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Vereadores "furam" fila da vacina contra H1N1

Clarissa Thomé

No Rio

26/04/2016 07h40

Vereadores de Valença, no sul fluminense, seus parentes e funcionários da Câmara receberam a vacina contra H1N1 antes dos grupos considerados mais vulneráveis --grávidas, crianças e pacientes renais. A vacinação ocorreu há uma semana, entre 16h e 17h, no Paço Municipal, sede do Legislativo. Na cidade, comenta-se que agentes de saúde chegaram a ir à casa de alguns parlamentares. A assessoria do prefeito Alvaro Cabral (PRB) negou que tenha partido da prefeitura a ordem para imunizar os vereadores e determinou a abertura de sindicância.

O vice-presidente da Câmara, Felipe Farias (PPS), confirmou a vacinação, mas procurou minimizá-la. "Estou no segundo mandato e isso sempre aconteceu. Todo ano o prefeito oferece vacinas para a Câmara."

A campanha em Valença foi antecipada por causa das mortes ocorridas no Médio Paraíba --dos 17 óbitos por H1N1 no Estado, oito foram na região. Entre as vítimas está Marcilene dos Santos Jardins, 47, moradora de Valença. Mais nove habitantes foram hospitalizados com a doença.

No dia 18, começaram a ser vacinadas crianças de até cinco anos, grávidas e doentes renais crônicos. No dia seguinte, houve a vacinação dos vereadores. Só depois a campanha foi estendida a idosos, profissionais de saúde, demais pacientes renais e mães de recém-nascidos de até 45 dias. O caso foi revelado pelo site do jornal "O Globo".

A sindicância foi aberta pela prefeitura para investigar a quantidade de doses distribuídas, quem as recebeu e de quem partiu a ordem para vacinar vereadores e parentes.

Capital

Na segunda-feira, 25, começou a vacinação em todo o Estado para crianças, pacientes renais e grávidas. No município do Rio, onde já houve três mortes, a meta é vacinar 150 mil pessoas nesses primeiros dias e 1,2 milhão até o fim da campanha. "Se conseguirmos vacinar todo o grupo prioritário, conseguiremos evitar 1.500 internações", disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Pela manhã, houve filas em muitos postos de saúde. Alguns esperaram desde as 6 horas, apesar de os postos só abrirem às 8 horas. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".