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Quando é melhor tomar ibuprofeno ou paracetamol?

24/05/2015 07h03Atualizada em 25/05/2015 10h28

Dois dos analgésicos mais comuns do mundo, o paracetamol e o ibuprofeno são comumente usados contra dores de cabeça, cólicas ou febre, por exemplo.

Ambos em geral são seguros se tomados na dose correta e sob recomendação médica, mas como saber qual dos dois tomar?

No Reino Unido, gestantes foram recentemente orientadas a tomar cuidado ao ingerir paracetamol (princípio ativo do Tylenol), após um estudo da Universidade de Edimburgo sugerir que o uso prolongado do analgésico poderia afetar a saúde reprodutiva de seus filhos.

Segundo as diretrizes do Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, o equivalente ao SUS brasileiro), paracetamol deve ser tomado na gravidez apenas se realmente necessário e pelo menor período de tempo possível. Pessoas que precisem de tratamento de longo prazo com o analgésico devem fazê-lo sob orientação médica.

E, na gestação, deve-se evitar também o ibuprofeno (princípio ativo do Advil), a não ser que o médico o receite.

Para as demais pessoas, veja o que o NHS e o site americano AskDrSears, especializado em orientação pediátrica, dizem sobre os dois analgésicos.

Os analgésicos até podem ser usado em conjunto, desde que seguindo as orientações da bula e de médicos - e dentro de doses limitadas. Mas esse uso combinado não é recomendado para crianças menores de 16 anos.

Paracetamol

Segundo o NHS, o paracetamol reduz a dor ao afetar os químicos nas chamadas prostaglandinas, substâncias liberadas pelo corpo em resposta a doenças ou lesões. O paracetamol bloqueia a produção de prostaglandinas, fazendo o corpo menos ciente da dor ou da lesão.

É indicado para aliviar dores moderadas e leves, como dores de cabeça, torções e dente. O analgésico também reduz a temperatura do corpo.

A não ser que o médico assim oriente, nunca tome mais do que quatro doses em 24 horas e sempre siga as orientações da bula.

E, se as dores persistirem por mais de três dias, consulte seu médico. Por conta dos efeitos colaterais, nunca é indicado que o paciente aumente ele próprio sua dosagem caso a dor seja severa.

Virtudes

  • A droga age diretamente nos nervos e receptores do cérebro para aliviar a dor, por isso costuma ser mais eficaz contra dores de cabeça.
  • É seguro para crianças e adultos se tomado corretamente, e os efeitos colaterais são mínimos.
  • Segundo artigo publicado na rede médica AskDrSears.com, seria necessário tomar ao menos sete vezes a dose normal de paracetamol para que a droga se tornasse danosa ao paciente. É seguro tomá-la com outros antibióticos ou medicamentos de resfriado.
  • Pode ser ministrado a bebês, para tratar febres ou dores, desde que eles tenham mais de dois meses de idade.

Defeitos

  • Enquanto o ibuprofeno age em 30 minutos, o paracetamol não tem efeito antes de 45 a 60 minutos desde a ingestão da primeira dose. E a dor e a febre são reduzidas por quatro horas, em vez de seis.
  • O paracetamol não tem as mesmas propriedades anti-inflamatórias que o ibuprofeno, portanto é menos eficaz para reduzir a dor associada à inflamação e à lesão corporal.
  • Ainda que não ataque o estômago, seu consumo excessivo pode ser prejudicial para o fígado e o rim. Portanto não deve ser usado por pessoas com problemas hepáticos.
  • Em casos mais raros, pode causar reação alérgica (coceira ou inchaço).
  • Quando ministrado de forma intravenosa, pode baixar a pressão.

Ibuprofeno

O ibuprofeno também age nas prostaglandinas e também é usado para conter dores moderadas e leves (de dente, cabeça, lesões esportivas, cólicas, febre e inflações). Mas medicamentos chamados de anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, parecem funcionar melhor se a causa da dor for inflamatória, como artrite ou lesão, explica o NHS.

Ele não deve ser usado por período prolongado a não ser que haja uma inflamação e que o médico o recomende. O uso prolongado pode causar irritações no estômago, problemas nos rins e cardíacos. Não tome além das doses recomendadas, para não elevar os riscos de efeitos colaterais.

Deve ser tomado com cautela por idosos ou pessoas com problemas estomacais, cardíacos, hepáticos e renais.

O remédio age contra a dor pouco depois de ser ingerido, ainda que o efeito anti-inflamatório seja mais fraco e leve mais tempo para começar a ser sentido.

Deve ser tomado na menor dose possível e pelo menor período de tempo possível.

Virtudes

  • Age contra a febre alta, diminui a dor e a inflamação.
  • Reduz a inflamação no ponto lesionado, portanto é mais eficaz contra a dor dos músculos e contra lesões corporais onde a inflamação é um fator.
  • Segundo o AskDrSears.com, também funciona mais rápido e por mais tempo que o paracetamol, tendo efeito em 30 minutos e podendo durar até seis horas.

Defeitos

  • O ibuprofeno pode agir mais rapidamente que o paracetamol, mas tem alguns efeitos secundários negativos, como o mal-estar estomacal. Se ingerido diariamente durante mais de duas semanas, seus produtos químicos ácidos que podem agravar úlceras estomacais e queimaduras na mucosa do estômago.
  • Convém ingeri-lo com a comida e, se seu uso for constante, com protetores estomacais. Não é comum que ele provoque hemorragia interna ou úlceras, mas é um fator de risco.
  • Ele também pode reduzir a capacidade do corpo em formar coágulos sanguíneos. Por isso o medicamento será menos eficaz para os pacientes com feridas grandes ou hemorragias consideráveis. O paracetamol não está associado a esses riscos.
  • Em altas doses ingeridas por um período prolongado, pode elevar os riscos de derrame ou problemas cardíacos. Em mulheres, o uso prolongado pode estar associado à redução na fertilidade, mas esse quadro é reversível.

Veredicto final

Ambas as substâncias são analgésicos eficazes e redutores da febre. O ibuprofeno funciona um pouco mais rápido e tem efeito mais duradouro, além de reduzir inflamações.

O paracetamol é comparável em alguns aspectos, mas não tem as mesmas propriedades anti-inflamatórias. No entanto, tem menos efeitos colaterais, como problemas estomacais.

Nunca é demais lembrar que devem ser respeitadas as orientações da bula e que o uso jamais deve ser excessivo ou prolongado sem o devido acompanhamento médico.