Topo

Mortes por dengue assustam pequenas cidades no interior de SP

 Com aumento de 40% na procura por atendimento devido a casos de dengue, o Hospital Municipal Ouro Verde, em Campinas, no interior de São Paulo, inaugurou uma ala específica para quem chega com suspeita da doença - Pedro Amatuzzi/Código 19/Estadão Conteúdo
Com aumento de 40% na procura por atendimento devido a casos de dengue, o Hospital Municipal Ouro Verde, em Campinas, no interior de São Paulo, inaugurou uma ala específica para quem chega com suspeita da doença Imagem: Pedro Amatuzzi/Código 19/Estadão Conteúdo

24/04/2015 18h47

Pequenas cidades do interior, com índices quase nulos de homicídios ou mortes por acidente, já vivem o drama dos óbitos por dengue. Na noite de quinta-feira, 23, a morte de uma mulher com sintomas da doença assustou os 30,2 mil moradores de Santa Cruz das Palmeiras, na região de Campinas. A vítima apresentou os primeiros sintomas no último sábado, foi medicada e liberada, mas voltou a receber atendimento em unidades de saúde, até ser internada na Santa Casa, onde ocorreu o óbito. Os familiares, abalados, disseram que ela tinha boa saúde.

A Secretaria de Saúde encaminhou amostras para o Instituto Adolfo Lutz e espera o resultado. A cidade tem 600 notificações de dengue e 60 casos confirmados. O município decretou situação de epidemia e pediu ajuda à população para o combate aos criadouros do mosquito transmissor. Em Tambaú, com 22,4 mil habitantes, familiares de uma jovem de 22 anos que morreu na noite de domingo não se conformam com a perda. A jovem trabalhava em Pirassununga, mas estava na casa dos pais, de família conhecida em Tambaú. Com 96 casos confirmados e 663 aguardando resultado, a cidade está em situação de epidemia.

A prefeitura de Tietê, de 37,2 mil habitantes, na região de Sorocaba, realizou um arrastão para eliminar criadouros nesta sexta-feira, 24, depois de registrar a primeira morte por dengue. A paciente de 65 anos morreu no dia 15 e teve a causa da morte confirmada pelo Adolfo Lutz. De acordo com a Vigilância Sanitária, moradores que resistiam à vistoria, passaram a abrir as casas para os agentes. A cidade tem 112 casos confirmados e ainda não está em situação de epidemia.

Reforço

A prefeitura de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, vai criar uma nova ala 24 horas no Hospital Municipal para enfrentar a epidemia de dengue. Serão contratados 34 médicos de forma emergencial. Até esta sexta-feira, 24, tinham sido contados 4.105 casos - 1,4 mil apenas na última semana - e duas mortes. A previsão é de que o número de casos continue subindo nas próximas semanas. Em um mês, a prefeitura multou 37 proprietários de imóveis flagrados mais de uma vez com criadouros da dengue. Em média, cada multa chega a R$ 980.

Os números avançam na região, uma das últimas no interior em que a doença se alastrou. A prefeitura de Jacareí decretou situação de epidemia nesta sexta-feira, 24, após o registro de 553 casos de dengue. Outras cidades do Vale do Paraíba atingiram o nível epidêmico: Caraguatatuba, com 2.915 casos; São Sebastião, 1.163; Taubaté, 982, e Lorena, 894. Nessa região, foram confirmadas cinco mortes: duas em São José dos Campos, duas em Caraguatatuba e uma em Taubaté.