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Para OMS, elo da zika com microcefalia só será provado no futuro

O Ministério da Saúde reforçou que testes clínicos deram positivo para zika em crianças nascidas com microcefalia - Guga Matos/ JC Imagem/ AE
O Ministério da Saúde reforçou que testes clínicos deram positivo para zika em crianças nascidas com microcefalia Imagem: Guga Matos/ JC Imagem/ AE

Em Genebra

29/01/2016 08h41

A OMS adotou uma postura de dúvida em relação aos dados apresentados pelo Brasil na quinta-feira (28), questionando a "causalidade" entre o zika vírus e a microcefalia.

"A relação é muito forte para nós", rebateu Claudio Maierovitch, diretor de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, que participou da reunião com a OMS por meio de videoconferência. "Tínhamos 10 a 12 casos de microcefalia por ano em Pernambuco. Em outubro, já tínhamos 28 casos em dois meses. E tudo foi informado para a OMS."

Apesar disso, Bruce Aylward, chefe do Departamento de Surtos da OMS, se negou a confirmar a tese. "O que temos hoje é uma associação, não a causa", insistiu.

Para ele, serão necessários de seis a nove meses ainda para determinar se existe de fato uma relação real entre o zika e os casos de microcefalia.

Na quinta-feira, Aylward chegou a colocar em questão os números apresentados pelo Brasil. "Não sei se são nessa escala tão gigante", disse.

O Ministério da Saúde reforçou, porém, que testes clínicos deram positivo para zika em seis crianças nascidas com microcefalia. "E tivemos registros de algumas crianças mortas com microcefalia. Até agora, confirmamos 12 desses casos. A experiência mostra que é difícil fazer os testes", disse Maierovitch.

Segundo ele, os casos de zika vão chegar a "todo o país". "Os Estados que ainda não nos informaram casos, certamente vão nos informar", ressaltou na videoconferência.