pessoa para pessoa —em vez de ocorrer através da chegada de um visitante da China— aumentaram a preocupação. O número de casos confirmados na China subiu para 4.515 até segunda-feira, contra 2.835 no dia anterior, informou o governo.

A China, governada pelo Partido Comunista, está ansiosa para mostrar que é transparente sobre esse surto, depois de inicialmente encobrir a extensão da epidemia de Sars que matou cerca de 800 pessoas em todo o mundo.