Espanha defende repatriação dos dois missionários com ebola
O ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, afirmou nesta quarta-feira (8) que o governo "fez o que tinha que fazer" ao trazer para a Espanha os dois missionários infectados pelo ebola, e acrescentou que "todos os países sérios que se encontraram com este problema atuaram da mesma maneira".
García-Margallo fez estas declarações em entrevista coletiva junto a ministra colombiana da mesma pasta, María Ángela Holguín, ao ser perguntado sobre se acredita que foi correta a decisão de trazer da África os padres Miguel Pajares e Manuel García Viejo, que morreram em consequência do ebola.
Após lembrar que Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Noruega atuaram da mesma forma que a Espanha, ele afirmou que a repatriação - da qual seu departamento participou do ponto de vista logístico - foi "impecável" e que os profissionais do Ministério "colaboraram com todos seus esforços em uma operação que não era fácil".
"Não tenho a menor dúvida que na repatriação, o governo fez o que tinha que fazer. Se isso tivesse acontecido com algum parente de qualquer um de nós entenderíamos a carga emocional", destacou o ministro.
Teresa Romeo Ramos, uma auxiliar de enfermagem que trabalhou como voluntária no cuidado destes religiosos foi contagiada pelo vírus do ebola. Ela está internada e isolada desde a última segunda-feira no hospital Carlos III de Madri, o mesmo em que ficaram os padres.
Ela representa o primeiro caso de infecção de ebola fora da África. Seu marido também está internado no mesmo hospital para que sua evolução seja estudada, embora não apresente sintomas da doença.
García-Margallo, que disse que não entraria em questões técnicas relativas a este assunto por não ser competência do seu Ministério, lembrou que nas decisões das instituições da União Europeia e da Organização das Nações Unidas a repatriação de nacionais figura entre as primeiras medidas a adotar.
Ele explicou que a Espanha forneceu para combater esta epidemia de ebola 3,3 milhões de euros - divididos em ajudas a ONGs e aos três países mais afetados: Guiné, Serra Leoa e Libéria - e que a esse número se une os custos da repatriação dos missionários.
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