11 dicas de um cientista para estimular e manter o cérebro saudável
Treze especialistas se reuniram recentemente, em Washington para discutir a evidência científica das atividades cognitivas ou intelectuais que podem ser realizadas para manter o cérebro saudável durante o envelhecimento.
Os estudiosos de Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Espanha, Suécia, Hong Kong e Argentina foram convocados pelas fundações Age UK, do Reino Unido, e AARP, dos Estados Unidos.
Eles chegaram a uma série de conclusões a partir de evidências científicas sobre como estimular o cérebro e viver melhor, publicadas no Global Council on Brain Health, um conselho internacional de cientistas, profissionais de saúde, acadêmicos e especialistas em políticas públicas.
Único latino-americano a participar do encontro, o neurocientista argentino Facundo Manes, doutor em ciências pela Universidade de Cambridge e reitor da Universidade Favarolo, de Buenos Aires, disse à BBC Brasil que "nosso cérebro muda constantemente" e que é "preciso estimulá-lo para mantê-lo vivo" --caso contrário, ele "morrerá cedo".
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Quanto antes forem iniciados os estímulos, melhor será para o cérebro na vida adulta e na idade avançada.
Autor do livro Usar o cérebro - aprenda a usar a máquina mais complexa do universo, há mais de três anos na lista dos mais vendidos na Argentina e traduzido para outros países, entre eles o Brasil, Manes costuma realizar palestras gratuitas para os argentinos, enfatizando a importância da educação para que o cérebro e a memória sejam estimulados.
O cientista argentino diz ainda que o estilo de vida tem forte impacto no nosso cérebro, que está em constante mudança.
A seguir, Manes lista sugestões para estimular o cérebro, em qualquer idade:
1) Propor a si mesmo metas e desafios intelectuais
Metas pessoais ou profissionais e trabalhos voluntários fazem bem ao cérebro. Além disso, ler, escrever ou aprender coisas novas melhoram as conexões cerebrais --o aprendizado de um novo idioma, por exemplo, é desafiador e estimulante para o cérebro. Aprender artes e pesquisar sobre a própria genealogia também são atividades cognitivas. A atividade intelectual deve ser mentalmente estimulante e ao mesmo tempo agradável.
2) Valorizar a vida social
O ser humano é um ser social. Precisamos estar em contato com outros seres humanos, assim como nosso cérebro. Geralmente, as pessoas isoladas morrem antes.
3) Cultivar relacionamentos
Ter vínculos profundos com outras pessoas nos dá mais sensação de bem-estar do que ter fama, por exemplo.
4) Reconhecer seus sentimentos
Como chorar na hora da tristeza ou da dor porque não é possível "se forçar" a ser feliz quando o momento não corresponde. A emoção facilita a consolidação da memória. Na vida nos esquecemos de quase tudo, mas lembramos do que nos emociona, sejam emoções positivas ou negativas. Por exemplo, a maioria das pessoas lembra o que estava fazendo no dia do atentado ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, mas não o que fizeram um dia antes ou depois.
5) Pensar positivamente
Todos temos pensamentos tóxicos, mas alguns têm mais pensamentos tóxicos que outros. Estes veem mais o lado negativo do que o positivo e têm mais tendência a serem depressivos e ansiosos. E isso também afeta o desempenho do cérebro.
6) Não "se aposentar" de tudo
A aposentadoria é um direito de todos. No entanto, uma coisa é a aposentadoria prevista quando chegamos a determinada idade. A outra, bem diferente, é se aposentar do que gostamos de fazer. Não devemos nunca nos aposentar, desistir das atividades que nos dão prazer. Seja escrever, seja lidar com o público. Não importa a atividade, mas manter o cérebro ativo trabalhando naquilo que você gosta.
7) Comer de forma saudável
Ajuda a manter o cérebro em forma. Tudo o que faz bem ao coração também é bom para o cérebro.
8) Praticar esportes regularmente
Alguns esportes têm o poder de unir a memória ativa, o corpo saudável e a vida social. É o caso do tênis, por exemplo, que nos obriga a estar atentos onde a bola vai e a fazer exercício e com outra pessoa. O mesmo caso ocorre com a dança de salão, que exige atenção aos passos e aos parceiros, além de ser uma atividade física.
9) Aprender um idioma
É um mito que os mais idosos não podem aprender um idioma. É verdade que as crianças podem aprender mais rápido, mas isso não significa que os mais velhos não possam aprender.
10) Dormir bem e administrar o estresse
11) Manter o corpo em dia
Controle da pressão arterial, do colesterol, do nível de glicose no sangue, além do ácido fólico, da vitamina B12 e o controle do peso também são vitais para cuidar do cérebro.
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